Ato em frente à sede do Banco Central na avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro (RJ). Foto: Contraf-CUT

Diversas entidades sindicais, movimentos populares e partidos políticos realizaram na manhã de hoje (14), em várias cidades do país, O ato público “Menos juros e mais empregos. Não à autonomia do BC!”. O protesto revela o posicionamento dessas organizações contra a taxa básica de juros de 13,75% e a dependência do Banco Central ao capital financeiro especulativo.

“O mais importante agora é pautarmos a questão da autonomia do Banco Central. O organismo que regula a política monetária não pode estar nas mãos de banqueiros, a raposa não pode cuidar do galinheiro. O Banco Central, a política monetária tem que estar a serviço da sociedade, o pobre tem que caber no orçamento, como diz o presidente Lula”, afirma Sandra Quintela, articuladora da Rede Jubileu Sul Brasil que participou do Ato no Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira, em frente à sede do Banco, na avenida Presidente Vargas.

“ A chamada autonomia do BC uma farsa, porque a manutenção da taxa de juros no atual patamar trava o crescimento econômico, aumenta o desemprego e a fome e enche os bolsos dos rentistas”, denunciam as organizações que organizaram o ato.

Rede Jubileu Sul Brasil, CUT, CTB, CSP, CSB, Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, Força Sindical, UGT, Levante, MST, PT, PCdoB, Psol, Sindicato dos Bancários do Rio, Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e dos Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro), Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e Comitê dos Comitês Populares de Luta do Rio, entre outras entidades, marcaram presença no Ato.

Sandra Quintela, articuladora da Rede Jubileu Sul Brasil durante ato na avenida Presidente Vargas.

De fevereiro de 2021 a dezembro de 2022, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em 11 pontos percentuais, segundo as entidades, sem que a alta inflacionária tenha sido causada pelo aumento de demanda, mas sobretudo pelos preços administrados.

Por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), em 31 de janeiro deste ano, a instituição manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, uma das mais altas da série histórica apresentada pelo comitê. O presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, sinalizou, inclusive, que a taxa deve se manter em alto durante o ano inteiro.

A taxa tem impacto direto na economia, uma vez que é o índice básico utilizado na concessão de crédito, por exemplo. “O impacto das altas taxas de juros, além de elevar o endividamento do país, afeta negativamente para a concessão de crédito, para o crescimento do investimento produtivo e compromete a geração de empregos. Por outro lado, favorece os rentistas e os especuladores no mercado financeiro”, afirmam as organizações responsáveis pelos atos.

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