“Não existe uma verdadeira reconstrução de um país sem reconstruir a pessoa na sua plenitude. Isto significa garantir que todas as pessoas no Haiti tenham o necessário do ponto de vista material, mas ao mesmo tempo que possam viver a própria liberdade, a própria responsabilidade, a própria vida espiritual e religiosa”, afirmou o papa Francisco aos participantes do Encontro do 5º aniversário do terramoto no Haiti.

A reunião realizada no Vaticano, no dia 10, foi organizada pelo Pontifício Conselho Cor Unum do Vaticano e Comissão Pontifícia para a América Latina, com tema “A comunhão da Igreja: memória e esperança para o Haiti cinco anos após o terremoto”. De acordo com a Santa Sé, a proposta do encontro é manter viva a atenção sobre um país que ainda sofre as consequências do abalo e passa por reconstrução.

Esteve presente no encontro, uma delegação do Haiti, composta por 12 pessoas, além de representantes dos Dicastérios vaticanos. Também participaram líderes de Conferências Episcopais, de organizações de ajuda e cooperação, os superiores gerais de congregações religiosas e os embaixadores junto à Santa Sé. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) esteve representada pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da entidade, dom Leonardo Steiner, a convite do papa Francisco.

Durante a Conferência, o papa lembrou que, a reconstrução de um país, nunca será atingida se não colocar no centro “a pessoa na sua plenitude”, respeitando as necessidades que tem a nível material e espiritual.

Superar o individualismo

Para Francisco, existe a necessidade de ultrapassar “as barreiras do individualismo” e apostando na cooperação entre as ações “humanitárias” e “pastorais”.

“A comunhão testemunha que a caridade não é apenas ajudar o outro, mas é uma dimensão que permeia toda a vida e rompe todas as barreiras do individualismo que nos impedem de nos encontrar”.

O papa motivou para que haja um trabalho de unidade pela reconstrução do Haiti. “Nesta fase de reconstrução, a atividade humanitária e pastoral não são concorrentes, mas complementares, têm ambas o mesmo sonho: contribuir juntas para formar no Haiti pessoas maduras e cristãos que se gastam para o bem dos irmãos”.

Aos bispos dos países caribenhos, o papa Francisco pediu que ajudem a construir uma Igreja “mais viva e fecunda”, “zelo e comunhão” para suscitar um “renovado compromisso na formação cristã e na evangelização alegre e frutuosa”.

Memória do terremoto

No ano de 2010, a ilha do Haiti foi atingida por um terramoto, próximo da capital Port-au-Prince. Em seu pronunciamento, o cardeal haitiano, Chibly Langlois, recordou que o desastre causou mais de 230 mil mortes, 300 mil feridos e 1,2 milhões de desabrigados. Atualmente, a Igreja Católica realiza cerca de 200 projetos na Ilha.

Após o terremoto, já foram implementados pela Cáritas Portuguesa mais de 30 projetos financiados por 12 países incluindo Portugal, nas áreas da alimentação, saúde, recursos hídricos, educação, emprego, habitação e capacitação social.

Fonte CNBB – Com informações da Rádio Vaticano e Agência Ecclesia.

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