Por Século Diário
rio-doceComunidades atingidas pelo crime da Samarco/Vale-BHP no Espírito Santo e Minas Gerais receberão entre esta segunda e sexta-feiras (11 e 16) a Caravana Territorial da Bacia do Rio Doce. O projeto reúne 150 pessoas, que divididas em quatro rotas, denunciarão as violações de direitos humanos e histórias de resistências registradas nos municípios que amargam os impactos da maior tragédia socioambiental do País.
Formada por representantes de universidades e de 40 organizações da sociedade civil, a Caravana tem ainda a missão de construir convergências e agregar forças aos atingidos, seja em debates sobre as causas e consequências do crime, como apontando atividades produtivas viáveis, como a agricultura familiar, camponesa e agroecológica.
Além disso, busca despertar nas comunidades o debate necessário para que novos crimes não se repitam e que o Estado seja cobrado em seu papel de defesa do meio ambiente e da saúde, bem como na punição aos responsáveis.
A rota do Espírito Santo terá início nesta terça-feira (12) e passará na Capital; no município de Anchieta (sul do Estado), que abriga o complexo industrial da Samarco; em Barra do Riacho (Aracruz); e Regência (Linhares), onde está localizada a foz do rio Doce. Na vila de pescadores que registrou o encontro dos rejeitos com o mar, será realizado um ato político.
Também estão no percurso o Assentamento Sezínio, em Linhares (norte do Estado), e as cidades de Colatina e Baixo Guandu, no noroeste capixaba.
No Espírito Santo, são esses os três municípios atingidos pela lama do rompimento da barragem em Mariana (MG) que ocorreu em cinco de novembro de 2015, mas continua a vazar pela bacia do rio Doce.
Já em Minas Gerais, além das comunidades atingidas, serão realizadas visitas aos índios Krenak, em Resplendor.
As quatro rotas que sairão das regiões do alto, médio e baixo rio Doce se reunirão em Governador Valadares nas próximas quinta e sexta-feiras (15 e 16), quando serão relatas as experiências e realizados debates e atos públicos para denunciar a invisibilidade e impunidade do crime.
Integram a Caravana entidades como a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Articulação Mineira de Agroecologia (AMA), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento dos Atingidos por Mineração (MAM), além de instituições de ensino, como a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

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