A análise da Conjuntura da Semana é uma (re)leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, e pelos membrosa do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT, parceiro estratégico do IHU, com sede em Curitiba-PR, e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiro do IHU na elaboração das Notícias do Dia.

Conjuntura da Semana. A Era Chávez: Legado e desafios

A análise da Conjuntura da Semana é uma (re)leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT, parceiro estratégico do IHU, com sede em Curitiba-PR, e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiro do IHU na elaboração das Notícias do Dia.

Sumário:

Era Chávez

Caráter da ‘revolução bolivariana’

Integração regional. Vértebra da ‘revolução bolivariana’

O legado de Chávez: Irreversível?

Chávez em frases

Chávez no twitter

Era Chávez

Mais do que amado, idolatrado; mais do que contestado, odiado. Assim foi Hugo Chávez em vida e também na morte. Enquanto em Caracas multidões avermelharam as ruas para chorar o seu presidente, em Miami centenas organizaram festas para celebrar a notícia de sua morte.

Configura-se uma Venezuela antes de Chávez e outra pós-Chávez. O seu governo de 14 anos incidirá decisivamente nos rumos da política no território venezuelano pelas próximas décadas e influenciará fortemente o debate sobre a integração latino-americana.

Em 14 anos de poder, Chávez superou o golpe midiático-militar em 2002 – talvez o momento mais delicado de sua trajetória política – e posteriormente venceu, entre plebiscitos, consultas e eleições mandatárias, 15 de 16 escrutínios disputados. Recorde mundial de disputas eleitorais proporcionalmente ao tempo de poder e fator de desmonte aos argumentos dos que insistem em rotulá-lo de ditador.

Nessa década e meia de poder, Chávez fez política intensamente, diz-se que o ‘Comandante’ nunca tirou férias. Os seus fiéis seguidores afirmam que a intensidade de sua vida política, o amor pelo povo levou-o a um processo de fagocitose, culminando com a sua morte. Chávez brigou muito, meteu-se em intrigas e aspirou pela liderança para além do território venezuelano.

Internamente elaborou conceitos como “revolução bolivariana”, o “Estado comunal” e o “socialismo do século XXI” sugerindo que o poder originário a ser exercido e perseguido seria o poder popular. Valendo-se da poderosa petrolífera PDVSA criou fundos que permitiram o uso de enormes recursos da estatal para reforçar políticas sociais – dentre delas o programa Barrio Adentro, o mais impactante que inundou os bairros da periferia de Caracas de médicos cubanos. Para além dos programas sociais ordenou a nacionalização de setores estratégicos, como meios de comunicação, telecomunicações, cimento, aço, alimentos, sistema elétrico e bancário.

Externamente brigou muito. Chamou Bush de demônio, flertou com as Farc, resgatou Cuba do ostracismo político, viajou pelo mundo fazendo articulações que passaram pela China, Rússia e Irã entre outros; mas, sobretudo, sacudiu a América Latina. Profundo conhecedor da história regional do continente e convicto da ideologia integracionista, viajou intensamente, articulando, propondo e conspirando. Articulou a Alba em contraponto à Alca, sugeriu uma série programas de integração regional como o gasoduto do Sul , o Banco do Sul, a Oppegasur, a Petroamérica, a TVSur. Não poupou ajuda mandatários latino-americanos que considerava ‘socialistas’ e fez dura oposição aos que considerava vassalos dos interesses americanos.

Ajudou o casal Kirchner, Evo Morales, Rafael Correa, Daniel Ortega, Fernando Lugo e Humala. Em muitos dos casos inclusive com recursos financeiros nas disputas eleitorais. Ao mesmo tempo, brigou duramente com Uribe (ex-presidente da Colômbia), Alan Garcia (ex-presidente do Peru) e recentemente com Sebastián Piñera do Chile, acusando-os de submissos aos interesses dos EUA. Com o Brasil manteve relação tensa em função da disputa pela liderança regional.

O legado de Chávez é objeto de grande de debate, mas análises dão conta que o mais importante deles foi o de colocar definitivamente o povo no centro do debate venezuelano. Segundo o cientista político Luiz Fernando Sanná Pinto, “depois de sua passagem pelo poder, ficou impossível para qualquer força política, chavista ou não, ignorar o povo”.

