Belo Horizonte (MG), Itapipoca (CE),  Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) tiveram eventos em novembro.

Intervenção cultural com Iná Maria e Cícero do Crato durante lançamento em São Paulo. Foto: Flaviana Serafim.

Por Meg Stuart | Especial para Jubileu Sul Brasil*

O livro “Brasil, 200 anos de independência e dívida: o endividamento marca nossa história e perpetua desigualdades sociais”, iniciativa da Rede Jubileu Sul Brasil em parceria com a 6ª Semana Social Brasileira e Grito dos Excluídos e Excluídas está tendo seu lançamento realizado em diversas regiões e cidades do país. Belo Horizonte (MG), Itapipoca (CE),  Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) , tiveram eventos em novembro e outros estão previstos para este mês de dezembro no Crato (CE) e em Vitória (ES).

Marcando o bicentenário da independência do Brasil, o livro aborda as dívidas sociais acumuladas e chama atenção para as reparações necessárias e urgentes. A ideia da crítica histórica e econômica está assinalada no próprio nome do livro que coloca o prefixo “in” entre parênteses — (in)dependência — indicando um processo incompleto, cheio de debilidades e incoerências em sua gênese.

Lançamento em Itapipoca (CE) contou com a presença de dois autores do livro: André Lima (economista, doutor em Geografia Humana e professor da Universidade Estadual do Ceará)  e Nilo Sérgio (professor, sociólogo e mestrando em filosofia na Universidade Estadual do Ceará).

Itapipoca

O Auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares, acolheu no dia 29 de novembro, o evento de lançamento em Itapipoca (CE). Dois autores, André Lima — economista, doutor em Geografia Humana e professor da Universidade Estadual do Ceará —  e Nilo Sérgio — professor, sociólogo e mestrando em filosofia da Universidade Estadual do Ceará, marcaram presença. O evento contou ainda com outras participações locais como Ezequiel Tremembé e Aurila Quilombola.

“O debate foi muito rico (…) e gerou uma reflexão muito interessante sobre o processo de dependência que o Brasil tem em relação aos países imperialistas e ao capital financeiro internacional e nacional”, destacou André Lima, autor que assina o quarto artigo do livro com o título “Dívida pública e luta de classes”. André também celebrou o fato de que, a partir do evento de lançamento, o livro está circulando nos territórios. “Várias pessoas levaram o livro e hoje a publicação está circulando em territórios indígenas e quilombolas, entre estudantes, professores e agricultores. Então o livro foi parar em muitos territórios e ambientes de luta de Itapipoca”, celebrou o economista.

Rio de Janeiro

“O espírito deste livro materializa o desejo de construir um outro processo de independência. Pouco se fala da desmilitarização do 7 de setembro, e um dos artigos que a publicação traz, escrito pelo Grito dos Excluídos e Excluídas, fala justamente sobre isso. Nós comemoramos a nossa independência com desfiles militares, com esse aparato de repressão e violência do Estado. Então, o que nos inspira a escrever esse livro é a construção também, ao longo desses 27 anos, do próprio Grito”, contou Sandra Quintela, organizadora da obra que participou do evento de lançamento do livro no Rio de Janeiro, no dia 25 de novembro.

No Rio de Janeiro o lançamento aconteceu no Armazém do Campo e contou com a presença da historiadora Virgínia Fontes, da economista e organizadora do livro, Sandra Quintela, além da presença do economista Marcos Arruda. Todos assinam artigos na publicação. Foto: Karoline Kina/PACS.

São Paulo

O lançamento de São Paulo ocorreu no dia 29 de novembro no Armazém do Campo e contou com a presença de autoras e autores: Alessandra Miranda, Alfredo J. Gonçalves, Aline Miglioli, Magnólia Said, Rosilene Wansetto e a organizadora, economista Sandra Quintela, articuladora nacional do Jubileu Sul Brasil. Magnólia Said reiterou o conteúdo de sua participação na produção do livro “O tema do meu artigo é a atuação das instituições financeiras multilaterais na geração de renda. Falo sobre quem são essas instituições, a origem, os objetivos, a atuação e a relação dessas instituições com o ajuste cultural. O segundo ponto é o papel fundamental do plano mundial na produção e divisão dessa ideologia que sustenta o Governo, impactando em especial na renda das mulheres. Já o terceiro ponto é a relação entre o ajuste cultural, a dívida e o orçamento”, completou a autora do oitavo capítulo.

Belo Horizonte

No lançamento em Belo Horizonte, Dirlene Marques, membro da Rede Jubileu Sul Brasil e da Rede Feminista, falou sobre a importância do momento. “Criamos um local que pudesse representar a luta histórica dos movimentos sociais. Mas, mais do que isso, que pudesse trazer à tona toda a referência da história da constituição do Jubileu Sul em Minas Gerais. E foi marcante porque tinha, além dos economistas, alguns movimentos locais nossos”.

Dirlene Marques, membro da Rede Jubileu Sul Brasil e da Rede Feminista durante lançamento em Belo Horizonte (MG). Foto: Isabela Alves

Porto Velho

Luis Fernando Novoa, membro da coordenação da Rede Jubileu Sul Brasil e professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) participou do lançamento em Porto Velho (RO) e destacou a presença dos movimentos camponeses, movimentos urbanos, coletivo direito à cidade, movimento hip-hop da floresta e estudantes e professores da Universidade Federal de Rondônia. “Não se pode falar em independência sem uma profunda modificação da estrutura fundiária do país, ao mesmo tempo na Amazônia, e que isso não signifique nenhum metro de desmatamento a mais, de forma que se interrompa a expansão do desmatamento e do latifúndio no Brasil. Além disso, restauração ecológica e garantia dos territórios das populações tradicionais da Amazônia e reforma agrária nas áreas degradadas”.

O livro impresso está sendo distribuído em diversas cidades do país. Como forma de contribuir para que este conteúdo alcance um número maior de pessoas, a Rede Jubileu Sul Brasil disponibilizou uma chave Pix e incentiva a contribuição solidária de R$ 20,00 por exemplar, além de doações a partir de R$ 50,00 ou outros valores para que as equipes possam distribuir o livro a quem não tem como fazer uma contribuição solidária. A primeira tiragem foi de 1.000 exemplares.

*Com supervisão de Jucelene Rocha

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