Rede ampla e plural, formada por 27 organizações, celebra a trajetória de luta contra as desigualdades causadas pelo sistema de endividamento, em defesa dos direitos humanos e sociais

Por Redação – Jubileu Sul Brasil

A Rede Jubileu Sul Brasil (JSB) completa 25 anos de nascimento neste 2024 e está lançando um selo comemorativo, como parte das ações celebrativas que ocorrem ao longo de todo o ano. Uma rede ampla e plural, atualmente formada por 27 organizações, o JSB atua no combate às desigualdades causadas pelo sistema de endividamento, em defesa dos direitos humanos e sociais.

Para a secretária executiva do JSB, a socióloga Rosilene Wansetto, há muito o que comemorar nestes 25 anos de trajetória: “Primeiro é a existência, nos mantermos firmes no propósito de construir um mundo sem dívidas e a luta por reparações das dívidas financeiras, mas não só. Queremos reparação das dívidas sociais, como a dívida histórica com o povo negro, quilombola, com os povos indígenas. Reparação das dívidas climáticas e por justiça socioecológica”. 

A pluralidade do JSB é outro elemento a celebrar, avalia a secretária executiva, destacando que a Rede e suas organizações seguem unidas construindo uma agenda de enfrentamento da financeirização, construindo ações para fazer frente ao sistema de exclusão “desse modelo capitalista que segue destruindo vidas, destruindo a natureza, que degrada e mata”. Ela afirma que por isso o selo comemorativo traz “as várias mãos que constroem a rede nestes 25 anos:

“Nosso selo traz a intencionalidade de que queremos seguir sendo essa rede plural de coletivos, movimentos sociais, organizações populares e ecumênicas, de comunidades, militantes, educadoras e educadores, de mulheres, jovens, camponeses e camponesas, indígenas, todes na defesa dos direitos humanos e sociais. Traz a força de cada organização membro para a construção de um mundo sem dívida, justo, equitativo, sem violência, sem falsas soluções”. 

Ainda como parte das celebrações dos 25 anos estão previstos vídeos, livro, debates, campanhas e realização de homenagens, algumas ao lado do Grito dos Excluídos e Excluídas, que completa 30 anos em 2024 e é aliado histórica do JSB.

As homenagens à Rede começaram em março, em cerimônia durante o encontro nacional de encerramento da 6ª Semana Social Brasileira (SSB), em Brasília. Em abril, houve sessão solene na Câmara Municipal de Fortaleza, pela Mandata Nossa Cara (PSOL), em reconhecimento à atuação do JSB nos territórios da capital cearense, onde a Rede atua em parceria com o Movimento de Conselhos Populares – CMP. 

Sobre a Rede Jubileu Sul Brasil

Formada por uma rede que envolve 27 organizações, o Jubileu Sul Brasil surgiu em 1999, como resultado dos debates e dos movimentos de resistência à dívida externa que cresceram durante a década de 1980. A articulação da Rede começou em 1998, no ensejo das campanhas do Jubileu 2000, a partir da discussão lançada pelo Papa João Paulo II pelo perdão da dívida de países pobres altamente endividados, e da 3ª Semana Social Brasileira que teve como mote as dívidas sociais.

Nestes 25 anos, a Rede tem como pauta central a luta contra o sistema de endividamento, mecanismo de reprodução do capitalismo no qual o Estado transfere dinheiro público para pagar dívidas, contraídas em empréstimos de bancos privados e instituições financeiras internacionais, tais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso retira recursos de políticas públicas, como saúde e educação, para atender aos “ajustes” exigidos pelos credores da dívida.

Os juros e condições perpetuam os pagamentos da dívida pública, mantendo os países num ciclo de novos empréstimos para pagar dívidas anteriores infindáveis, o que aprofunda desigualdades e interfere na soberania, sobretudo nos países do Sul global. Por isso, a Rede JSB também atua reivindicando reparação às dívidas financeira, social, socioecológica, de gênero, racial e histórica devida aos povos e territórios.

Ao longo dessa trajetória, diferentes bandeiras surgiram e a Rede se somou aos embates, sempre para construir resistências e alternativas ao modelo de dominação capitalista, patriarcal, sexista, racista, classista e extrativista.

Saiba mais na história e no Quem somos do Jubileu Sul Brasil

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