O sociólogo Boaventura de Sousa Santos, na linha do raciocínio anterior afirma que “Chávez contribuiu decisivamente para consolidar a democracia no imaginário social. Consolidou-a onde ela é mais difícil de ser traída, no coração das classes populares. E onde também a traição é mais perigosa. Alguém imagina as classes populares de tantos outros países do mundo verter pela morte de um líder político democrático as lágrimas amargas com que os venezuelanos inundam as televisões do mundo? Este é um patrimônio precioso tanto para os venezuelanos como para os latino-americanos”.

O “devocionismo” à Chávez é reconhecido pelo jornalista Teodoro Petkoff, opositor de Chávez, para quem o presidente não só reescreveu a história venezuelana, mas no poder construiu uma nova “Santíssima trindade: Bolívar, Chávez, o Povo”.

Esse culto ao personalismo alimentado por Chávez – o mandatário venezuelano ao morrer concentrava um grande poder em suas mãos, era presidente, comandante-em-chefe das Forças Armadas e presidente do PSUV – é provavelmente o ‘calcanhar de Aquiles’ do chavismo. A opção pelos pobres de Chávez não os transformou necessariamente em sujeitos da ação política, mas antes de tudo em cultuadores – nessa perspectiva ele próprio passou a ser a expressão do povo, algo manifestado no seu cortejo funerário: “Tenho um ditado: primeiro Deus, segundo meu comandante”, afirmou Antônio Ospino, um dentre os milhares de chavistas que saíram às ruas para chorar a morte do presidente.

Amado pelos mais pobres, Chávez exercia com paixão o poder e sabendo do agravamento de sua doença afirmou em outubro de 2011: “Não é tempo de morrer, eu tenho que viver porque tenho um compromisso muito grande para o próximo período presidencial: ganhar as eleições e continuar em frente com essa batalha”. Em maio do ano passado numa missa em Barinas, sua terra Natal, Chávez invocou Jesus Cristo: “Dá-me Tua coroa, Cristo, que eu sangro. Dá-me Tua cruz, cem cruzes, que eu as levo. Mas me dá vida, porque ainda me falta fazer coisas por esse povo e por essa pátria. Não me leves ainda”.

A sua batalha se transformou num calvário, já convalescendo venceu as eleições de outubro de 2012, mas não chegou a assumir aquele que seria o seu terceiro mandato presidencial.

Caráter da ‘revolução bolivariana’

Chávez chegou à presidência na Venezuela em 1998 rompendo 50 anos do exercício de poder de uma oligarquia corrupta que reduzia a política à partilha das rendas do petróleo entre seus membros. Um governo de ricos que se submetia às recomendações da política econômica dos EUA, e exibiu, entre 1950 e 1999, o mais baixo crescimento de PIB da América Latina.

O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, recorda que “a Venezuela foi uma província petroleira dos EUA durante décadas”. Segundo ele, “na II Guerra foi maior fornecedora de petróleo dos aliados. Tudo isso deu origem a uma classe dominante muito ligada ao negócio petroleiro e a Washington. Colômbia e Venezuela são fundamentais para o sistema norteamericano, no Mediterrâneo americano. Chávez acabou com tudo isso. Deu às costas aos Estados Unidos e se voltou ao Brasil, ingressou no Mercosul e rechaçou a ALCA. Isso, para os EUA, é imperdoável”.

Após a chegada ao poder, Chávez sofre uma tentativa de golpe que recebeu o apoio dos EUA. O golpe deveu-se sobretudo aos movimentos de Chávez na tentativa de tomar o controle da Petróleos da Venezuela (PDVSA), a poderosa estatal petrolífera venezuelana, o ‘pote de ouro’ do país até então controlada pela burguesia venezuelana. O caráter do golpe e a reação a ele foi amplamente repercutido pelo documentário A revolução não será televisionada – O golpe na Venezuela. Vencido o golpe e invocando Bolívar, Chávez deu início ao que chamou de “revolução bolivariana”.

O programa da “revolução bolivariana” incluía outros conceitos como “Estado comunal” e o “socialismo do século XXI”. Esses conceitos em síntese propugnam:

1. O rechaço as teses liberais e as políticas derivadas do Consenso de Washington manifestas no neoliberalismo;

2. Políticas de Estado orientadas à desapropriação e expropriação de setores estratégicos da economia;

3. Reformas do Estado na perspectiva da institucionalização de mecanismos populares de poder deliberativo – consultas populares, plebiscitos, células comunitárias;

4. Programas sociais nas áreas da saúde, moradia, educação e alimentação de forte incidência junto aos estratos mais pobres;

5. Iniciativas de integração política e econômica da América Latina na perspectiva de uma ação conjunta na defesa dos interesses deste grupo de países;

