Protestos permanecem no país que está sob estado de exceção; na próxima quarta-feira, 9, haverá greve nacional no país
Por Comunicação | Rede Jubileu Sul Américas
Comunidades indígenas, trabalhadores e organizações sociais do Equador mantém protestos contra o aumento do preço dos combustíveis decretado pelo governo de Lenin Moreno, na semana passada. O objetivo do governo é economizar 1,4 bilhão de dólares (5,7 bilhões de reais) por ano, mas o decreto está sendo rechaçado nas ruas de todo o país.
“Mais uma vez, as lógicas de exploração e concentração de riqueza vigentes em nosso país, recaem sobre a população, os territórios e à natureza. Em resposta à pressões do FMI [Fundo Monetário Internacional] e utilizando uma justificativa aparentemente ambiental, o governo elimina os subsídios de todos os combustíveis enquanto as políticas oficiais promovem a expansão das atividades petroleira, mineradora e do agronegócio, que são atividades empresariais com graves responsabilidades frente à mudança climática”, denunciou em nota a Acción Ecológica, entidade membro da Rede Jubileu Sul Américas.
No mesmo documento, a Acción Ecológica denuncia os subsídios oferecidos às empresas do setor produtivo e a flexibilização dos controles ambientais e suas operações com permissão para o desmatamento, para o uso de agrotóxicos. “Por que não se cobram mais impostos das empresas petroleiras ou mineradoras? por que não exigem da Chevron Texaco que paguem sua dívida social e ecológica, calculada em mais de 9 milhões de dólares?
Além pacote de incentivos fiscais para os setores produtivos, a proposta de Moreno cria novas modalidades de contratação de trabalhadores temporários, o que também preocupa as organizações sindicais.
A Confederação de Nacionalidades Indígenas de Equador (CONAIE) unida ao Coletivo Nacional de Trabalhadores, Indígenas e Organizações sociais Populares se declaram em luta permanente e chamam os equatorianos para a Greve Nacional no dia 9 de outubro de 2019.