Coletiva de mulheres do JSB em Fortaleza (CE) e MCP recebem Prêmio Frei Tito de Alencar de Direitos Humanos

A entrega do Prêmio aconteceu no Auditório Murilo Aguiar da Assembleia Legislativa do Ceará. Foto: Jubileu Sul Brasil

O Prêmio Frei Tito de Alencar de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará foi entregue no final de 2021 a 25 coletivos e movimentos que, durante a pandemia de Covid-19, se auto-organizaram como redes de solidariedade às populações vulneráveis. 

Receberam a premiação a Coletiva de Mulheres da Rede Jubileu Sul Brasil e o Movimento dos Conselhos Populares (MCP), que desenvolve a ação “Comunidades articuladas para velhos e novos enfrentamentos”, no âmbito do projeto Protagonismo da Sociedade Civil nas Políticas Macroeconômicas, sendo a principal o “Sisteminha” de segurança alimentar, emancipação e construção coletiva de outro modelo de desenvolvimento. 

“Pra quem não conhece, o Sisteminha é a criação de peixes no quintal, juntamente com galinheiro e também o incentivo pra gente ter a horta comunitária, ter as frutas, trabalhar mais na terra, aquilo que é possível para autossustentação», disse na premiação a liderança Elisabeth Vieira da Silva Bezerra, membro do (MCP). 

Saiba mais sobre a homenagem e a entrega da premiação. 

Balanço de 2021: mesmo na pandemia, segue protagonismo das organizações na luta por orçamento e políticas públicas
Ações locais nos territórios, formação de lideranças, participação em fóruns e articulações, mobilizações e incidência. Apesar das dificuldades e desafios impostos pela pandemia, foram muitas as frentes de luta e atuação para ampliar a participação popular nas decisões das políticas macroeconômicas e sobre o orçamento público, de forma a garantir que os recursos públicos do Sul Global sejam aplicados efetivamente nas demandas das populações, principalmente dos mais vulneráveis.

É o que mostram os vídeos com balanço de ações de 2021 do Protagonismo da Sociedade Civil nas Políticas Macroeconômicas, que as Redes Jubileu Sul/Américas e Jubileu Sul Brasil promovem em 10 países da América Latina e Caribe, no embate por políticas sociais, pelo cancelamento de dívidas ilegítimas e no combate ao desvio de recursos pelos grandes grupos econômicos. 

Assista ao vídeo produzido pelo JSB com balanço anual (em português), e clicando aqui também o vídeo realizado pelo Jubileu Sul/Américas destacando as ações do primeiro semestre do ano passado (em espanhol). 

O déficit habitacional no Brasil é feminino

Missão Denúncia em Alto das Dunas, Fortaleza (CE). Foto: Leo Silva


A pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco e coordenadora de incidência da ONG Habitat para a Humanidade Brasil, Raquel Ludermir, fala sobre o aumento do déficit habitacional entre as mulheres e a relação dessa situação com a violência doméstica.

A pesquisadora destaca que esse problema social e urbano invisibilizado afeta uma em cada quatro mulheres no Brasil e na América Latina e é mais grave para mulheres não brancas, empobrecidas e vitimadas principalmente pelas dívidas sociais históricas com a população negra no Brasil. 

“Hoje pela primeira vez a gente tem dados oficiais suficientes para afirmar com muita segurança que o déficit habitacional é feminino, mas isso não é exatamente um fenômeno novo. O único problema é que a gente sempre soube que o déficit era muito maior entre as mulheres, principalmente as mulheres chefes de família, mas a gente não tinha dados oficiais suficientes para afirmar com segurança e, somente agora, a Fundação João Pinheiro oferece esses dados e a gente realmente consegue entender”, explica Ludermir.  

Confira a entrevista.

Luta de classes e o papel da dívida 

Como parte da formação de lideranças no âmbito da ação Protagonismo, o Jubileu Sul Brasil e a editora Boitempo realizaram neste mês de fevereiro o curso virtual “Luta de Classes e Financeirização: o papel da dívida”. 

Com seis aulas em dois módulos ao vivo pelo YouTube, o curso gratuito abordou a financeirização da vida, a relação entre dívida pública e políticas rentistas, fiscalistas e austeridade, além de subsunção financeira e do trabalho, novas formas de organização da classe trabalhadora em um contexto de uberização, concentração de capitais, entre outros temas. 

Quem quiser conferir a formação pode acessar todas as aulas clicando aqui.

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