Encontro virtual reúne comunicadores para trocar ideias e refletir sobre os desafios da promoção do Bem Viver, com foco na Ecologia Integral e no Ano Jubilar da Igreja

Cláudia Pereira | Cepast-CNBB

Em um encontro virtual marcado por acolhimento, escuta e troca de ideias, comunicadores das pastorais sociais se reuniram na última sexta-feira (21/02) para fortalecer a promoção do Bem Viver dos Povos da cidade, do campo, das florestas e das águas. O 3º encontro de comunicadores proporcionou um espaço de reflexão sobre os desafios enfrentados e de partilha de ideias para fortalecer as ações e amplificar as pautas das pastorais e organismos neste ano de 2025.

Com destaque para o tema da Campanha da Fraternidade, que este ano debate a Ecologia Integral, os comunicadores refletiram sobre a integralidade do Ano Jubilar da Igreja, que está alinhado com o Projeto Popular “Brasil que queremos: o Bem Viver dos Povos”, e o 14º Muticom, que será realizado em Manaus no mês de setembro.

O encontro foi dinâmico e participativo, com momentos de interação e escuta. Os participantes fizeram uma breve memória do encontro presencial, realizado em dezembro de 2024, que fortaleceu a luta dos povos e o cuidado com os comunicadores, além de traçar estratégias para reverberar as pautas das pastorais sociais.

A assessora da Cepast-CNBB, Alessandra Miranda, falou sobre o Projeto Popular, relembrando o processo de construção destacando a importância de conectar as ações já realizadas com o Projeto Popular “Brasil que queremos: o Bem Viver dos Povos”, fruto da 6ª Semana Social Brasileira. O projeto abrange diversas áreas, como a luta por terra, teto e trabalho, e a comunicação tem o papel de reconhecer e animar as iniciativas em andamento.

“Projeto Popular é nosso. É muito importante que a gente caminhe nessa direção de um projeto para o Brasil, que é de todas e todas nós, mesmo com as dificuldades que nós estamos enfrentando atualmente, do ponto de vista social, econômico, ambiental do Brasil, sobretudo muitas preocupações, mas que a gente tem que engrenar para seguir adiante dando nome e identidade ao que a gente faz”, destacou Alessandra.

Encontro virtual (21/02). O encontro foi encerrado com a oração de São Francisco, deixando um sentimento de que há muito mais a ser explorado e debatido.

A exibição de um vídeo da atriz Denise Fraga, que aborda a pergunta de Eduardo Galeano sobre para que serve a utopia, gerou reflexões, partilhas e momento de escuta entre os participantes. A comunicadora Adi Spezia, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), relacionou a busca pela utopia à necessidade de tocar corações e abrir ouvidos, enfatizando a importância da comunicação como ferramenta de transformação social.

“O poema do Galeano continua atravessando anos e transformando a gente. E me faço aquela pergunta: como é que a gente vai chegar em certos ouvidos, se ganharmos as pessoas. E penso, que bom que nos reunimos novamente para discutir isso, porque eu acho que de todos os grupos coletivos que a gente acompanha, este é um dos poucos que trabalham a linha para uma comunicação sociotransformadora, que também é política, que cuida das pessoas, e não só cuida das pessoas, mas cuida da espiritualidade”, refletiu Adi.

A coordenadora nacional da Pastoral dos Surdos, Thaís Helen Cortez, chamou a atenção para a importância da acessibilidade na comunicação, especialmente para os surdos, que muitas vezes não têm acesso às informações e não entendem o significado do Ano Jubilar da igreja católica. Ela enfatizou a necessidade de formar mais intérpretes católicos e garantir que as informações cheguem a todos os surdos por meio de diversas mídias e livros.

Os participantes também compartilharam pautas e agendas que envolvem as pastorais sociais, como a Campanha da Fraternidade, a COP30 e o 14º Muticom, que geram estratégias e momentos de incidência política para as lutas dos povos e especialmente para as pautas especificas das pastorais sociais.

Henrique Cavalheiro, comunicador da Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP), apresentou um resumo das propostas do próximo Muticom e reforçou a importância da participação dos comunicadores de cada pastoral no evento, que este ano abordará o tema “Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa”.

“Acho que essa é a tentativa que estamos falando desde o início, quando nos propusemos a fazer uma aliança com a comunicação Sociotansformadora. Precisamos nos inserir nesses espaços e provocar a inquietude e colocar nossa opinião e mostrar que também se faz comunicação da igreja no campo Sociotransformador”, ressaltou Henrique.

O encontro foi encerrado com a oração de São Francisco, deixando um sentimento de que há muito mais a ser explorado e debatido.

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