Participantes do seminário do Cimi reunidos na capital paulista. Fotos: Lucia Gianesini/Cimi

Evento na cidade de São Paulo evidencia a importância de preservar a identidade dos povos indígenas, levando em consideração sua cultura nos atendimentos prestados

*Por Isabela Vieira – Jubileu Sul Brasil 

Nos dias 22 e 23 de junho de 2023, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), organização membro do Jubileu Sul Brasil, realizou o “Seminário de estudo sobre os Indígenas em Contexto Urbano”, na capital paulista. Os participantes do evento discutiram sobre a realidade dos indígenas presentes na cidade e também falaram sobre a ação pastoral realizada junto às famílias e comunidades das regiões Sul e Sudeste do país, que compreendem Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. 

Além das políticas públicas, foi tema a questão do racismo ambiental, quando comunidades de minorias étnicas são sistematicamente submetidas a situações de degradação ambiental, sendo condenados a viverem em áreas de risco sem qualquer amparo governamental. 

Rosilene Wansetto, secretária executiva da Rede Jubileu Sul Brasil, esteve presente no seminário e explica sobre a relevância dos temas discutidos para melhorias nas ações realizadas pelo JSB nas comunidades indígenas. “O seminário foi importante para pensarmos nas políticas públicas e na coletividade a partir dos povos indígenas que vivem nas cidades”.

Rafael Martins, do Cimi, destaca alguns desafios enfrentados pelos povos indígenas que vivem no contexto urbano. “Em alguns casos a cidade avançou e chegou até os territórios indígenas e essas áreas hoje sofrem toda a violência e toda a precariedade das cidades, além do ataque ao território através da especulação imobiliária na construção de grandes empreendimentos”. 

Ao longo da formação, foram discutidos quais caminhos precisam ser traçados nos territórios para trazer políticas públicas que levem em consideração e priorizem a cultura indigena e suas diversidades. Para isso, também estiveram presentes o representante jurídico João Paulo Dorini e o médico e professor de saúde indígena Marco Antônio Silva dos Santos que atuou na UBS do Real Parque, na região Sul da cidade.  

Também presente no encontro, Ana Paula Evangelista, articuladora da Ação “Mulheres por reparação das dívidas sociais”, o seminário trouxe uma visão diferente em relação à comunicação com as comunidades indígenas e vê a importância de trazer o contexto indigena e abordagens específicas para que haja aproximação. 

“É de suma importância a gente se inserir nesses debates para qualificar o nosso discurso, além de engajar as mulheres indígenas para que elas também possam se emancipar e acessar essas políticas públicas” afirma. 

*Supervisão de Flaviana Serafim

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