Por Rosinha Martins
A Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas inauguram neste domingo, 30, em Roma, uma casa de acolhida de mulheres e crianças migrantes e refugiadas. O evento que acontecerá às 16h30, horário de Roma, contará com a presença de autoridades eclesiásticas, leigos, religiosos e religiosas e organizações afins. Ao menos 100 pessoas já confirmaram presença.
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Denominado Chaire Gynai (pronúncia Kairê Guinái), do grego, que significa “Bem-vinda, mulher! ”, o projeto, que já está em andamento, é uma resposta das Scalabrinianas ao pedido do Papa Francisco que elas elaborassem e realizassem um programa de assistência a mulheres e crianças, em primeiro lugar para aquelas em situação de refúgio e, segundo lugar para aquelas que estão em processo de migração, com ou sem filhos, vulneráveis e que não contam com nenhum serviço de proteção.
Sob a administração das Irmãs Scalabrinianas, o projeto é articulado, também pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral – Seção Migrantes e Refugiados, pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, a União Internacional das Superioras Gerais e o Ofício Migrantes da Diocese de Roma.
As Irmãs Scalabrinianas contam com a atuação prática das Irmãs Missionarias do Sagrado Coração de Jesus que, além de terem colocado à disposição os espaços – (duas casas, uma delas localizada na rua Michele Mercati e a outra na Pineta Sacchetti), atuam cotidianamente no serviço às mulheres e crianças, disponibilizando uma Irmã como colaboradora.
Um projeto de semi-autonomia
O projeto “Chaire Gynai” pretende, acima de tudo, favorecer a estas mulheres a conquista da própria autonomia e a integração na sociedade romana. Portanto, elas permanecem na casa por 6 meses até que consigam se organizar entre trabalho e moradia. Paralelo a isso, o projeto conta com a colaboração de religiosas, psicólogos, assistentes sociais e advogados que estão disponíveis para a assistência humana, psicológica e jurídica.
“Para nós o trabalho junto aos migrantes é uma grande graça e uma confirmação da nossa missão. Agradecemos ao Papa Francisco por este convite feito a nós, e às Irmãs do Sagrado Coração de Jesus que muito generosamente disponibilizaram suas próprias casas e, juntas, podemos realizar o projeto”, afirmou a Superiora Geral das Irmãs Scalabrinianas, Irmã Neusa de Fátima Mariano.
Irmã Neusa fez, ainda, um agradecimento especial aqueles e aquelas que estão envolvidos com o projeto, num esforço continuo de sua concretização e desenvolvimento. “Agradecemos ao Instituto de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, a União Internacional das Superioras Gerais (UISG) e o Dicastério da Santa Sé para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral – Seção Migrantes e Refugiados. Todos são protagonistas deste grande projeto, porque entre nós há uma grande colaboração em vista da promoção dos migrantes.
E os quatros verbos do Papa Francisco, acolher, proteger, promover e integrar, guiam a nossas escolhas pastorais, porque nenhum deve sentir-se estrangeiro pois todos somos filhos do mesmo Pai”.
De acordo com a diretora do projeto, Irmã Eleia Scariot, brasileira e missionária scalabriniana, “a intenção é apoiar as mulheres no percurso de integração e valorização profissional, tendo como base o resgate da esperança”.
Estas mulheres, acrescenta, “recebem ajuda e acompanhamento humano e profissional, fazem a experiência da convivência, da confraternização e da espiritualidade, ações fundamentais para o resgate da auto-estima, frequentemente feria durante suas viagens migratórias.
Histórico
A Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas foi fundada em 1895 pelo bispo da cidade de Piacenza, Itália, o Beato João Batista Scalabrini. Tem como co-fundadores os irmãos de sangue, a Bem-aventurada Assunta Marchetti, beatificada no Brasil em 2014 e o Venerável Padre José Marchetti, nascidos em Lombrici di Camaiore, Lucca – Itália, os quais se tornaram missionários no Brasil para prestar um serviço de acolhida, de proteção, de promoção e de integração dos imigrantes italianos, especificamente, crianças órfãs filhas de italianos e africanos em São Paulo. Hoje a Congregação atende a todo tipo de mobilidade humana em 26 países do mundo para prestar este serviço evangélico e missionário aos imigrantes e refugiados.
Criança senegalesa que vive na casa de acolhida fala sobre sua experiência
Ibrahim, 11, vive a três anos meio na Itália e faz parte do projeto. Ele fala sobre seus sonhos e como se sente. “Gosto de viver na casa de acolhida, a disciplina que mais gosto é história, mas quando crescer desejo ser jogador de futebol. Na escola procuro ser excelente em vista do meu futuro”.

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