Na imagem, as cinzas que restaram da casa de Roberta Aparecida Pinto no Assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, após incêndio.

A Rede Jubileu Sul Brasil (JSB), a 6ª Semana Social Brasileira (SSB) e a Central de Movimentos Populares (CMP), estão solidárias com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio de Janeiro, que no início da tarde de quinta-feira (18) sofreu grandes perdas no Assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, na região serrana de Macaé (RJ).

“Eu resido no Assentamento PDS há 10 anos e nunca vimos uma coisa dessa forma, uma catástrofe ambiental. Não sabemos se o incêndio foi acidental ou se foi climático. Os bombeiros foram com muito descaso, alegaram que tinham lugares com difícil acesso para apagar o fogo. Muitas famílias perderam tudo, tem pessoas que só estão com a muda de roupa do corpo. Perderam a produção, os animais também soltamos. O PDS está um mar de cinza, a coisa mais triste do mundo! Nós mulheres do Assentamento tínhamos um sonho, mas vamos fazer o máximo para voltar. Eram muitas chamas, os bombeiros não pediram ajuda de avião, de helicóptero para apagar o fogo, entraram aqui no PDS no máximo uns cinco carros de bombeiros e apagaram o fogo só onde era conveniente para eles. Muito triste”, relata Roberta Aparecida Pinto que também perdeu a casa no incêndio.

Ouça aqui o depoimento de Roberta Aparecida:

De acordo com nota do MST o foco de incêndio gerou enormes perdas:  “O Incêndio provocou a perda total de várias unidades de produção e moradias dos assentados, perda total de produção, sistemas de irrigação e criação animal, como também atingiu o sistema de rede elétrica, deixando as famílias sem energia e sem água — já que as mangueiras que distribuem desde a nascente, também foram atingidas pelo fogo”—, destaca a nota.

Essas perdas afetam gravemente as mulheres. “O incêndio destruiu toda a lavoura e as mulheres estavam se organizando para criar cooperativas produtivas. Precisamos denunciar a omissão dos poderes públicos que negam direitos básicos a essa população como saneamento, energia… e nesse momento de incêndio também demora no socorro para combater as chamas”, denuncia Gorete Gama, membro da CMP e articuladora da Ação Mulheres por reparação das dívidas sociais no Rio de Janeiro, que tem apoiado a luta e a organização das mulheres no Assentamento em Macaé.

Até a manhã desta sexta-feira (19), o fogo ainda não havia sido totalmente controlado e as famílias do assentamento estão precisando urgentemente de água para beber, alimentos, agasalhos, cobertores, barracas, lonas, ferramentas e doações em dinheiro para reerguer os barracos. A Rede Jubileu Sul Brasil, junto com a 6ª Semana Social Brasileira e a Central de Movimentos Populares estão unidas na solidariedade e igualmente indignadas com a demora de ação das unidades do Corpo de Bombeiros de Macaé, responsáveis por controlar o fogo na região e prestar toda ajuda necessária para as pessoas afetadas.

Doações presenciais

Para ajudar as famílias afetadas o MST organizou pontos de arrecadação de doações:

Armazém do Campo Rio de Janeiro, Av. Mem de Sá 135, Centro.

SindiPetro-Macaé.

UFF-Rio das Ostras, Portaria de entrada do Instituto de Humanidades e Saúde (IHS), Campus Universitário de Rio das Ostras

UFF-Macaé, Hall de entrada, Campus Universitário de Macaé

Acampamento Edson Nogueira KM 18 RJ 162.

Doações financeiras

Para realizar doações solidárias em apoio as famílias atingidas pelo incêndio no Assentamento PDS Osvaldo de Oliveira em Macaé, o MST regional disponibilizou chave PIX e conta bancária:

Banco do Brasil

Agência 5768-1

C/C: 12516-4

PIX: 05805135728 (CPF)

Titular: Ramiro Marcos Dulcich Piccolo

Encaminhar comprovante para prestação de contas telefone: (21) 98516-5791

 

São Paulo, 19 de Agosto de 2022.

6ª Semana Social Brasileira

Central de Movimentos Populares

Rede Jubileu Sul Brasil

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