ALERTA! O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará um novo debate sobre a presença da MINUSTAH no Haiti, no próximo dia 8 de outubro, e votará sobre renovação da ocupação na quarta-feira, dia 14 de outubro.
Abracemos o povo do Haiti com a ternura de nossa solidariedade! Convocamos as organizações e movimentos a somar sua adesão à carta-petição “Não em nosso nome”, enviando um e-mail para haiti.no.minustah@gmail.com e apresentá-la antes do dia 14 de outubro às respectivas autoridades em seu país (governos, embaixadas, sedes da ONU, etc).
Fazemos um apelo para reformar as ações de solidariedade com o povo do Haiti e para rechaçar a ocupação centenária que continua oprimindo e anulando sua soberania e direito à autodeterminação que luta por esse outro mundo possível. Que se levante um grito claro e contundente: Haiti Livre” Fora a Minustah! Que se retirem todas as tropas e que cesse a ocupação JÁ!
Faça a adesão de sua organização ou movimento. Aproveite o pronunciamento difundindo-o, apresentando-o às autoridades, embaixadas, sedes institucionais pertinentes em seu país ou localidade. Compartilhe as notícias dessas ações.
Se necessitem, seguem as versões em creol, francês e inglês:
NOU PA MELE NAN SA 
Non pas en notre nom
Não em nosso nome
NOT IN OUR NAME
Em português:
Nós, movimentos, organizações, redes e pessoas parte dos povos que, segundo reza sua Carta, constituímos as Nações Unidas, nos dirigimos mais uma vez ao Conselho de Segurança, incluindo em particular aos governos dos Estados Unidos e França; aos governos chamados “Amigos do Haiti” e a todos aqueles que participam e apoiam a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah); aos órgãos multilaterais como a OEA, FMI, Banco Mundial, BID, UNASUR, CARICOM, CELAC; aos organismos pertinentes das Nações Unidas e a todos os Estados membros, para pedir que retirem imediatamente as tropas da MINUSTAH e que ponham fim a toda ocupação do Haiti.
Há mais de 11 anos, temos escutado as desculpas que nos dão para tentar justificar a supressão da soberania do povo haitiano e a violação de seu direito à autodeterminação. É hora de deixar de lado as mentiras e a auto-enganação e escutar a voz das comunidades e organizações haitianas que reclamam respeito por sua dignidade, seus direitos, sua capacidade.
O Haiti não é uma ameaça à paz e à segurança hemisférica, como afirma o Conselho de Segurança a cada 15 de outubro, quando se renova o mandato da MINUSTAH. Nem a MINUSTAH é uma missão de paz ou uma missão humanitária, como costuma ser apresentada. É uma força de ocupação terceirizada das Nações Unidas e, em especial, aos países do Sul que aceitaram servir desta maneira aos interesses dos países mais poderosos, como Estados Unidos, França e Canadá, que durante mais de dois séculos e, através de diversas formas de ocupação, continuam buscando submeter o Haiti e fazê-lo pagar pela ousadia de ter sido o primeiro povo a se livrar da escravatura e universalizar os direitos humanos.
A MINUSTAH, além disso, fracassou a um custo muito grande com relação aos objetivos que ela mesma proclama. Sem se estender muito, as Nações Unidas, OEA, o chamado “CoreGroup da comunidade internacional”, devem se responsabilizar pela manipulação escandalosa as eleições presidenciais 2010/2011, de terem continuado aplaudindo o adiamento de quatro anos das eleições legislativas e locais requeridas pela Constituição haitiana. Além de tudo, continuam enaltecendo como um “importante avanço”, o escrutínio realizado no último dia 9 de agosto, com todo tipo de violência e irregularidades denunciadas por organizações haitianas, no qual apenas votou 18% do eleitorado – claramente questionando a legitimidade e credibilidade de seus resultados e continuidade.
A MINUSTAH também foi, e continua sendo, responsável por inúmeras violações aos direitos humanos da população, entre elas a violação e abuso sexual de mulheres, meninas, meninos e jovens. Não podemos deixar de mencionar a introdução do cólera que resultou, até a data de hoje, na morte de mais de 8.000 pessoas e a infecção da doença em outras 700.000. Pior ainda é a desculpa da “imunidade diplomática” por trás da qual as Nações Unidas e todos os governos e instituições se auto-outorgam a impunidade por seus crimes.
