Mobilização resultou em reunião para 10 de outubro, para debater ações efetivas da prefeitura para urbanização, saneamento e regularização fundiária da ocupação que reúne mais de 80 famílias

Manifestantes em frente à Habitafor, na capital cearense. Fotos: Daniel Santos

Por Redação Jubileu Sul Brasil – Com informações de Daniel Santos e Viviane Pinheiro Azevedo/Comunicadores locais JSB

Lideranças da comunidade Raízes da Praia vão participar de uma reunião no próximo dia 10 de outubro, às 9h, para tratar da urbanização, saneamento básico e regularização fundiária da área, em Fortaleza (CE). A agenda é resultado do protesto realizado pelos moradores da Raízes da Praia na manhã desta quarta-feira (28), em frente à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), reivindicando medidas efetivas por moradia digna e diálogo com o secretário Adail Fontenele.

A manifestação foi liderada pela comunidade Raízes da Praia e pelo Movimentos dos Conselhos Populares (MCP), com participação da Frente de Luta por Moradia e do Conselho Gestor da ZEIS Praia do Futuro.

A iniciativa contou com apoio da Rede Jubileu Sul Brasil, com assessoria jurídica de advogadas Lana Costa e Lourdes Vieira, do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar (EFTA), e assessoria da articuladora Nenzinha Ferreira. Além de moradores, MCP e gestores da Habitafor, a reunião de 10 de outubro terá representantes das secretarias de Infraestrutura (Seinfra) e de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) de Fortaleza.

A comunidade Raízes da Praia foi atingida por um incêndio em 10 de setembro, resultado de 13 anos de descaso do poder público com as reivindicações por direito à moradia das mais de 80 famílias, que formaram a ocupação há 13 anos numa área abandonada. O impasse é porque a região é próxima à turística Praia do Futuro e alvo de especulação imobiliária na capital cearense.

Já no diálogo com a Habitafor após o protesto neste 28 de setembro, as lideranças recebidas pela secretaria reforçaram que a comunidade quer regularizar a matrícula dos imóveis, além de obras de  saneamento e urbanização. Também cobraram agilidade junto à Procuradoria Geral do Município (PGM) para negociação com o antigo proprietário da área, que ainda tem ação de reintegração de posse tramitando na PGM.

Lideranças das comunidades, de organizações, movimentos e advogadas em apoio às famílias da Raízes da Praia

“Hoje saímos com a reunião encaminhada pela Habitafor, a Seinfra e a Seuma de Fortaleza para ver os encaminhamentos e o que podem fazer pela Raízes da Praia. Já são 13 anos esperando resposta do poder público”, afirma Maria Marlita da Silva, moradora da Raízes da Praia.

Para a jovem liderança Taciana Bezerra, “estamos há 13 anos nessa luta e são várias promessas. Parece que está muito distante, mas junto com a comunidade, com o povo unido, vamos conseguir vencer e conquistar nossa moradia”.

A Raízes da Praia é um dos territórios da Ação Mulheres por Reparação das Dívidas Sociais. A iniciativa ocorre em parceria em uma parceria entre o Jubileu Sul Brasil, 6ª Semana Social Brasileira (SSB) e Central de Movimentos Populares (CMP), com apoio do Ministério das Relações Exteriores Alemão, que garantiu ao Instituto de Relações Exteriores (IFA) recursos para implementação do Programa de Financiamentos Zivik (Zivik Funding Program).

As ações também integram o processo de fortalecimento da Rede e suas organizações membro, e contam ainda com apoios da Cafod, DKA, e cofinanciamento da União Europeia.

O conteúdo desta publicação é de responsabilidade exclusiva da Rede Jubileu Sul Brasil. Não necessariamente representa o ponto de vista dos apoiadores, financiadores e cofinanciadores.

Confira o álbum de fotos:

Protesto por direito à moradia na comunidade Raízes da Praia (CE)

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