Por Edmilson Schinelo, do Cebi
Quero chamá-lo por seu nome, Jair Bolsonaro.
Ele não é “o coiso”, é um ser humano. Seu projeto fascista pode ser “o coiso”, porque assumidamente discrimina a pobres, mulheres, negros e homossexuais. Mas como toda pessoa, Bolsonaro precisa ser tratado com dignidade e respeito, mesmo que não faça isso.

Foto de Luciney Martins

Vou ser breve: nada justifica que uma pessoa cristã consciente vote em alguém que defenda a tortura, que incentive a matança de seres humanos, que diga abertamente que mulher merece ganhar menos, que “quando fraquejou, nasceu uma filha”, que índio não merece um palmo de terra. É inaceitável a ouvidos cristãos o que disse seu candidato a vice: “famílias pobres com mãe e avó são fábricas de desajustados, fornecem mão de obra ao narcotráfico”.
Em síntese: o projeto de Jesus é inconciliável com o discurso de ódio, com qualquer prática que incentive a violência, com a negação da possibilidade de conversão de qualquer ser humano. Temos que nos perguntar por que esse discurso tem tanta aceitação num país de tradição cristã. Não continuemos a negar o Evangelho!
Acreditamos que todo ser humano tem possibilidade de se converter, de rever suas posições. Inclusive Bolsonaro. Mas por enquanto não reviu. Por isso é importante que reforcemos: para estar à frente do Brasil, ele não!
*Edmilson é assessor de Leitura Popular da Bíblia, teólogo, escritor e integrante da equipe nacional do Centro de Estudos Bíblicos.

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