Tanque de criação de peixes do Sisteminha no Conjunto Palmeiras. Foto: Leo Silva
Tanque de criação de peixes do Sisteminha no Conjunto Palmeiras. Foto: Leo Silva

Partilha de saberes e de afetos marca ações do Jubileu Sul Brasil em comunidades de Fortaleza

Emancipação, empoderamento, geração de renda, partilha de saberes e afetos. São múltiplos e diversos os frutos colhidos ao longo dos doze meses da ação Comunidades articuladas para velhos e novos enfrentamentos, impulsionada pelo Movimento dos Conselhos Populares (MCP) e pelo Instituto Negra do Ceará (Inegra) em comunidades de Fortaleza (CE), com apoio do Jubileu Sul Brasil, entre março de 2021 e abril de 2022, no âmbito do projeto Protagonismo da Sociedade Civil nas Políticas Macroeconômicas.

Refletimos os passos dessa caminhada com as lideranças e voluntários que mobilizaram as ações nas comunidades de Fortaleza, entre as quais o Sisteminha de segurança alimentar, que incentiva a construção coletiva e solidária de alternativas ao atual modelo de desenvolvimento, além dos grupos produtivos de geração de renda e autocuidado. Saiba mais.

Foto: Camila Lara/Flickr/CC

Raça, gênero e clima: mulheres são as mais afetadas pelas mudanças climáticas

“As questões ligadas às mudanças climáticas afetam diretamente a população negra, principalmente nos casos de racismo ambiental. Nossas comunidades quilombolas, terreiros, comunidades pesqueiras e rurais são, em sua maioria, vítimas da especulação imobiliária, de todo esse impacto climático e dos crimes ambientais nos territórios, para servir ao capital. E sabemos que essas comunidades são majoritariamente de mulheres negras, ainda que faltem dados”, afirma a advogada Lourdes Vieira.

Luta por soluções e por maior presença nos espaços de decisão passa por ações que considerem as múltiplas opressões – de gênero, raça e classe – que atingem sobretudo as mulheres negras no enfrentamento às mudanças climáticas. Para debater a temática, a Rede Jubileu Sul Brasil ouviu mulheres de diferentes territórios do país.

Família Avá-Guarani do tekoha Yva Renda (PR). Foto: Osmarina de Oliveira/Cimi 

Povo Avá-Guarani exige reparação à dívida histórica por violações de Itaipu

Com mais de US$ 13 bilhões recebidos de royalties como compensação pela hidrelétrica binacional de Itaipu, governos do Brasil e Paraguai continuam sem indenizar 38 comunidades indígenas Guarani afetadas pelos impactos do megaprojeto.

Por isso, a Comissão dos Povos Indígenas entregou documento formalizando a exigência de reparações à presidência de Itaipu Binacional. No Brasil, lideranças levaram o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Saiba mais.

Parlamentar do Mercosul, o paraguaio Ricardo Casese (Frente Guazu) acompanhou a entrega protocolada pela Comissão dos Povos Indígenas e afirma que as violações cometidas contra os Avá-Guarani configuram crimes contra os direitos humanos que são imprescritíveis, que exigem reparação, condenações e podem ser julgados a qualquer tempo.

Livro destaca experiências comunitárias para superar desafios e lutar contra o sistema de endividamento

Recém lançada com ato público em Fortaleza, a publicação “Vivências comunitárias: superando o que nos paralisa partilha as vivências impulsionadas pelo Movimento dos Conselhos Populares (MCP), trazendo a voz, os sentimentos e a luta das comunidades que se articulam com o MCP, organização membro da Rede Jubileu Sul Brasil.  

A publicação foi elaborada com a sistematização de ações, experiências, ideias e denúncias que surgiram a partir de uma série de encontros comunitários, realizados em 2019 e 2020.

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