As atividades marcaram a continuidade das iniciativas locais e a escolha de prioridades no planejamento 2023.
Por redação | Jubileu Sul Brasil
Entre os dias 10 e 11 de dezembro a equipe executiva da Rede Jubileu Sul Brasil em Fortaleza esteve reunida. “Foram dois dias de avaliação e planejamento com toda a equipe do Ceará que conta com articuladora, mobilizadora, sistematizadora, assessoria jurídica e de comunicação, outras assessorias técnicas, assim como a presença de mulheres das comunidades. Com esse grupo avaliamos as ações de 2022 e projetamos as ações e prioridades para 2023”. Destaca Nenzinha Ferreira que atua como articuladora local em Fortaleza.
“Como Rede Jubileu Sul Brasil temos buscado a articulação das organizações membro nos territórios e esse processo não se dá apenas a partir de um projeto específico, mas acontece nas cidades, e falando de Fortaleza, acontece com movimentos sociais parceiros, instituições de direitos humanos, parlamentares de uma frente de esquerda e organizações da sociedade civil que lutam por direitos fundamentais, especialmente das mulheres. E nesses dois dias pudemos detectar que nossas parcerias são de fundamental importância para valorizar e fortalecer o trabalho que se realiza há mais de 20 anos, na perspectiva da organização das mulheres”, lembra o articulador da Rede Jubileu Sul/Américas para o Cone Sul, Francisco Vladimir, celebrando a organização popular articulada em Fortaleza, especialmente a partir da atuação do Movimento dos Conselhos Populares (MCP), entidade membro da Rede.
Ainda em Fortaleza, destacam-se também as parcerias da Rede com a Associação de Mulheres em Movimento (Conjunto Palmeiras), Grupo de Desenvolvimento Familiar – GDFAM (Planalto Pici), com as pastorais sociais, Comunidades Eclesiais de Base, Grito dos Excluídos e Excluídas e Movimento de Educação de Base (MEB). “Temos buscado com que a Rede possa garantir, por meio das temáticas da dívida pública e dívidas sociais a luta pelas reparações sociais necessárias, que engloba o direito à cidade, moradia, saúde, saneamento básico, transporte público, educação, participação popular e tudo mais que temos direito”, finaliza Vladimir.
A programação da atividade contou com a análise da conjuntura conduzida por Francisco Vladimir e de Magnólia Said, advogada, educadora feminista e assessora técnica na Ação Mulheres por reparação das dívidas sociais. “Foi muito bom esse momento porque Magnólia e Vladimir fizeram uma contextualização histórica e local, e as mulheres participantes levaram questões fundamentais como o cenário do aumento da fome e da violência, o desafio das facções criminosas nos territórios, entre outros”, conta Nenzinha.
A articuladora destacou também outros momentos do encontro, como os espaços de confraternização ,expressões culturais e atividades para compartilhar experiências e encaminhamentos. “Nos trabalhos de grupos os debates giraram em torno das perspectivas e da atuação dos movimentos sociais e articulações junto aos poderes públicos e parlamentares, na questão mais ampla da participação popular nas várias instâncias: fóruns, conferências, agenda do plano diretor da cidade e também como dialogar a respeito do acesso às emendas parlamentares em benefício das comunidades”, destaca a articuladora.
Entre as prioridades do planejamento das ações para 2023 estão temas como juventudes, mulheres em situação de violência, atendimento psicossocial, sustentabilidade, grupos produtivos, soberania alimentar e articulação local parlamentares foram destacados.
“Nos comprometemos em estar na articulação do Grito dos Excluídos e Excluídas e continuar priorizando a formação como elemento importante, que contribui para a participação política ativa. Queremos dar atenção especial também para o cuidado com a saúde mental das mulheres, homens e juventudes, com desataque para o povo preto, LGBTQIA+ e pessoas que vivem nas comunidades e se cuidam de forma solidária e coletiva. Convidar as esquerdas a saber ouvir essas realidades, indo para além dos momentos eleitorais, fazendo com que haja um compromisso coletivo dos movimentos sociais na luta contra a fome, fomentando e animando para que haja mais solidariedade e segurança alimentar também são nossas prioridades e compromissos”, finaliza Vladimir.
As iniciativas da Ação Mulheres por reparação das dívidas sociais contam com apoio do Ministério das Relações Exteriores Alemão, que garantiu ao Instituto de Relações Exteriores (IFA) recursos para implementação do Programa de Financiamentos Zivik (Zivik Funding Program).
As ações também integram o processo de fortalecimento da Rede Jubileu Sul Brasil e das suas organizações membro, contando ainda com apoios da Cafod, DKA, e cofinanciamento da União Europeia.