A atividade responde por 95% de todo o desflorestamento no período de 1985 a 2022, quando avançou com a abertura de pastagens e o monocultivo, principalmente de soja

Por Redação Rede Brasil Atual

Toninho Tavares/Agência Brasília
O cerrado é o bioma que teve a maior perda (27%), seguido pela Amazônia (13%). Imagem por Toninho Tavares/Agência Brasília

São Paulo – O avanço da agropecuária é a principal causa da devastação das florestas naturais no Brasil, que encolheram 15% nos últimos 40 anos. A atividade responde por quase todo o desfloramento, ou seja, 95%. A constatação é da rede MapBiomas, que analisou dados do período de 1985 a 2022. A cobertura vegetal natural passou de 581,6 milhões de hectares para 494,1 milhões.Os biomas que tiveram mais perdas foram a Amazônia (13%) e o Cerrado (27%).

Pelos cálculos, quase todo o desflorestamento se deu pela transformação de floresta em pastagens e também para a utilização das áreas para cultivo agrícola, principalmente da soja. Esse processo se deu principalmente nas duas primeiras décadas analisadas. E a partir de 2006 houve redução da área desmatada.

Segundo os pesquisadores da rede, porém,a devastação das florestas foi intensificada nos últimos cinco anos, acelerando o processo. A atividade econômica responde por 11% dos 87,6 milhões de hectares perdidos, como mostram os especialistas na Coleção 8 do Mapeamento Anual da Cobertura e Uso da Terra no Brasil.

Formações florestais são as mais destruídas

Os dados revelaram ainda que dois terços da área destruída, ou seja, 58 milhões de hectares, foram de formações florestais. Nessas áreas de vegetação predominam espécies arbóreas e dossel contínuo, como as que prevalecem na Amazônia e na Mata Atlântica. O Pampa foi o único em que o patamar se manteve estável, mesmo com o passar dos anos.

As florestas alagáveis também fazem parte da paisagem da Amazônia e passaram a ser monitoradas pelo MapBiomas neste ano. Essas florestas são caracterizadas por se formar nas proximidades de cursos d’água. Nesse caso, no intervalo de quase 40 anos, foram perdidos 430 mil hectares, que ocupavam 18,8 milhões de hectares ou 4,4% do bioma em 2022.

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