Fortalecer ações já existentes nos territórios onde estão as organizações membro é um dos objetivos das atividades do Eixo Mulheres, um dos prioritários para a Rede Jubileu Sul Brasil

Por Flaviana Serafim – Jubileu Sul Brasil

Dezenas de lideranças de todas as regiões do país participaram virtualmente neste 6 de abril do Encontro de Formação do Eixo Mulheres, que envolve um conjunto de ações prioritárias para a Rede Jubileu Sul Brasil nos diferentes territórios e comunidades.

A reunião começou com um momento de troca e de apresentação entre as mulheres que já participaram anteriormente e as que chegaram para se somar às atividades em 2022.

Na sequência, foi apresentado o plano anual do Eixo Mulheres, compartilhadas as primeiras orientações às participantes e também do manual de procedimentos da Rede, sobre questões administrativo-financeiras, sobre as realizações, relatórios e visibilidade das ações. Nesse sentido, o planejamento contempla, entre outros, a criação de núcleos locais de comunicação e curso de formação sobre meios digitais.

Um diferencial em 2022 é a realização de atividades artísticas e culturais que também engajem o público adolescente e jovem, resultado da demanda existente nos territórios e da compreensão da Rede sobre a relevância da participação desse público junto com as mulheres lideranças.

Participantes do encontro virtual de formação do Eixo Mulheres
Participantes do encontro virtual de formação do Eixo Mulheres

Fortalecendo ações e organizações

“As ações só são possíveis onde conseguirmos criar sinergias. O grande aprendizado de 2021 foi não chegar nos territórios como se fosse ‘novidade’. A Rede chega para somar às ações políticas que tenham sentido sociotransformador, sentido político, não só ‘quadradinhos’, mas uma totalidade”, aponta a economista e educadora popular Sandra Quintela, articuladora nacional do Jubileu Sul Brasil.

No encontro, ela chamou atenção para a atuação histórica da Rede nestes espaços, nos quais o Jubileu Sul Brasil vem questionando criticamente o sistema de endividamento e lutando por reparações socioeconômicas e ecológicas:

“Se existe uma ocupação é porque existe um conflito nesse processo, se existe um morador de rua ele é credor de uma dívida social, somos todos credores dessa dívida. Em Manaus, por exemplo, são indígenas, são caciques que deveriam estar em suas terras por direito, mas estão em ocupação precária em área urbana por causa de uma dívida histórica e socioecológica com os povos indígenas”.

Na mesma linha, a socióloga Rosilene Wansetto, secretária executiva do Jubileu Sul Brasil, ressaltou que a realização dos projetos nas cidades ocorre porque já existem organizações membro da Rede e, por isso, o trabalho é de fortalecimento.

“É um coletivo que desempenha as tarefas e vamos construindo juntos. Não é um trabalho em caixinhas, de um projeto específico. É uma ação em rede com as organizações membro e parceiros nos territórios, e é nesse espírito que propomos o trabalho. É uma arquitetura para executar toda a agenda proposta e no sentido de fortalecer os espaços de ação local”, afirma.

O próximo encontro está previsto para o final de abril, também virtualmente. A data e o formato serão divulgados oportunamente pelo Jubileu Sul Brasil.

Entre as iniciativas realizadas estão a ação Sinergia Popular, que tem apoio do Ministério das Relações Exteriores Alemão, que garantiu ao Instituto de Relações Exteriores (IFA) recursos para implementação do Programa de Financiamentos Zivik (Zivik Funding Program), além dos apoios da Cafod e DKA, e cofinanciamento pela União Europeia. As ações também fazem parte do processo de fortalecimento da Rede Jubileu Sul Brasil e das suas organizações membro.

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