6. Adoção de medidas anti-imperialista para mitigar a influência e o poderio americano no continente, particularmente têm-se aqui a proposta da Alba e a defesa da militarização dos países latino-americanos;

Essas políticas interferiram fortemente na dinâmica da distribuição do poder político e, sobretudo, na concentração de renda dos mais ricos. Na medida em que avançavam e consolidavam-se os programas sociais, Chávez acumulava forte adesão dos mais pobres e ressentimento dos mais ricos. Por outro lado, nesse tempo todo no poder Chávez teria dado origem a outra burguesia: a boliburguesia – neologismo para descrever empresários e funcionários públicos vinculados ao movimento da ‘revolução bolivariana’ que teriam sido beneficiados com a intervenção do Estado na economia e com a corrupção.

Soma-se à crescente polarização em torno de Chávez o preconceito de classe, como destaca o jornalista Bob Fernandes: “Chávez era descendente de negros, índios e brancos. Um ‘zambo’, portanto, como se diz na Venezuela, tantas vezes com escancarado desprezo. Como se diz ‘um índio’, quando se trata de Evo Morales na Bolívia. Como se diz ‘um nordestino’”, como se dizia, e ainda se diz em certas partes do Brasil, ‘um baiano’, um ‘paraíba’”.

A ‘revolução bolivariana’ contou com um poderoso aliado: o petróleo. Com o lema O petróleo é agora de todos, Chávez iniciou um vigoroso projeto em que os recursos do petróleo passaram a bancar os programas sociais contra a pobreza: As Misiones Bolivarianas – um conjunto de programas nas áreas de saúde, educação, alimentação, moradia e capacitação profissional.

Dentre esses programas, o mais destacado é o Barrio Adentro que praticamente refundou o sistema público de saúde. Os hospitais encontravam-se colapsados e o Barrio Adentro instalou centenas de “consultórios populares” nas comunidades pobres, evitando que os moradores descessem os morros para sobrecarregar as clínicas do governo. Em troca de petróleo, calcula-se que a Venezuela recebeu 25 mil médicos de Cuba que passaram a se dedicar quase que integralmente ao aperfeiçoamento do sistema. Seguindo o modelo cubano, todos os médicos ganham responsabilidade sobre uma área e visitam regularmente as famílias em suas residências, fazendo o acompanhamento permanente de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Muitos desses médicos vivem em cômodos cedidos voluntariamente pelos próprios moradores das favelas.

Na opinião de Adrián Padilla Fernández, professor da Universidad Nacional Experimental Simón Rodríguez, “as missões apenas foram possíveis graças ao resgate dos recursos petrolíferos; assim como ao compromisso imediato das maiorias excluídas de assumirem o protagonismo na transformação de suas vidas e da sociedade venezuelana em seu conjunto. Trata-se de um modelo revolucionário de políticas públicas, que conjuga a agilização dos processos estatais com a participação direta do povo em sua gestão (…) As missões representam o maior esforço público que tenha conhecido a Nação para enfrentar co-responsavelmente as necessidades do povo venezuelano, como meio para garantir sua plena incorporação no desenvolvimento local e nacional”.

Ancorado no petróleo, Chávez ordenou ainda a desapropriação de mais de 2,5 milhões de hectares de terras para efeitos da Reforma Agrária e estimulou a missão Gran Vivenda Venezuela [Grande Moradia Venezuela] – construção de casas, muitas delas construídas no modelo de autogestão e distribuídas aos mais pobres, parte delas gratuitamente.

Calcula-se que durante o seu governo, Chávez tenha destinado da estatal petrolífera PDVSA US$ 123,7 bilhões para programas sociais. Só em 2011 foram US$ 39,6 bilhões, mais que o desembolsado no mesmo ano pelo programa Bolsa Família, do Brasil, cuja população é quase seis vezes maior.

A ‘revolução bolivariana’ deu início também a nacionalização de setores estratégicos do país como cimento, aço, telecomunicações, alimentos, setor elétrico e sistema bancário. A siderúrgica argentina Sidor, a empresa mexicana de cimento Cemex, o banco espanhol Santander e supermercados Êxito foram alguns dentre outras empresas expropriadas pelo governo.

O controle do Estado sobre a PDVSA e as nacionalizações despertaram a ira do empresariado venezuelano que passou sistematicamente a se opor a Chávez. Registre-se que a Fedecámaras, organização patronal venezuelana, participou ativamente da tentativa do golpe contra Chávez e o seu presidente, Pedro Carmona, chegou a ocupar a presidência por cerca de dois dias após o golpe de abril de 2002, período em que recebeu o reconhecimento dos EUA como novo presidente.

