A votação nestes último domingo, 11 de dezembro de 2011, entra para a história do povo do Pará. Qual o significado do não nas urnas?
Antes de mais nada quero deixar claro que votei no “Não!”, como fizeram cerca de 70% dos “Parauras”’. E então, Isso quer dizer que vencemos?
De frente para urna eletrônica, entre um “confirme” e outro, a minha angústia era: Como os trabalhadores e o povo pobre das regiões, sul, sudeste e do Pará vão nos interpretar?
Quero dizer-lhes que nos dois dias que antecederam o plebiscito eu perambulei, com uma pessoa de 70 anos, entre o pronto socorro de Ananindeua, o da 14 em Belém e o do Guamá em busca de encontrar um diagnóstico pra sua enfermidade e, bem vocês sabem o que ocorre naqueles corredores cheios de macas, gemidos, e uma espera sempre interminável por um heroico profissional de medicina, que precisa fazer das luvas uma liga pra amarrar os braços dos pacientes visto que até isso acabou no PSM.
Quero dizer-lhes que nos dois dias que antecederam o plebiscito eu perambulei, com uma pessoa de 70 anos, entre o pronto socorro de Ananindeua, o da 14 em Belém e o do Guamá em busca de encontrar um diagnóstico pra sua enfermidade e, bem vocês sabem o que ocorre naqueles corredores cheios de macas, gemidos, e uma espera sempre interminável por um heroico profissional de medicina, que precisa fazer das luvas uma liga pra amarrar os braços dos pacientes visto que até isso acabou no PSM.
De frente pra urna essas cenas me vieram a cabeça, eu via o rosto dos enfermos, a tosse, o calor e o empenho e a dedicação da maior parte dos enfermeiros, técnicos e médicos; As cenas eram sequenciais: A ambulância de Ananindeua, levando minha mãe pra 14, os corredores da 14 e as 3h horas de espera sem conseguir o devido atendimento e, por fim, de minha mãe deitada em um banco de madeira no corredor do PSM do Guamá.
Pois bem, eu que já tinha uma opinião política contra a divisão do Estado, apertei com mais convicção ainda duas vezes 55; Por que? Porque sei que grande parte dos trabalhadores e da juventude pobre das regiões do Tapajós e Carajás e mesmo da grande Belém votaram 77, não exatamente pela divisão, mas nutridos pela esperança de que tendo os seus próprios Estados seu sofrimento quotidiano diminuiria, especialmente nas áreas da Saúde, Educação, Moradia e emprego.
Os políticos tradicionais das duas frentes, contra e a favor, não tomaram suas posições pensando como nós pensamos, até porque eles não sentem na pele essas consequências. Eles foram movidos por outros interesses; O de se manterem no poder e junto com os ricos, fazendeiros e empresários que financiam suas campanhas, nos usam, nos desrespeitam e se aproveitam dessas dificuldades, que eles mesmos nos impõem, para discursarem e chafurdarem com aquilo que eles mais sabem desenvolver, a hipocrisia!
É por isso que o que nós vimos foram políticos, muitas vezes de um mesmo partidos, defendendo coisas diferentes, conforme sua implantação eleitoral e seus projetos corruptos, econômicos e financeiros. Não, não sobre a nossa desgraça!
A maioria do nosso povo manteve o Pará unido e agora temos um outro desafio: Temos de estar todos juntos exigindo a verdadeira divisão que interessa a quem vive do seu trabalho, com honra e honestidade; O que precisa ser dividido é a riqueza que nós produzimos e que eles, os fazendeiros e grandes empresários, ficam com tudo e, com apoio desses corruptos políticos, não nos deixam se quer o direito a um leito de hospital, seja na região de Carajás, Tapajós ou na Grande Belém.
É difícil de entender mas é como se concluíssemos que: O “Não” ganhou, e de algum modo nós os derrotamos, mas como estamos jogando no jogo deles (com as regras deles) trata-se de uma vitória momentânea e incompleta. É preciso defender a divisão de nossas riquezas entre todos nós e isso eles nunca fizeram, nem mesmo na Grande Belém e muito menos nas regiões do Carajás e Tapajós, e não vão fazer; Essa terá de ser um tarefa nossa, de nossa classe, a classe trabalhadora e, não tenham dúvidas, não será feita com eles e sim contra eles.
É difícil de entender mas é como se concluíssemos que: O “Não” ganhou, e de algum modo nós os derrotamos, mas como estamos jogando no jogo deles (com as regras deles) trata-se de uma vitória momentânea e incompleta. É preciso defender a divisão de nossas riquezas entre todos nós e isso eles nunca fizeram, nem mesmo na Grande Belém e muito menos nas regiões do Carajás e Tapajós, e não vão fazer; Essa terá de ser um tarefa nossa, de nossa classe, a classe trabalhadora e, não tenham dúvidas, não será feita com eles e sim contra eles.
Atnágoras Lopes, Membro Sec. Exec. Nacional da CSP-Conlutas