Este dia não pode se limitar a homenagens simbólicas enquanto milhões de mães enfrentam realidades marcadas pela violências e discriminação

Por Comuna Caribe

Da Comuna Caribe-Porto Rico, elevamos nossas vozes coletivas e corações comprometidos para que neste mês, quando o Dia das Mães é comemorado em alguns de nossos países, de 11 a 25 de maio, não apenas celebremos, mas EXIJAMOS justiça, respeito e dignidade para mães migrantes e mulheres em situações de conflito.

Este dia não pode se limitar a homenagens simbólicas enquanto milhões de mães enfrentam realidades marcadas pelo exílio, violência, discriminação e impunidade. 

Hoje, exigimos justiça, respeito e dignidade para todas as mães que resistem à margem do mundo:

• Pelas mães migrantes, que cruzam fronteiras em busca de uma vida digna, e encontram muros, xenofobia e separação familiar.

• Pelas mulheres haitianas e dominicano-haitianas, invisibilizadas e criminalizadas, a quem é negado o direito de existir plenamente. Denunciamos o governo racista e xenófobo da República Dominicana, que nega atendimento médico a gestantes e as deporta horas após a cesárea, expondo-as a graves complicações de saúde. Deporta crianças para um país que desconhecem, nem para um país onde mantêm laços familiares, separando-as de suas mães.

• Pelas mulheres palestinas, vítimas de genocídio e limpeza étnica, que enfrentam a ocupação e o luto como parte da maternidade, deixando seus filhos famintos.

• Pelas mulheres do Sudão e do Congo, afetadas por conflitos armados, deslocamentos forçados e violência sexual como arma de guerra.

A todas elas, devemos mais do que palavras. Devemos políticas públicas com foco em direitos humanos, proteção internacional efetiva, memória, reparação e garantias de não repetição.

Deste canto do mundo e nesta data simbólica, reafirmamos nosso compromisso com uma maternidade livre, digna e protegida para todas. Que nenhuma mãe tenha que criar um filho em meio a ruínas, migrar através de fronteiras hostis ou enterrar seus filhos e filhas por causa da injustiça global.

Convidamos todos os indivíduos, organizações e movimentos a compartilhar em suas redes sociais, entre 11 e 25 de maio, esta obra de arte da artista porto-riquenha Yolanda Velázquez, inspirada em Erzulie Freda, que, na cosmovisão haitiana, personifica a mãe de todos os espíritos, o amor maternal e a proteção da família.

Justiça para as mães do mundo! Nenhuma mãe esquecida!

“Solidariedade é o caminho”

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