cartazHaitianos que vivem atualmente no Brasil, moradores dos complexos do Alemão e Maré, do Rio de Janeiro, movimentos sociais, sindicatos, organizações diversas, estarão presentes no Seminário Nacional Sobre o Haiti: Construindo Solidariedade, que acontecerá nos próximos dias 22 e 23 de maio em São Paulo. A atividade marca o rechaço pelos 10 anos de ocupação das tropas da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah) no país caribenho e intensifica as ações coletivas da Campanha Permanente de Solidariedade com o Haiti.

A proposta deste seminário é ampliar a luta e fortalecer o posicionamento de que o Haiti não precisa de tropas para que sua população tenha sua soberania garantida. Para dar um contexto verídico e atual, o seminário contará com presença de haitianos vindos dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre e Amazonas, que darão seu depoimentos sobre aspectos políticos, sociais e econômicos do país.

A ideia de fazer o seminário surgiu da necessidade de incorporar mais setores e organizações à Campanha para que as ações sejam mais incisivas, uma vez que desde que a Minustah ocupou o Haiti as denúncias de violações aos direitos humanos só aumentam, sem que as autoridades tomem as devidas providências pela retirada das tropas, que estão sob comando brasileiro.

A presença de delegações de moradores dos complexos do Alemão e Maré, do Rio de Janeiro, será de extrema importância para a contribuição deste momento da Campanha e para entender o processo de militarização tanto no Haiti quanto o que vem se instalando nas favelas. Ao longo de todos estes anos de ocupação, o território haitiano também vem sendo usado como campo de treinamento para o exército brasileiro. O resultado disso são ações repressoras que se reproduzem nas favelas e comunidades brasileiras através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

Gisele Martins, comunicadora que mora na Maré, afirma que desde a implantação da UPP os/as moradores/as sofrem com vários tipos de violações aos seus direitos. Menciona também os casos de execuções feitas pelos policiais. “A UPP entrou aqui há um ano. São gastos exorbitantes para mantê-los na favela. Os dados da Polícia informam que nesse período foram 20 mortes, mas nós sabemos que esse número é bem maior. Há violações como invasão das casas, revistas constantes, mototaxistas são impedidos de trabalhar, precisamos pedir permissão da Polícia para fazer eventos que já fazem parte da nossa cultura de favela. Trata-se de uma criminalização da pobreza. Sem falar que eles atiram em qualquer horário, próximos de escolas, com moradores passando nas ruas”, fala Gisele.

O Seminário surge, então, para aumentar o conhecimento sobre o contexto atual entre Haiti e Brasil, para que se possa avançar e fortalecer a campanha de forma unificada.

Para ler a convocatória: http://jubileusul.org.br/nota/2834
Campanha de Solidariedade com o Haiti: http://jubileusul.org.br/temas/haiti
Inscrições através do link: http://goo.gl/forms/HQu7QqYM9J (até o dia 18 de maio de 2015)
Informações: secretaria@jubileusul.org.br

Locais:
Dia 22 de maio – Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (Rua Rego Freitas, 530, 1º andar, República – São Paulo)
Dia 23 de maio – Defensoria Pública do Estado de São Paulo (Rua Boa Vista, 200, auditório térreo – São Bento – São Paulo)

Programação

Dia 22/maio
14h Mística, apresentação dos participantes, apresentação dos objetivos.

1º momento:14h30 – Análise de conjuntura política sobre o contexto em que se encontra o Haiti na nossa região da América Latina e Caribe (contexto de militarização) e como o Brasil está atuando na região.

 2º momento: 16h30 – Depoimento dos migrantes Haitianos convidados (5 min cada – PR, SC, RS, AC e AM) e depoimentos de moradores do Alemão e da Maré (Rio de Janeiro).

17h – apresentação do documento que orientará a Campanha de Solidariedade com o Haiti

3º momento: 19h30 – Roda de Conversa com os migrantes haitianos – dividiremos o grupo em dois para fazer as conversas nos dois locais.

Dia 23/maio

9h-  4º momento: Retomada dos acordos do documento para a Construção da Campanha permanente de Solidariedade – Basta de Ocupação – e a construção coletiva dos eixos e objetivos da Campanha, das ações, passos, materiais e agenda/datas, incidência no governo – construir um documento/carta para ser entregue nessas incidências (audiências na Câmara dos Deputados Federais, Secretarias, Ministérios, etc.), além de estratégias para fortalecer a campanha no Brasil e América Latina.

– Provocação inicial para o trabalho em grupos

– Trabalho em Grupos

– Plenária

– Debate e encaminhamentos.

Encerramento às 16h.

Contato Imprensa:
Rogéria Araújo – (85) 86838141
Francisco Vladimir – (85) 99697804 ou (85) 8922.0089.

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