Primeira convocatória:

Conferência Internacional

Dívida, Bens Comuns e Dominação

 Resistências e alternativas para o Bem Viver

22 a 24 de abril de 2015, Buenos Aires.

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Os problemas do endividamento público, a dependência e a dominação imperialista, especialmente considerando que o sistema da dívida está associado ao modelo produtivo e de desenvolvimento, são eixos comuns e centrais do empobrecimento, a desigualdade e o saque em toda América Latina e Caribe, como em outras regiões. Estamos convencidos do custo social, ecológico e democrático de pagar sistematicamente uma dívida que é ilegítima, ilegal, odiosa e impagável. Por isso, insistimos na necessidade de reforçar as resistências e a construção de alternativas para recuperar a soberania e exercer nosso direito à autodeterminação em defesa de nossas vidas e bens comuns.

Historicamente, a dívida pública constitiuiu um poderoso instrumento utilizado pelas grandes potências para reforçar o colonialismo na esfera econômica, política e cultural e dispor das vidas, territórios e bens naturais dos povos e países que ficam sob seu domínio. Hoje em dia e bem mais além das pretensões dos chamados fundo abutres, a questão da dominação exercida através da dívida pública se agrava em todo o mundo, fortalecendo a tendência à dominação dos países à custa do salário e das condições de vida dos trabalhadores e dos povos do mundo.

As políticas de ajuste, privatização e liberalização continuam sendo a resposta do sistema financeiro mundial, encabeçadas pelas instituições de sempre como o FMI, Banco Mundial e BID e outras novas como o GAFI (incentivador das leis antiterroristas). Nesse contexto, a resistência dos povos cobra vital importância e tem levado a experiências como as do Equador ou da Islândia, como processos diferentes às agressivas consequências de endividamento sobre países como países como Argentina, Brasil, Grécia ou Espanha.

Por isso, aos 15 anos da histórica Decisão Olmos – Ballesteros, onde a justiça argentina comprovou mais de 477 irregularidades e fraudulências nas origens da dívida que, todavia, continuamos pagando, necessitamos debater a respeito e reforçar nossa capacidade de mobilização e ação conjunta, tanto no país como na região e no mundo inteiro. Precisamos avançar para a suspensão imediata dos pagamentos enquanto não se estabeleça a legitimidade  das dívidas reclamadas, reivindicando para isso a realização de investigações ou auditorias integrais com participação popular entre outros caminhos possíveis.

Nesse sentido, que convocamos, em Buenos Aires para uma Conferência Internacional a se desenvolver durante os dias 22 a 24 de abril de 2015

Convocamos as redes sociais, culturais e políticas de todo o mundo, especialmente de Nossa América, para articular propostas alternativas e contra-hegemônicas. São destinatários de nossa convocatória todas aquelas organizações, movimentos e indivíduos que hoje sofrem os impactos e sustentam protestos e propostas frente ao modelo ambiental, distributivo, produtivo e de desenvolvimento, já que em tudo isso o endividamento público é parte substancial e fator limitante.

Nos dirigimos ao movimento operário, indígena, originários, camponeses, de idosos, jovens e mulheres de setores populares e de luta pela soberania, intelectuais da cultura e a todas as organizações sociais e políticas, dos mais diversos credos e religiões que protagonizam em todo o planeta resistências e buscas de alternativas ao modelo de sociedade dominante e a seus subsistemas de submissão e reprodução.

PROGRAMA (projeção preliminar)

Quarta 22/4 Painel inaugural entre 18h e 21h.

Quinta 23/4 Atividades descentralizadas, como oficinas ou mesas redondas, todo o dia

24/4 Assembleia para analizar as conclusões das oficinas descentralizadas, das 10h às 14h.

Homenagem a Alejandro Olmos, falecido no dia 24 de abril de 2000, às 17h.

Ato público, de rua, de encerramento da Conferência Internacional, às 19h

PARTICIPAÇÃO

A participação é aberta. A nível nacional, se busca assegurar uma participação importante de todas as organizaçẽs de várias províncias.

Em nível regional e internacional já está confirmada a presença do Comitê pela Abolição da Dívida do Terceiro  Mundo (CADTM) e da rede Jubileu Sul (JS), com representantes da Bélgica, Marrocos e outros países da América Latina e Caribe, entre eles o Haiti, Brasil, Paraguai, Colômbia, Uruguai. Também contaremos com a presençã de companheiros do Encontro Sindical Nuestra América (ESNA), da Sociedade Latino-americana de Economia Política e Pensamento Crítico (SEPLA) e da rede em Defesa da Humanidade. Mais convites estão sendo feitos para outras redes e movimentos.

ASSEMBLEIA PELA SUSPENSÃO DO PAGAMENTO E INVESTIGAÇÃO DA DÍVIDA E PELA DEFESA DO PATRIMÔNIO NACIONAL E BENS COMUNS

O povo deve saber do que se trata!

A única dívida é com o povo!

Não temos que pagar uma dívida ilegítima, odiosa e fraudulenta

Suspender os pagamentos e investigar a dívida

Defender os Bens Comuns.

Tradução: Rogéria Araujo, Rede Jubileu Sul Brasil.

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