A política econômica chavista colocou o governo venezuelano em rota de colisão com os EUA. Confrontando politicamente os EUA, até então o seu principal parceiro comercial, o governo de Chávez começou a buscar novos mercados. Neste contexto ganharam importância países como a China, Rússia e o Brasil.

O crescente confronto com os EUA que incluiu o país como membro do ‘eixo do mal’ ao lado do Irã, Iraque e Coreia do Norte e a relações belicosas com a Colômbia – palco do ‘Plano Colômbia’ levado a cabo pelo EUA e país vizinho, levou a Venezuela a uma crescente militarização, de resto potencializada pelo histórico militar de Chávez. Usando o argumento da auto-defesa, a Venezuela reiteradas vezes foi a compras para aumentar o seu poderio bélico, o que incluiu um arsenal de caças, helicópteros, tanques dos mais variados, artilharia de mísseis, e fuzis.

O pesquisador Adrián Padilla da Universidade Simon Rodríguez especifica um detalhe significativo da militarização do país. Segundo ele, “hoje, podemos dizer com muita certeza que na Venezuela as armas estão em poder do povo”. O pesquisador comenta que “são as milícias que compõem as forças armadas, sem que sejam totalmente dependentes delas. São centenas de milhares, eu não poderia precisar quantos são exatamente. São pessoas que quiseram se alistar pela própria convicção”.

Segundo ele, “quando perguntam qual seria uma singularidade deste processo de transformação na Venezuela, nós mencionamos as milícias porque são algo muito próprio e muito surpreendente. As milícias são parte do exército, seu alto comando pertence ao exército, mas os destacamentos de combatentes são integrados por trabalhadores de fábricas, por professores, por trabalhadores do campo, por camponeses que ocuparam terras no interior, estudantes e empregados públicos”.

Chávez abriu guerra também contra os meios de comunicação privados da Venezuela acusando-os de deliberada política golpista contra o seu governo. Chávez referia-se a eles como “apátridas”, “burgueses” e “imperialistas”. A “guerra midiática”, como afirmava Chávez, começou durante o golpe de abril de 2002, que o afastou do poder por 48 horas, quando os canais privados optaram por exibir desenhos animados e não informar sobre as manifestações nas ruas que pediam o retorno do presidente.

Em 2007 Chávez decidiu não renovar a concessão da RCTV, a mais antiga emissora de televisão do país, que tinha grande audiência, o que provocou uma onda de protestos liderados por estudantes e muitas críticas internacionais. Desde então, apenas um canal de oposição continuou com transmissão em sinal aberto, a Globovisión, mas com um alcance limitado a Caracas e à cidade de Valencia, enquanto a frequência da RCTV – a de maior alcance – passou a ser usada pela estatal TVES. Paralelamente o governo Chávez criou a estatal TeleSur que dentro da estratégia ‘bolivariana’ passou a ter o seu sinal expandido para parte considerável do continente latino-americano.

Integração regional. Vértebra da ‘revolução bolivariana’

A ousadia maior de Chávez, entretanto, foi a sua intensa movimentação pela América Latina. A integração econômica e política do continente foram buscadas com obsessão por Chávez e constituía-se num elemento basilar de sua ‘revolução bolivariana’.

No território latino-americano, uma de suas primeiras incursões ideológicas de forte repercussão foi a oposição ao projeto da Área de Livre Comércio para as Américas (Alca). Registre-se que sem a pressão da Venezuela e a luta interna do movimento social brasileiro, o Brasil fatalmente teria aceitado os planos da Alca, mesmo no governo Lula, como bem lembra o cientista político Bruno Lima Rocha.

Contrapondo-se à Alca, Chávez propôs em 2004, a criação da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e na mesma perspectiva a criação em 2001 da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), agrupando, pela primeira vez, as 33 nações da região, que assim se emancipam da tutela dos Estados Unidos e do Canadá.

Sob a perspectiva econômica, Chávez liderou as propostas de integração regional. No âmbito da Alba propôs vários projetos: o gasoduto do Sul, o Banco do Sul, a Oppegasur, a Petroamérica, a TVSur. Chávez foi ainda decisivo para a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), projeto engendrado originalmente pelo Itamaraty e prontamente apoiado pela Venezuela que teve papel importante nas crises dos golpes em Honduras e no Paraguai.

