A manifestação em flores e poesia aconteceu dia 10, no Congresso e quis chamar atenção dos senadores quanto aos impactos da PEC 06/2019 que tramita na casa
Por Karla Maria | Rede Jubileu Sul
Mônica Lopes é membro da Pastoral Fé e Política de São Paulo. Viajou 16 horas de ônibus da capital paulista até Brasília (DF), para no último dia 10, entregar flores aos senadores, que naquela mesma semana debateram em plenária a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 06/2019), que altera as regras de aposentadoria no Brasil. O texto foi apresentado primeiro à Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano, pelo governo Bolsonaro.
A viajante não estava sozinha, ela e outras 12 pessoas, membros do Grito dos Excluídos, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), das Pastorais da Saúde, de Fé e Política, da Rede Jubileu Sul Brasil e da Catholic Agency for Overseas realizaram o ato como forma de abrir diálogo com os senadores. Uma ação do Programa Direitos Sociais, Saúde e Seguridade Social com o Coletivo das Flores pela Democracia.
“O objetivo foi de mobilizar contra a PEC da Reforma da Previdência que entrou em apreciação no Senado. Uma forma de sensibilizar entregando uma rosa, cada uma com uma mensagem. Sabemos que uma reforma precisa ser feita, mas não está que vai penalizar as pessoas mais desfavorecidas”, disse Mônica Lopes.
O grupo colorido passava nos gabinetes entregando as rosas e recitando poesias que tinham um tom de reivindicação e denúncia. Para Monica, o atual cenário político de intolerância e falta de diálogo, chama a militância à criatividade para derrubar muros e discutir os rumos do país: “precisamos ser criativos para passar nossa mensagem, fazer pontes”.
“Hoje só hoje
poesia recitada em alguns gabinetes
Vamos fazer diferente.
Nossas flores apontam outro caminho.
Desde ao nascer, estas flores em nossas mãos,
Flores pela democracia,
Flores que hoje falam a defesa de proteção social.
Flores pela democracia,
Contra o desmonte”.
As 800 flores de papel crepom foram todas entregues para senadores, funcionários da casa entre outros que passavam pelos longos e nada coloridos corredores do Congresso. A iniciativa de entregar “uma flor por um voto em defesa da Seguridade Social”, foi definida no Seminário em Defesa da Democracia e da Seguridade Social, em agosto, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – Regional Sul 1 SP.
O Coletivo Flores pela Democracia se reúne no Largo da Batata, em São Paulo, toda sexta-feira. Distribuem flores e sorrisos à população sempre com uma mensagem com o objetivo também de construir pontes.
Acompanhe as articulações, atos e fotos do Programa Direitos Sociais, Saúde e Seguridade Social aqui.