Por Rogéria Araujo
Lideranças comunitárias, sindicais, grupos em defesa da saúde pública se reuniram neste último final de semana, 1 e 2 de julho, no Pampas Hotel, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, no Curso Aprofundado do projeto Direitos Sociais e Saúde: Fortalecendo a Cidadania e a Incidência Política. O objetivo do curso foi rever temas já abordados ao longo de um ano de formações realizadas no Jardim Laura e sedimentar o conhecimento. A próxima etapa será a entrega dos certificados, marcando o encerramento deste ciclo.
Com início às 14h, uma mística utilizando a “teia”, onde todos e todas puderam se apresentar, mostrou a importância da união e da confiança uns nos outros para manter o grupo fortalecido. O coordenador geral do projeto, Luiz Bassegio, e a coordenadora local, Valda Leite, deram as boas vindas aos participantes e explicaram o objetivo do projeto, que é propiciar informações sobre as questões da saúde pública para populações vulnerabilizadas.
Facilitado por Rosilene Wansetto, da rede Jubileu Sul Brasil, o próximo momento tratou sobre o papel e a importância da liderança. “O que é ser um líder? Qual o papel de uma liderança?”, provocaram as perguntas feitas pela assessora. Em seguida, divididos em grupos, os participantes conversaram e apresentaram em coletivo quais as qualidades e valores imprescindíveis para uma liderança. Humildade, senso de coletivo, autocrítica, perseverança, escuta, participação, sensibilidade, foram algumas das qualidades indicadas pelos grupos.
A segunda parte do sábado contou com a participação de Liciane Andriolli e Jadir Bonacina, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Eles explicaram como é importante a organização de um movimento, através da história do próprio MAB, que está presente, hoje, em 20 estados brasileiros. Liciane levou para o público a questão energética no país e ressaltou que é preciso que haja consulta ao povo sobre qualquer instalação de barragens. “Os governos definem regras sem conversar com as populações, que são atingidas diretamente. Ninguém fica responsável pelos atingidos. É aí que, nós, movimentos temos que estar unidos e organizados”, disse.
No segundo dia do Curso Aprofundado, Frederico Soares, integrante da União de Movimentos Populares de Saúde (UMPS) falou sobre planejamento das ações nos bairros ou comunidades. Afirmou que é necessário levantar quais são os problemas detectados no território para daí alcançar os objetivos e resolver os problemas. O objetivo da palestra foi mostrar que a organização dos movimentos faz toda a diferença tanto para fortalecer os que já estão envolvidos, como para atrair mais moradores e acumular força. Como resultado, o grupo tirou como encaminhamento a criação de um grupo de WhatsApp chamado Núcleo Em Defesa do SUS-Alvarenga, para trocar informações e concretizar tarefas.
Já o coordenador local do Grajaú, Seiti Takahama, falou como tem sido a experiência do projeto Direitos Sociais e Saúde no Cantinho do Céu, Zona Sul de São Paulo, onde a comunidade se reúne e participa ativamente de reuniões de conselhos, realiza abaixo-assinados, exerce o controle social e realiza também ações sociais para toda a comunidade, sendo uma referência para o Grande Grajaú.
O projeto Dirietos Sociais e Saúde: Fortalecendo a Cidadania e a Incidência Política é cofinanciado pela União Europeia, com apoio da CAFOD. É executado pelo Programa Justiça Econômica, através do Grito dos Excluídos Continental, Pastorais Sociais da CNBB, Pastoral da Saúde e Comissão Brasileira Justiça e Paz. Conta, ainda, com apoio da rede Jubileu Sul Brasil.