Lideranças comunitárias e parlamentares da Assembleia Legislativa do Ceará debateram o “Sisteminha” de segurança e soberania alimentar no enfrentamento à fome e à miséria. Com criação de peixes, galinheiros e hortas comunitárias, o “Sisteminha” foi implementado na comunidade Raízes da Praia e no Conjunto Palmeiras, numa parceria entre o Jubileu Sul Brasil e o Movimento dos Conselhos Populares (MCP).

Moradores das comunidades acompanharam a audiência na Alece. Foto: Francisco Vladimir

Por Flaviana Serafim – Jubileu Sul Brasil

“Discutir tecnologia de Sisteminhas e Quintais Produtivos no combate à fome” foi o tema da audiência pública realizada nesta quarta-feira (29), na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), com a participação de representantes do Movimento de Conselhos Populares (MCP), organização membro do Jubileu Sul Brasil em Fortaleza (CE). A audiência atendeu ao requerimento de autoria da deputada Larissa Gaspar e dos deputados Renato Roseno e Missias Dias.    

Em Fortaleza, o “Sisteminha” está presente na comunidade Raízes da Praia e no Conjunto Palmeiras, tendo contado com apoio da Rede numa parceria com o MCP para criação de peixes, galinheiros e hortas comunitárias. Esse modelo agrícola sustentável foi criado em 2002 pelo pesquisador Luiz Carlos Guilherme, então doutorando em zootecnia na Universidade Federal de Uberlândia, e aperfeiçoado pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária para que pudesse ser replicado em todo o país. 

Parlamentares, lideranças do MCP e moradores na audiência pública sobre o Sisteminha. Foto: Taciane Soares

Também conhecido nas comunidades de Fortaleza como “Quintal da esperança” e “Quintal produtivo”, o Sisteminha foi implementado na capital cearense em 2021, em meio à crise da pandemia, como forma de garantir segurança e soberania alimentar. A iniciativa liderada pelo MCP é reconhecida por parlamentares do Ceará, tanto deputados quanto vereadores que têm acompanhado a iniciativa de perto. A luta do MCP segue para que o modelo se efetive como política pública, ampliando os Sisteminhas para outras comunidades vulneráveis.

Para Vladimir Francisco, articulador do Cone Sul no Jubileu Sul/Américas, o Sisteminha tem sido um caminho importante de superação da fome nos territórios onde o Jubileu Sul Brasil atua em aliança com o MCP: 

“O MCP tem contribuído para que outras comunidades também iniciem práticas de soberania alimentar pelo Sisteminha, e criando ainda espaços de debate. Essa audiência pública na Assembleia Legislativa do Ceará é um exemplo de que tem se dado espaços importantes, através do movimento popular, para que se possa superar a fome e a miséria”, afirma o articulador. 

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