Lançado pelo Instituto PACS, o material traz 13 entrevistas realizadas como parte da campanha Mulheres Territórios de Luta
Por Marcos Vinicius dos Santos*
Marcado por invasões e destruição desde o início de sua história, o Brasil insiste em invisibilizar as diversas histórias de seu povo. No centro da questão, as inúmeras violências se voltam principalmente a um alvo especial, o corpo das mulheres. É esse o debate trazido pela publicação “Diálogos da Terra e das Águas: Entrevistas de Campanha”, do Instituto PACS.
Cada uma das 13 entrevistas traz histórias de mulheres atingidas por “megaprojetos de desenvolvimento”, que passam por cima dos seus territórios sem questionar os efeitos nocivos à própria população.
“São complexos industriais que atravessam quilombos, mangues e avançam violentamente sobre o corpo das mulheres. Usinas hidrelétricas que atravessam comunidades ribeirinhas, rios e formas de viver. São mineradoras que crescem sobre casas, nascentes e terras de plantio para subsistência. São siderúrgicas que penetram os lares, os pulmões, a pele e a pesca artesanal. São ferrovias que atropelam quilombos, comunidades, terras indígenas e tantos no caminho”, conta o Instituto Pacs no texto de abertura, escrito por Marina Praça.
Definidos os projetos de “desenvolvimento”, a pergunta que fica é: qual é esse desenvolvimento pregado pelo Estado, e a quem ele serve? Os territórios mais atingidos têm raça, têm cor e têm territorialidades, mas não têm contrapartidas reais aos habitantes dessas regiões.
São as histórias que Teresa Boedo, Rosimere Nery, Zica Pires, Wanessa Afonso, Jamilly do Carmo e Aline Marins, Luciana Melo, Vera Domingos, Antônia Melo, Ana Santos, Angela Cuenca, Tchenna Maso, Francisca Fernandez, Dayane Chaves e Sandra Vita partilham em suas entrevistas.
A publicação foi produzida pelo Instituto PACS, que em parceria com o Jubileu Sul Brasil desenvolve ações no âmbito do projeto Protagonismo da Sociedade Civil nas Políticas Macroeconômicas, cofinanciado pela União Europeia. Confira a publicação:
*Com a supervisão de Flaviana Serafim