Ação faz parte da luta internacional pela liberdade e não extradição do fundador do WikiLeaks aos EUA. Qualquer pessoa pode participar da campanha enviando cartas à Suprema Corte do Reino Unido e pressionar pelo Twitter.

Foto: Reprodução

Redação | com informações do MST

Um conjunto de movimentos populares e entidades brasileiras, latino-americanas e internacionais, entre elas, a Via Campesina, MST, Frente Brasil Popular, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos, entre outros, mobilizam no Brasil a campanha “Liberdade para Assange!”.

A campanha se soma as diversas ações internacionais que cobram a liberdade e a não extradição do jornalista e fundador do WikiLeaks, Julian Assange aos EUA, além do fim da perseguição política dos Estados Unidos aos jornalistas, em todo o mundo.

Na manhã desta sexta-feira (25), a articuladora da Rede Jubileu Sul Brasil (JSB), Sandra Quintela, participou do ato no Rio de Janeiro (RJ), na entrada do Consulado Americano. Para pedir a proteção de quem luta por direitos, o JSB anima a campanha Defesa de Defensores e Defensoras. Foto: @pablovergarafotografia

Você pode participar da campanha enviando cartas à Suprema Corte do Reino Unido. As cartas também denunciam a perseguição dos EUA que ocorre há mais de dez anos contra Assange, detido em uma prisão de alta segurança de Belmarsh, perto de Londres, desde abril de 2019, após o Equador revogar sua permanência em sua embaixada britânica.

O jornalista foi preso após tornar públicas várias ações dos governos estadunidenses que violavam a democracia, os direitos humanos e a soberania de outros países. “A perseguição e prisão de Assange não visa apenas silenciar seu trabalho, mas também atacar todo bom jornalismo e todas e todos aqueles que levantam sua voz para espalhar a verdade sobre a violência, guerras e tentativas de dominação por parte dos países imperialistas. Julian Assange não deve ser extraditado, Julian Assange deve ser libertado!”, denuncia e cobra a carta.

Ajude na pressão pela liberdade de Assangue, enviando cartas para os seguintes contatos:
Suprema Corte do Reuni Unido: enquiries@supremecourt.uk e registry@supremecourt.uk

Você também pode pressionar pelo Twiter:
Embaixada Inglaterra: @ukinbrazil
Embaixador Inglaterra: @PeterWilson
Embaixada EUA: @EmbaixadaEUA

Às autoridades diplomáticas e consulares dos Estados Unidos e do Reino Unido,
Às autoridades legais e políticas responsáveis pelo Julgamento de Julian Assange

A combinação de diferentes crises econômicas, sanitárias, alimentares e ecológicas agravou a crise social enfrentada pelos trabalhadores e trabalhadoras em seus países. A possibilidade de uma saída autoritária para a crise é evidente em muitos países do mundo. Diante das necessidades urgentes do povo – saúde, alimentação, abrigo, segurança – governos autoritários impõem repressão, perseguição e silêncio.

Nessas horas críticas para a humanidade, não podemos nos dar ao luxo de ficar em silêncio.

Por mais de dez anos, Julian Assange enfrentou uma perseguição implacável porque se recusou a permanecer em silêncio. Seu trabalho jornalístico descobriu os terríveis abusos dos regimes políticos que impõem o terror, o genocídio e a destruição para satisfazer seus interesses. Se não fosse Assange e o WikiLeaks, não teríamos ideia de quantos civis afegãos, iraquianos e iemenitas foram mortos pelas bombas e drones do império norte-americano, que pensavam que ao matá-los em terras distantes teriam total impunidade.

Enquanto estes crimes contra a humanidade ficam impunes, Julian Assange sofre uma terrível punição por ousar expô-los ao mundo. O processo judicial contra ele é um exemplo do uso político de instituições estatais contra o interesse geral.

Julian Assange não vê a luz do dia há mais de dez anos, submetido à tortura e ao confinamento isolado. Como no caso de outros presos políticos, este tratamento procura quebrar sua vontade e infligir punição exemplar, para que outras vozes também sejam silenciadas. Mas Julian Assange resiste, apesar das graves consequências para sua saúde mental e psicológica. Ele suporta a arbitrariedade e a injustiça com dignidade e rebeldia.

Julian Assange disse ao tribunal que decide sobre sua possível extradição para os EUA: “Não aceitarei que censurem o testemunho de uma vítima de tortura perante este tribunal”. Há milhões de nós que não aceitarão que sua voz seja silenciada e não calaremos a nossa própria. Não estamos dispostos a desviar o olhar dos graves abusos a que ele está sendo submetido.

Aqueles de nós que apoiam esta declaração, se solidarizam com ele e sua família, sua companheira, seus filhos e seus pais.

Unimos nossas vozes as e os jornalistas de todo o mundo, que sabem que sua profissão se tornará ainda mais perigosa se Julian Assange for extraditado e que a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa estarão sujeitas a perseguições ainda mais implacáveis.

Unimos nossas vozes às do povo britânico, que estão indignados com a submissão das instituições nacionais aos interesses de uma potência estrangeira, em uma aplicação grosseira de extraterritorialidade, sem respeito ao Estado de Direito.

Unimos nossas vozes as e os ativistas e defensores dos direitos humanos que sabem que podem ser os próximos a sofrer arbitrariedades, perseguições e torturas de Estados poderosos que buscam vingança, não justiça.

Unimos nossas vozes as e os juristas de todo o mundo que alertaram sobre graves irregularidades no processo judicial contra Julian Assange e tememos que o Estado de Direito seja mortalmente ferido se ele for extraditado.

Mas acima de tudo, unimos nossas vozes às das milhares de vítimas nos países invadidos, atacados pelas forças militares dos Estados poderosos, de todas as vozes silenciadas pela brutalidade da guerra, de todas as vítimas de crimes cujos perpetradores, até hoje, permanecem impunes.

Julian Assange arriscou sua vida e liberdade ao não permanecer em silêncio, ao não aceitar que estes crimes permanecessem escondidos e impunes. Nestes tempos sombrios para a humanidade, precisamos da voz de Julian Assange, precisamos de todas as vozes que denunciam os crimes contra a humanidade.

A perseguição e prisão de Assange não visa apenas silenciar seu trabalho, mas também atacar todo bom jornalismo e todas e todos aqueles que levantam sua voz para espalhar a verdade sobre a violência, guerras e tentativas de dominação por parte dos países imperialistas.

Julian Assange não deve ser extraditado, Julian Assange deve ser libertado!

Saudações,

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