O manifesto conta o apoio da Rede Jubileu Sul Brasil e busca servir como um instrumento de diálogo com as candidaturas populares para incidir em suas propostas de governo a partir das demandas de setores da sociedade que esperam uma política econômica que esteja preocupada em atender as necessidades cotidianas da população desde seu planejamento.
O manifesto foi produzido a partir das contribuições recebidas durante os encontros virtuais de seminário de mesmo nome, realizado em julho pela própria coalizão. Os eventos contaram com a participação de dezenas de pessoas representantes das organizações da sociedade civil, movimentos sociais e entidades de classe, vindas de todas as regiões do país para discutirem a política econômica do cotidiano e os efeitos do Teto de Gastos sobre as áreas sociais .
Para Denise Carreira, uma das autoras do manifesto, essa diversidade é um dos elementos que dão mais força para o documento. “As necessidades econômicas da sociedade brasileira são tão diversas quanto ela própria, e o manifesto acolhe essa pluralidade de demandas justamente por ter sido elaborado por pessoas diferentes, negras, indígenas, periféricas e do campo, que devem ser prioridade da gestão dos recursos públicos”, destaca.
Composto por uma lista de pontos estruturais para a construção de um plano de desenvolvimento que combata as desigualdades em vez de promovê-las, o manifesto reclama pela democratização da gestão da política econômica, historicamente concentrada nas mãos de grupos brancos e elitizados.
O manifesto está disponível online e a coalizão vai utilizar um formulário para receber a adesão de organizações e de pessoas que compartilhem da demanda por políticas de cuidado com a vida e em busca da concretização de um projeto de sociedade radicalmente comprometido com a justiça social, racial, de gênero e ambiental.
Melisanda Trentin, representante das organizações Justiça Global e Plataforma Dhesca e integrante da secretaria executiva da Coalizão, explica que “após a coleta de assinaturas, o manifesto será entregue às candidaturas populares para contribuir com a elaboração de planos econômicos e para cobrar do Estado sua responsabilidade social”, adverte.
A live de Lançamento do manifesto contou com a participação de Cristiane Faustino, coordenadora do Instituto Terramar, Denise Carreira, relatora nacional de direitos humanos da Plataforma Dhesca e coordenadora de Educação da Ação Educativa, Livi Gerbase, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), e Rutian Pataxó, secretária geral do (MUPOIBA) e coordenadora executiva da Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAI).