Inscreva-se! Evento neste sábado (20) reúne em Fortaleza comunidades atingidas, movimentos sociais, organizações e parlamentares no Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará
A Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014 trouxe inúmeros impactos para o planejamento das cidades que sediaram seus eventos. Essas cidades foram cortadas por grandes projetos de infraestrutura e urbanização que, aliados ao curto tempo de preparação, ocasionaram violações de direitos humanos em diversos territórios periféricos, ocupados sobretudo por população de baixa renda. A Copa do Mundo, ao contrário do que anunciam as organizações internacionais, deixou um legado negativo em muitas cidades pela qual passou, com o aumento da especulação imobiliária, a higienização dos espaços públicos, a exclusão de comunidades periféricas e o silenciamento das histórias das pessoas que foram atingidas pelo megaevento.
Em Fortaleza o cenário não foi diferente. A principal obra de infraestrutura relacionada a Copa do Mundo de 2014 foi o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), uma obra de mobilidade promovida pelo Governo do Estado do Ceará. A obra tinha como objetivo interligar os bairros Mucuripe a Parangaba, facilitando o acesso à Arena Castelão. Nesse processo, a obra impactou 22 comunidades na cidade e ocasionou cerca de 2.600 remoções, violando o direito à moradia adequada de inúmeras famílias.
Decorridos 10 anos da realização da Copa do Mundo, centenas de famílias permanecem sem previsão para o reassentamento em unidades habitacionais, sobrevivendo por meio da política de aluguel social, que tem um caráter provisório. Durante o processo de negociação da obra, foram prometidos cinco empreendimentos nas proximidades das comunidades atingidas, até o momento não entregues pelo Governo do Estado do Ceará.
Isto posto, o Seminário “O legado da Copa: 10 anos de violações, lutas e resistências” tem como objetivo atualizar as informações e discutir os impactos negativos causados pela realização do megaevento na cidade de Fortaleza, na perspectiva de reparações, tendo as pessoas impactadas e ameaçadas de remoção como protagonistas. O evento objetiva, ainda, celebrar os 10 anos de resistência das comunidades atingidas, que até hoje lutam pela memória das pessoas impactadas e pela garantia de moradia digna e promover reflexões sobre a incidência diante de novos megaeventos.
Para participar, é necessário inscrição prévia preenchendo o formulário clicando aqui.
O público-alvo do seminário são as comunidades atingidas pelas obras relacionadas aos megaeventos, comunidades apoiadoras, movimentos sociais, assessorias jurídicas, assessorias técnicas, projetos de extensão universitária, laboratórios de pesquisa, mandatos parlamentares, membros de instituições públicas, estudantes.
Programação
8h às 8h30 – Coffee Break (acolhimento)
8h30 às 8h40 – Abertura do evento
8h40 às 9h – Momento de homenagem às vítimas das obras da Copa do Mundo
9h às 10h20 – Mesa Copa da Resistência: a luta pelo direito à moradia
10h20 às 11h30 – Debate público sobre a resistência e as perspectivas para o futuro
11h30 às 13h00 – Intervalo para almoço
13h00 às 14h20 – Mesa Impactos da Copa: planejamento urbano, orçamento público e Estado de exceção
14h20 às 15h30 – Debate público sobre as estratégias de luta popular e como avançar na reparação dos danos causados pelos megaeventos
15h30 às 16h – Encerramento. Celebração da luta e resistência das comunidades impactadas pelas obras da Copa do Mundo de 2014 e dos 10 anos da Frente de Luta Por Moradia Digna
SERVIÇO
Seminário “O legado da Copa: 10 anos de violações, lutas e resistências”
Quando? 20 de julho de 2024 (sábado), das 8h às 16h
Onde? Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará
Rua Meton de Alencar, s/n, Centro, Fortaleza (CE)
Inscrições aqui: https://forms.gle/toT966zGKvhLACK36
Realização: