Série de oficinas foi demanda prioritária das próprias comunidades e ocorre no Conjunto Palmeiras, Jangurussu e Raízes da Praia. Quem busca tratamento enfrenta preconceito na família e falta de acesso na rede de apoio psicossocial.

Por Redação – Jubileu Sul Brasil

Neste mês de março foi iniciada a série de quatro oficinas sobre saúde mental voltadas a comunidades de Fortaleza, nos territórios do Conjunto Palmeiras, Jangurussu e Raízes da Praia, com Jana Sahid, psicóloga, psicanalista e psicopedagoga. 

A série de oficinas foi uma demanda prioritária definida pelas próprias comunidades no planejamento do Movimento de Conselhos Populares (MCP), organização membro da Rede e parceira do Jubileu Sul Brasil Ceará. O atendimento foi iniciado em 2020, como foco na saúde mental em meio à pandemia de Covid-19, e desde então pequenos grupos vêm construindo uma rede de apoio entre as mulheres participantes.

Entre as partilhas da primeira oficina, realizada neste 2 de março, no Espaço Cultural Frei Tito de Alencar, as dificuldades de acesso à atendimento e medicação na rede de apoio psicossocial do SUS. Sahid pontua que é dever do Estado brasileiro garantir o acesso à saúde, o que inclui a saúde mental, mas a realidade é bem diferente. 

“Uma consulta com um profissional da psiquiatria é bastante difícil de se conseguir. Atendimento psicológico então, nem se fala. Quando se consegue uma consulta com psicólogo, na segunda vez já não é o mesmo profissional, então não há um acompanhamento efetivo de pessoas que sofrem com algum tipo de transtorno mental”, afirma. 

Outra questão é o preconceito enfrentado pelas pessoas que estão buscando tratamento. “Ainda há muita vergonha de assumir que precisa de ajuda. Mas sigo esperançosa de que, mesmo que seja nesse microcosmo, de que essas oficinas possam, pelo menos, modificar um pouquinho a forma de pensar de quem participou e ainda vai participar”, completa Sahid. 

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