A ação Sinergia Popular proporcionou oficinas nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE) para compartilhar experiências e fortalecer a ação das mulheres nos territórios.

Por Claudia Pereira | Rede Jubileu Sul

O retrocesso socioeconômico no Brasil se agravou ainda mais com a pandemia da Covid-19, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a taxa de desemprego das mulheres negras e pobres atingiu 19,8%, as trabalhadoras domésticas foram as mais afetadas. As políticas públicas para combater a pobreza foram precarizadas e extintas, a exemplo do Bolsa Família. As mulheres passam boa parte de suas vidas realizando trabalhos domésticos, cuidando da casa, dos filhos e, além da busca pela sobrevivência, muitas mulheres participam dos movimentos de luta sociais em suas comunidades.

São mulheres que têm uma jornada de trabalho extensa, sem remuneração e acesso a serviços públicos que poderiam amenizar os desgastes diários. O avanço de políticas públicas é imprescindível para recuperar não só o déficit do desemprego, mas para justiça na igualdade de gênero no mercado de trabalho e participação das mulheres em espaços de debate na luta social. Para debater o tema sobre trabalho, tarefas domésticas, trabalhos desenvolvidos por mulheres nas comunidades, economia e feminismo, a ação Sinergia Popular proporcionou oficinas nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE).

Com o tema “Mulheres e o Mundo do Trabalho” a economista, educadora popular e articuladora da Rede Jubileu Sul Brasil, Sandra Quintela, abordou as temáticas que afetam a vida das mulheres. As oficinas foram realizadas  de forma híbrida de modo que possibilitou participações presenciais e também de forma remota por meio de videoconferência.  No Rio de Janeiro o encontro foi realizado no último sábado de outubro (30) com a participação de Anazir Maria de Oliveira, a Dona Zica fundadora do Sindicato das Trabalhadoras domésticas do município do Rio de Janeiro, ela que também é pedagoga, partilhou sabedorias e reflexões sobre igualdade e direitos da mulher na vida cotidiana e nas comunidades.

Em Fortaleza o encontro aconteceu no sábado (13), no Centro Pastoral Mãe da Igreja com participação de dezenas de mulheres.  O momento foi significativo e importante para discutir muito além do trabalho profissional, mas os desafios de ser mulher, mãe em um cenário econômico social machista, hostil e violento com as mulheres.

Beth Silva da Associação das Mulheres em Movimento de Fortaleza, descreve que o encontro foi especial e agora a missão é replicar o aprendizado. Ouça:

As comunidades Quilombo da Gamboa, Vito Giannotti, Horto Florestal  e Predinho na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e as comunidades de Raízes da Praia, Planalto Pici e Palmeiras, em Fortaleza (CE) fazem parte das ações do Sinergia Popular, uma iniciativa coordenada pela Rede Jubileu Sul Brasil (JSB), 6ª Semana Social Brasileira (SSB) e CMP Brasil (CMP), com objetivo de fortalecer processos e articulações na luta por moradia, além de promover a prevenção e mediação de conflitos urbanos.

Deixe um comentário