“A CESE é ousadia. A CESE é resistência. A CESE é transformação”, afirmou Eliana Rolemberg, em tarde marcada por depoimentos e testemunhos da atuação histórica da CESE no apoio à luta dos movimentos sociais e democratização do Brasil.
“Nós temos a consciência de que a CESE teve um papel muito importante nesses 40 anos, porque esteve o tempo inteiro ligada aos movimentos. Foi uma madrinha da maior parte dos movimentos sociais que surgiu no Brasil: movimento sem terra, de mulheres, quilombolas, dos povos indígenas, entre outros”, afirmou João Pedro Stédile, representante do MST, na Sessão Especial de 40 anos da CESE, realizada na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, no último dia 6 de junho.
A sessão fez parte das primeiras atividades da celebração “CESE: 40 anos de luta por Direitos Humanos, Desenvolvimento e Justiça”. Na ocasião, estiveram presentes diversas personalidades, entre líderes políticos, representantes dos movimentos sociais, de Igrejas, organizações parceiras, amigas e amigos da CESE. No mesmo dia, pela manhã, foi realizado um Culto Ecumênico na Cúria Metropolitana do Bom Pastor, com a presença de diversas lideranças religiosas e organizações ecumênicas. Várias agências de cooperação enviaram mensagens e a ICCO (agência holandesa) se fez presente, representada por sua coordenadora regional sulamericana.
Os depoimentos emocionantes de Stédile e do Cacique Babau, representante do apoio da CESE aos povos indígenas, levantaram salvas de palmas ao cobrar a ação do governo na defesa dos direitos das minorias políticas, como mulheres, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas, como a ação mais efetiva contra a exploração predatória dos recursos naturais e os conflitos em terras indígenas.
A Ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), lembrou a presença constante da CESE em sua militância política no movimento negro e de mulheres e, mesmo sem concordar necessariamente com algumas propostas, sempre respeitou a diversidade e esteve ao lado do movimento negro no Brasil, contrariando o que era central na época. “A CESE hoje se constitui como uma parceira importante do movimento negro, principalmente na Bahia. Ela é extremante importante para o trabalho das comunidades negras tradicionais. Portanto, é que digo junto com os demais que aqui estão, que vamos ainda precisar da CESE por alguns anos”, afirmou a Ministra.
Marizelha Carlos Lopes, do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), também falou sobre o impacto da CESE em sua vida. Para ela, o apoio e ações de formação da organização tiveram papel fundamental em sua transformação pessoal.
“A CESE, com tão pouco em recurso, consegue fazer um bem tão grande para nossas comunidades, nossas vidas… A gente vê a CESE, em seus 40 anos, como um incentivo a continuar resistindo. Comemoramos esse aniversário como uma data importante, pois sem esse apoio da CESE seria bem mais difícil, teríamos menos condições de continuar resistente”, afirmou ela.
Na Direção Executiva da CESE por 13 anos, Eliana deu início a sua fala lembrando a necessidade da CESE existir e sua relação com os movimentos sociais, agências de cooperação internacional e Igrejas. “A CESE é ousadia. A CESE é resistência. A CESE é transformação”.
Também presente na história da CESE por décadas, Anivaldo Padilha, membro do Grupo de Trabalho sobre Igrejas, da Comissão da Verdade, lembrou a atuação da organização na difícil época em que foi criada. “Nós sabemos que a CESE teve papel importante na luta contra a ditadura e a redemocratização do Brasil. Ela apoiou lutas e continua apoiando os mais vulneráveis. Teve um papel significativo na luta por direitos humanos, pela anistia e tantas outras lutas”.
Ainda sobre a criação da CESE, Eleni Rangel, Presidente da instituição, lembrou que o objetivo era “desafiar as igrejas evangélicas históricas a voltar sua atenção e prioridade para a região mais pobre do Brasil, o Nordeste, apoiar pequenos projetos comunitários e estreitar o diálogo com a Igreja Católica para uma experiência comum”.
A Deputada Neusa Cadore, proponente da sessão em homenagem à CESE, afirmou: “mais do que financiar projetos, a CESE contribuiu para a organização da sociedade civil, para a valorização do semiárido, para o empoderamento das mulheres, para a valorização da juventude, dos negros e dos índios, para a conquista do direito a ter direito”. A CESE, continua a deputada, “espalhou sementes de cidadania que brotaram em diversas partes do país e do mundo a esperança de uma vida melhor”.
Estiveram presentes na mesa, também, Moema Gramacho, representando o governador do Estado, Jacques Wagner; o vice-presidente da Assembleia, deputado Yulo Oiticica; Vera Lúcia Barbosa, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, e o Secretário de Cultura, Albino Rubim.
Ao fim da sessão, a CESE lançou seu livro “CESE: 40 anos de luta por Direitos Humanos, Desenvolvimento e Justiça”, que narra o contexto político em que foi criada e o trabalho que vem desenvolvendo ao longo de quatro décadas, ao mesmo tempo em que busca ligar essa ação ao desenvolvimento do país.
O Culto e a Sessão contaram com a apresentação da Orquestra Santo Antonio, de Conceição de Coité – BA. Os jovens coiteenses emocionaram os participantes dos eventos.
Outra forma de comemoração dos 40 anos da CESE é a exposição “Direitos Humanos em Imagem”, composta por 12 peças do artista plástico J. Cunha, que ilustra o apoio da CESE nas diversas áreas ligadas aos Direitos Humanos. A exposição, que ficou na Assembleia Legislativa de 03 a 06 de junho, seguirá para outros locais em breve.
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