Não aceitamos que, em nosso nome, em nome das Nações Unidas, um punhado de interesses imperialistas busque impor sua vontade sobre um povo soberano. Rechaçamos que, em nosso nome, se violem a dignidade e os direitos do povo haitiano, começando com seu direito à autodeterminação.
Por isso, pedimos novamente a retirada imediata das tropas estrangeiras que ocupam o Haiti e o fim da MINUSTAH e de toda forma de ocupação estrangeira. Pedimos que as Nações Unidas e todos os governos participantes da MINUSTAH deem o exemplo reconhecendo sua responsabilidade na comissão de graves violações contra o povo haitiano, se submetendo à justiça e assegurando a reparação dos crimes cometidos. Com relação a isso, não podemos deixar de apoiar a recomendação do setor Especialista Independente das Nações Unidas sobre o Haiti e os Direitos Humanos, que há dois anos já pediu a “criação de uma comissão de reparação para as vítimas do cólera, que permitisse fazer um inventário dos danos, oferecer as indenizações ou as compensações pertinentes, identificar os responsáveis e erradicar a epidemia, entre outras medidas”.
Finalmente, fazemos um apelo firme às organizações sociais de nossa região, bem como à comunidade internacional e aos organismos multilaterais de vocação universal e regional que fazem parte, de uma forma ou outra, nas distintas etapas deste infausto processo no Haiti para que adotem medidas autênticas de solidariedade com o povo irmão haitiano. Que essas medidas sejam sustentadas no respeito indeclinável à soberania e autodeterminação para fortalecer e acrescentar as experiências de cooperação e construção de poder popular já existentes no Haiti. Viva o Haiti Livre e Soberano!
Setembro 2015
PRIMEIRAS ASSINATURAS:
Comité argentino de solidaridad con Haití por el retiro de las tropas y el fin de la ocupación – Diálogo 2000/Jubileo Sur Argentina – Servicio Paz y Justicia Argentina – Central de Trabajadores de la Argentina (CTA) Autónoma – Unidad Popular en el Frente Popular – Movimiento por la Unidad Latinoamericana y el Cambio Social (MULCS)
Jubileo Sur/Américas – Servicio Paz y Justicia Coordinación Latinoamericana – Coordinadora uruguaya por el Retiro de las Tropas de Haití – Jubileu Sul Brasil – Servicio Paz y Justicia, Nicaragua – Acción Ecológica, Ecuador – Grupo Tortura Nunca Mais-Rj, Brasil – Instituto Ecuménico de Servicios a la Comunidad, Honduras – Políticas Alternativas para el Cono Sur PACS, Brasil – Red de Ambientalistas Comunitarios de El Salvador RACDES –
Adolfo Pérez Esquivel, Premio Nobel de la Paz – Nora Cortiñas, Madre de Plaza de Mayo Línea Fundadora – Mirta Baravalle, Madre de Plaza de Mayo Línea Fundadora – Claudio Lozano y Víctor de Gennaro, Diputados Nacionales de Unidad Popular – Graciela Iturraspe, Liliana Parada y Eduardo Macaluse, Diputados Nacionales Mandato Cumplido de Unidad Popular – Rubén Giustiniani, Senador del Partido Socialista – Vicente Zito Lema, escritor, personalidad destacada de los DD HH de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires – Alfredo Grande, psicoanalista, director de Atico Cooperativa de Salud Mental – Adolfo “Fito” Aguirre
Sec. de Relaciones Internacionales 
CTA – Autónoma – Ricardo Napurí, ex diputado constituyente y senador peruano.
Envie sua assinatura ou de sua organização para: haiti.no.minustah@gmail.com
Para se manter informado/a sobre as notícias que tratam do Haiti e da Campanha por um Haiti Livre e Soberano, siga o blog: www.haitinominustah.info ou através do facebook: haiti.no.minustah
1915 – 2015
100 Anos de Ocupação! Basta!
Viva a soberania do Povo Haitiano!
Fora Minustah do Haiti!
Campanha pela retirada das tropas de ocupação do Haiti
Para mais informações: http://haitinominustah.info
 

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