A vida acadêmica de estudantes indígenas aldeados e quilombolas está em jogo. Segundo os estudantes a bolsa permanência a que têm direito a partir do ingresso na Universidade esta prestes a acabar. “Se é que já não acabou. Essa bolsa serve para custear nossos gastos na cidade e nos ajudar nos estudos”, revelou uma das indígenas que assina a petição que coleta assinatura pela internet pela abertura de bolsas permanência.
Confira a carta dos estudantes dirigida ao ministro da Educação Rossielli Soares da Silva.
“Nós, estudantes indígenas das cinco regiões do País e quilombolas, estivemos reunidos no dia 29 de maio de 2018 na sede do Ministério da Educação (MEC) em audiência com o Ministro Rossieli Soares da Silva.
No cenário atual vale destacar alguns dados que refletem a demanda, segundo dados apresentados pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e inclusão (SECADI) do MEC, demonstram que para o primeiro semestre de 2018 temos uma demanda de 2.500 novos estudantes indígenas e quilombolas para acessarem o Programa Bolsa Permanência, pensando em uma projeção até o fim de 2018 teremos a necessidade de aproximadamente 5.000 novas vagas para o programa.
Durante a reunião foi apresentada a proposta do Ministro em oferecer 800 novas vagas para novos estudantes indígenas e quilombolas das universidades e institutos federais para o ano de 2018, em resposta as reivindicações ocorridas durante o 15º Acampamento Terra Livre em Brasília – DF. A segunda proposta é que seria criado um Grupo de Trabalho (GT), com o objetivo de criar critérios para o acesso dos novos acadêmicos indígenas e quilombolas no Programa Bolsa Permanência.
Diante desta situação, nós estudantes indígenas e quilombolas, repudiamos a proposta apresentada, pois não contempla as nossas realidades vividas nas Universidades. Ao nosso ver, a proposta fere os direitos dos povos, nos põe em uma situação de conflito com os próprios parentes indígenas e quilombolas, dado que o momento é de UNIÃO e SOMAR FORÇAS.
Agradecemos o apoio daquelas universidades que se fizeram presente nesta audiência e aquelas universidades e institutos federais com as suas mobilizações nas bases. Assinam os representantes indígenas e quilombolas das seguintes Universidades:
UnB- Universidade de Brasília
UFOPA – Universidade Federal do Oeste do Pará
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
UFSB – Universidade Federal do Sul do Bahia
UFBA – Universidade Federal da Bahia
UFSM – Universidade Federal de Santa Maria
UFG – Universidade Federal de Goiás
UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso
UFPA – Universidade Federal do Pará
UFMA – Universidade Federal do Maranhão
CEQ – Coletivos de Estudantes quilombolas (UFOPA)
DAIN – Diretório Acadêmico Indígena (UFOPA)
CITA – Conselho Indígena do Tapajós e Arapiuns
MUPOIBA – Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia
NEI – Núcleo de Estudantes Indígenas da UFBA
AAIUnB – Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB
REJUIND – Rede de Juventude Indígena Comissão Nacional de Estudantes Indígenas do Brasil
LASIPA – Liga Acadêmica de Saúde Indígena do Pará
CIDF – Conselho Indígena do Distrito Federal
APIB – Articulação dos Povo Indígenas do Brasil
CIMI – Conselho Indígena Missionário
CNEEI – Conselho Nacional de Educação Escolar Indígena
Assine a petição

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