Programação segue até dia 27 com debates, mesa redonda, audiência pública e lançamento de documentário, entre outras atividades, que contam com apoio do Cimi, membro da Rede Jubileu Sul Brasil

Por Redação Jubileu Sul Brasil, com informações do Conselho Indigenista Missionário – Cimi Regional Sul

Marcando a luta dos povos indígenas por demarcação de territórios, e também dos sem-terra pelo fim da violência no campo, o Abril Vermelho engaja organizações, universidades e movimentos populares de todo o país. No Oeste do Paraná, a programação segue até dia 27, com debates, mesa redonda, audiência pública e lançamento de documentário, entre outras atividades, que contam com apoio do Conselho Indigenista Missionário – Cimi, membro da Rede Jubileu Sul Brasil.

No dia 17 de abril (segunda-feira), a partir das 9h, tem audiência pública na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu para debater o futuro da área do Zoológico Bosque Guarani. O zoológico foi fechado e os animais realocados depois que um relatório do Instituto de Água e Terra do Paraná (IAT) apontar que os bichos estavam expostos “à intensa poluição sonora e visual”.

O destino do bosque continua incerto após o plano de desmobilização, e as comunidades indígenas do Oeste do Paraná reivindicam que a área seja transformada num Espaço Cultural do Povo Guarani para que possam, entre outros, comercializar artesanato tradicional. A audiência pública foi recomendada pelo vereador Adnan El Sayed (PSD), também autor da indicação nº 66/2022, que sugere a criação do espaço cultural à Câmara.

Nos dias 25 e 26, a presença indígena na academia está em debate em encontros que acontecem em parceria com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana – UNILA. A “Presença Indígena na Pós-Graduação: Desafios e Perspectivas (2)”, no dia 25, às 19h, com transmissão ao vivo no canal do Observatório da temática indígena na América Latina (OBIAL) da UNILA. Participam Eliel Benites (Guarani Kaiowá), Antonio Carlos Seizer da Silva (Terena) e Valdelice Veron (Kaiowá).

No dia 26, também às 19h, tem a mesa redonda “A presença Indígena na Universidade”, no anfiteatro do Campus Integração (Av. Tancredo Neves, 3147 – Foz do Iguaçu), com Alberto Mbaraka (Guarani), Rosilea Cruz (Tikuna), Érica Diviana (Nasa), Ana Beatriz Rocha (Xocó). A medição é de Délia Takua Martinez. 

Reparação às remoções forçadas

No dia 27, às 19h, tem lançamento do documentário “Imagem e Memória dos Avá-Guarani Parananenses. Sarambi-pá remoção forçada. O caso de Simão Tupã Retã Vilialva”, sobre o “esparramo total de famílias” indígenas vítimas de remoção forçada de seus territórios ancestrais para a construção da hidrelétrica de Itaipu, como explicam Osmarina de Oliveira e Clovis Brighenti, do Cimi Regional Sul, no dossiê Conflitos territoriais como espaço de disputas entre memória e história: Análise de processos judiciais da Itaipu Binacional contra os Guarani no Oeste do Paraná.

O documentário narra a história da família Vilialva, que residia no tekoha Ocoy/Jacutinga até a década de 1970, quando foram convidados para uma festa do “Dia do Índio” na Terra Indígena rio das Cobras, em Laranjeiras do Sul (PR). O convite foi feito pela Fundação Nacional do Índio (Funai), a família foi levada à festa pelos servidores da Funai com a promessa de que os Vilialva seriam trazidos de volta, o que nunca ocorreu. O cacique Simão retornou ao tekoha a pé, e quando chegou a região já estava sendo alagada pelas águas que formaram o reservatório da hidrelétrica de Itaipu.

O documentário visa dar visibilidade ao crime de remoção forçada dos Ava-Guarani no período da ditadura militar e contribuir para que ocorra uma justa reparação aos indígenas. A luta das comunidades por reparações é apoiada pela Rede Jubileu Sul Brasil, e foi um dos temas centrais do II Seminário Internacional Soberania Energética, Integração Elétrica e Gestão Pública para o Bem Viver, realizado por organizações, sindicatos e movimentos populares em agosto de 2022.

A produção do documentário é resultado do projeto de extensão Memória do Sarambi, da UNILA, a o lançamento é no anfiteatro Martina JU (Av. Tarquínio Joslin dos Santos, 1000 – Foz do Iguaçu), com a presença de Simão Tupã Retã Vilialva, e transmitido ao vivo pelo canal do Observatório da Temática Indígena – América Latina.

Confira a programação completa:

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