Lançamento internacional é neste 22 de julho, com o mote “Fora FMI-Banco Mundial: 80 anos de miséria, devastação e dívidas. Reparações já!”. Data marca os 80 anos da assinatura dos acordos de Bretton Woods, que em 1944 criaram as duas instituições financeiras internacionais com o objetivo de expandir o poder americano e “ocidental” no contexto do pós-guerra.

Por Redação – Jubileu Sul Brasil

Neste dia 22 de julho (segunda-feira), centenas de movimentos populares, redes e organizações da sociedade civil de todo o mundo lançam a campanha “Fora FMI-Banco Mundial: 80 anos de miséria, devastação e dívidas. Reparações já!”. A iniciativa é um apelo à união de forças para pôr fim à ação do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial (BM) e da dívida ilegítima gerada em diversas nações por estas instituições financeiras internacionais – IFIs (confira a íntegra do comunicado da campanha no final do texto).

A data marca os 80 anos da assinatura dos acordos de Bretton Woods, que em 1944 criaram estas IFIs com o objetivo de expandir o poder americano e “ocidental” no contexto do pós-guerra.

Há um conjunto de atividades programadas para a semana de 22 a 26 de julho marcando o lançamento, mas a campanha prossegue ao longo de 2024 para “denunciar e impedir o avanço da atual ‘agenda verde’ destas IFIs, dos governos e dos interesses privados que as controlam e são seus beneficiários, uma agenda que propõe falsas soluções para a crise socioecológica, climática, econômica e política que vivemos”, afirmam as entidades em documento da campanha. Estão previstos uma série de vídeos, estudos e análises sobre os impactos das políticas de austeridade e outras que vêm sendo impostas nos vários países ao longo de oito décadas, e também a realização de “Tribunais dos Povos e da Natureza contra o FMI e o BM”.

A economista e educadora popular Sandra Quintela, da coordenação da Rede Jubileu Sul Brasil, ressalta o quanto segue atual o embate contra essas instituições financeiras internacionais. “O FMI continua atual no sentido de que a política de austeridade e de ajuste fiscal continua ativa, antes no Sul global e hoje no mundo inteiro. As políticas de austeridade viraram uma tônica em todos os países do mundo’, pontua.

Sobre o BM, a economista completa que o banco “está sempre à frente dos processos de novas fronteiras de acumulação de capital. Está à frente da discussão sobre descarbonização da economia, da transição energética e a economia ‘verde’. Ou seja, financeirizando e transformando em commodities tudo o que não era até então, como é o mercado de carbono, a natureza, a energia”, critica. 

A socióloga Martha Flores, secretária regional da Rede Jubileu Sul/Américas (JS/A), afirma que continuam sendo fundamentais as ações para denunciar o papel que as IFIs têm sobre a vida dos povos. “É fundamental entender o modelo no qual se estrutura a lógica de vida do mundo, as relações comerciais e entre as pessoas, pois toda essa dinâmica de vida que conhecemos na atualidade está estreitamente vinculada com a forma como as IFIs têm desenhado, inclusive sermos importante força de trabalho para acumular capital”.

Na visão da socióloga, “é importante entendermos essa relação com os modelos de democracia, as formas como queremos estabelecer nossos governos e relações políticas. Tudo isso está mediado por essas instituições com uma visão colonial, racista, conservadora e patriarcal. O FMI e o Banco Mundial, através do capital, são instrumento de controle e opressão”, destaca a dirigente.

Debates e mobilização global

As entidades engajadas na campanha iniciaram em julho diversos debates, entre os quais o ciclo “Mudanças climáticas e o papel das IFIs”, realizado na Mesoamérica, no dia 2, pela Rede Jubileu Sul/Américas, e, no último dia 17, o Diálogo Ecologista sobre “A violência da dívida: 80 anos do FMI e do Banco Mundial”, promovido pela Acción Ecológica, em Quito (Equador).

Neste 22 de julho, as organizações Deuda x Clima e Justicia por la Deuda-R.U realizam o webinar “O legado do FMI e do BM: 80 anos bastam!”. No dia 25, em Buenos Aires (Argentina), a Auto convocatoria por la Suspensión del Pago e Investigación de la Deuda, em parceria com o Archivo Popular de la Memoria, promovem o debate “Dívida, ditadura e genocídio: responsabilidades e cumplicidades”.

E em 30 de julho começa o ciclo de debates “A Cúpula dos Povos: de pé frente ao G20”, conectando a campanha aos debates em torno da Cúpula do G20, que acontece em novembro próximo, no Rio de Janeiro. O primeiro debate traz como tema “O G20 e a agenda dos povos”, a partir das 18h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo canal da Tarima Digital, do Paraguai. 

Realização
Entre as organizações que mobilizam a campanha estão a Rede Jubileu Sul/Américas e Jubileu Sul Brasil,Consejo de Educación Popular de América Latina y el Caribe (CEAAL), CADTM Internacional, SICSAL, ConVIDA20, Deuda x Clima Global, ALBA Movimentos, Red Internacional de Cátedras de Deuda Pública, Marcha Mundial de Mulheres, Asociación Americana de Juristas, GRAIN, Alianza africana WoMin, ITUC-Africa, MENA Fem e  Movimiento de Povos Asiáticos sobre Dívida e Desenvolvimento (APMDD).

SERVIÇO
Lançamento da campanha internacional “Fora FMI-Banco Mundial: 80 anos de miséria, devastação e dívidas. Reparações já!”
Dia:
22 de julho de 2024 (segunda-feira)

A seguir, a versão em português do comunicado divulgado pelas organizações da campanha:

Para outras informações e entrevistas:
Comunicação Jubileu Sul Brasil e Jubileu Sul/Américas
Flaviana Serafim (em português): 55 11 98835-4285 / 94531-7411
Maraegretta García Espinoza (em espanhol): 505 7888-8474

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