O acesso da terceira idade à educação, cultura, esporte e lazer foi assunto da atividade em grupo

Grupo Geracional no início do Arraiá dos Direitos Sociais

Embora o estatuto do idoso tenha várias garantias à população na terceira idade, não é isso que se acompanha na prática. Essa foi um dos temas discutidos no “Arraiá dos Direitos Sociais”, realizado nesse mês na Casa da Solidariedade do Ipiranga, numa colaboração entre a Pastoral Operária e a Rede Jubileu Sul Brasil.

Juntas, partilharam um café e discutiram a falta de acesso aos espaços de cultura e lazer, em especial àqueles voltados para a sua faixa etária. Essa falta de serviços públicos pelo Estado é uma das muitas dívidas sociais com a população idosa, além da insegurança alimentar e a falta de espaços de educação, lembrou o Grupo Geracional.

“É um grupo que acompanhamos mensalmente, e tem sido um momento de grande aprendizado, de troca e de escuta. Elas têm muitas histórias para contar e uma vasta experiência de vida”, conta Lucimeire Araújo, representante da Rede Jubileu Sul Brasil na atividade.

Em seguida ao café, a programação do arraiá seguiu com uma quadrilha junina. A atividade organizou os grupos em duplas e, nos intervalos, foram dadas orientações de exercícios e alongamentos para melhorar as condições físicas.

Quadrilha junina formada durante a atividade

A atividade foi muito bem recebida pelo grupo geracional. Maria Natividade Santos faz parte do grupo há mais de 20 anos e disse não se lembrar de uma festa junina tão animada.

“Eu não lembro de uma festa junina assim. Foi uma atividade muito bacana, participativa, foi muito proveitoso. Eu mesma entrei no grupo em 2001, pois sempre tem palestras, reuniões, fazemos artesanato, agora mesmo estamos fazendo roupa para os moradores de rua, eu sempre procuro fazer o meu melhor”, contou.

Segundo Maria, o Grupo Geracional está sempre realizando atividades para manter o contato entre as participantes e buscar ajudar no que puderem. “Tivemos festa da consciência negra, no Natal fazemos almoço, arrecadamos dinheiro. Fazemos ginástica, resgatamos aquelas brincadeiras de roda, músicas”, disse.

O grupo concentra mulheres e homens da região sul de São Paulo, como Diadema, Jardim Apura e Americanópolis. Ao todo participaram 20 pessoas no grupo da atividade.

Maria concluiu lembrando a importância de existir essa conexão. “É um grupo que as pessoas são muito comunicativas, estão sempre interagindo, ajudando umas às outras. Elas me ligam, temos uma lista das companheiras para ficar sabendo notícias, ainda mais nessa época de pandemia”, concluiu.

A ação com o Grupo Geracional conta o apoio da DKA Áustria, da Agência Cafod e cofinanciamento da União Europeia, a partir do projeto “Fortalecimento da Rede Jubileu do Sul/Américas na conquista do desenvolvimento e soberania dos povos da América Latina e do Caribe”.

*com a supervisão de Flaviana Serafim.

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