Por Karla Maria | Comunicação da RJSB
O menino descalço dividia sua atenção entre a cola que carregava em suas mãos e a vela que queimava na escadaria da Sé, naquela sexta-feira, 1º de fevereiro, no centro de São Paulo. Uma vigília acontecia em solidariedade aos homens e mulheres mortos e impactados pela lama e pelos rejeitos após o rompimento das barragens da Vale S.A. em Brumadinho (MG). Era o sétimo dia.
Ao lado do menino descalço, mais um da grande São Paulo, manifestantes carregavam cartazes e cruzes contra a Vale e denunciavam o crime cometido pela multinacional contra a população ribeirinha, os indígenas pataxós, os turistas, moradores, animais e a natureza de Brumadinho e cidades vizinhas. Naquela sexta-feira, as autoridades contabilizavam 115 mortos. Hoje,4, já são 134 e 205 desaparecidos.
A Rede Jubileu Sul Brasil emitiu uma nota de repúdio ao crime, e de solidariedade às vítimas. Membros da Cáritas, do Gritos dos Excluídos Nacional, do Amigos da Terra Brasil e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de Rondônia participaram da vigília na Praça da Sé.
Segundo o MAB, a atividade na capital paulista fez parte do apoio aos atingidos construído nacionalmente – em outros atos em cidades onde o movimento está presente como Belém, Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre. O coordenador nacional da entidade, Giovani Cervinsk, conversou com nossa reportagem ao final da vigília, e denunciou a política de mineração e fiscalização das barragens no Brasil. Para ele, ambas precisam ser revistas e a sociedade tem papel fundamental nesse processo.

Giovani Cervinsk, coordenador nacional do MAB, na Praça da Sé, em SP.

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