Cúpula dos Povos Rumo à COP 30 articula mais de 400 entidades para participação popular na 30ª Conferência do Clima
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Por Flaviana Serafim – Jubileu Sul Brasil
Centenas de pessoas realizaram protesto por justiça climática, com ato público nesta terça-feira (4) na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro (RJ), reunindo movimentos populares, sindicatos e organizações da sociedade civil. A iniciativa é da Cúpula dos Povos Rumo à COP 30, uma articulação de mais 400 entidades nacionais e internacionais, para engajar e ampliar a voz da sociedade nos debates e decisões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorre em novembro, em Belém do Pará.
Representantes das organizações da Cúpula estão construindo calendário de mobilização e incidência política ao longo de 2025, em reunião entre os dias 3 e 9 de fevereiro, na capital fluminense.
“Vamos à Belém, mas Belém é aqui e agora, temos que nos articular com essa agenda. Vamos defender principalmente os povos, porque são os ribeirinhos, mulheres, indígenas, quilombolas, periferias e favelas que estão em jogo se avançar a agenda do clima como está na COP 30”, afirma a educadora popular Sandra Quintela, da coordenação da Rede Jubileu Sul (JSB).
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“O que está em jogo é a financeirização da natureza, a venda do ar que a gente respira, da água que bebemos, da biodiversidade, dos rios, dos povos de tudo. (…) O calor é maior nas favelas, periferias. Os países pobres estão sofrendo muito mais, por isso a COP 30 é uma agenda para o povo pobre”, completa.
No protesto, Sandra Quintela chamou atenção para o aumento da dívida pública, que chegou a R$ 9 trilhões em 2024, consumindo recursos que poderiam ser investidos na população frente às mudanças climáticas, além da saúde, educação e trabalho.
Também alertou para o aumento da dívida ecológica, que é causada pelas violações socioambientais. Um exemplo é a impunidade de empresas poluidoras como a Ternium, que fica no bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. Maior siderúrgica da América Latina, a empresa despeja 10 milhões de toneladas de CO2. Há anos o Instituto PACS vem denunciando o histórico de violações da Ternium, os vários danos causados no território e os impactos no aquecimento global com a emissão de poluentes.
Para saber mais, acesse a cartilha “Mudanças Climáticas e Siderurgia: Impactos locais e globais da Ternium Brasil”, produzida pelo Instituto Pacs em parceria com o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, organizações membro da Rede JSB.
Foto de capa: Mídia Ninja