As propostas de integração regional de Chávez apenas não avançaram mais porque encontraram resistência na diplomacia brasileira. Politicamente, o Brasil sempre se demonstrou aliado da Venezuela. O governo Lula nunca demonizou Chávez. Lula e o Itamaraty não se somaram às vozes da direita que recomendavam que o país se alinhasse à política americana de condenação dos países do “eixo do mal” no continente: Venezuela, Bolívia e Equador. Na área econômica, entretanto, Venezuela e Brasil disputaram a liderança regional, principalmente no que concerne ao tema estratégico da matriz energética.

Com a retomada do crescimento econômico dos países na região, a demanda por energia aumentou exponencialmente e o tema postou-se como um dos principais no continente uma vez que cada vez mais se tornam necessárias as redes de conexão energética. Aqui é que entra o debate em torno do petróleo, do gás, da hidroeletricidade, do etanol. O contencioso maior entre a Venezuela e o Brasil se deu em função de que Chávez sugeria um processo de integração comandado por empresas estatais, diferentemente da proposta – apoiada pelo Brasil – que contaria para além da participação do Estado, com o capital de empresas privadas e o patrocínio de instituições multilaterais.

O tema da integração regional esteve no topo da agenda de Chávez e é um dos legados de sua Era que continuará repercutindo no cenário latino-americano.

O legado de Chávez: Irreversível?

Nesses dias debate-se intensamente acerca do legado de Chávez para a Venezuela e para o continente. Discutem-se as possibilidades de continuidade do ‘chavismo sem Chávez’ e a permanência ou não de sua ‘revolução bolivariana’.

Não há um consenso sobre a irreversibilidade do chavismo internamente e externamente. Segundo o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães pode haver retrocessos no país. Ele lembra o Chile e a Argentina: “No Chile havia um processo avançado e, com o golpe de73, se retrocedeu até na reforma agrária. Na Argentina ocorreu o mesmo com o golpe de 1976. Se a direita volta é para retomar o poder e terminar com as políticas públicas, com a redistribuição de renda”.

Em sua opinião, “tudo começa com as campanhas nos meios de comunicação, dizendo que chegou a modernidade, que está tudo melhor, que o populismo está dizendo adeus. Na Venezuela esse discurso pode começar a ser utilizado com a volta das classes abastadas, para desqualificar os programas de saúde, os gastos do Estado com alfabetização, para retirar recursos da Universidade das Forças Armadas, das missões”.

Samuel Pinheiro Guimarães destaca que Capriles (principal opositor nas eleições de outubro de 2012) teve mais de 40% dos votos: “Esses votos não são só das elites. Há pessoas pobres beneficiadas pelos programas sociais que são ideologicamente conservadoras. Eu creio que essas conquistas não possam ser entendidas como irreversíveis. Por isso as classes dominantes querem voltar ao governo, para reverter esses avanços”.

Outros, entretanto, consideram como irreversível o movimento iniciado por Chávez. Para Luiz Fernando Sanná Pinto, ex-professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP) e hoje pesquisador visitante do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Columbia (Estados Unidos), “depois de sua passagem pelo poder, ficou impossível para qualquer força política, chavista ou não, ignorar o povo”. Ainda segundo o pesquisador a saída de cena de Chávez não vai diminuir a polarização da política venezuelana. Segundo ele, “o chavismo terá um perfil mais discreto, mas vai continuar forte”.

Em sua opinião, “o principal foi alterar a estrutura do Estado no sentido de garantir que parte da renda petrolífera fosse transferida à população por meio de programas sociais (…) Nenhuma força política na Venezuela, seja ela chavista ou não, vai alterar essa política social. Podem até mudar a forma, mas o conteúdo dela dificilmente seria alterado, porque a população espera isso”.

Na mesma linha vai o analista Joaquim Villalobos, ao comentar que “a força do chavismo não está na eficácia para governar, mas no fato de que o regime mudou a orientação dos benefícios da renda do petróleo na Venezuela. Antes, esta se distribuía mais para cima do que para baixo. Chávez abriu espaços de inclusão social para os mais pobres, gerou opções de enriquecimento para novas elites e propiciou a esses setores identidade política e poder. Isso mudou a Venezuela para sempre”.

O sociólogo Atílio Boron considera, entretanto, “arriscada a hipótese de que o processo bolivariano passou por um ponto de não-retorno, constituindo uma sólida e perdurável maioria eleitoral, suficientemente protegida dos ocasionais dissabores da conjuntura ou das frustrações provocadas por algumas decepcionantes (e pontuais) experiências de governo”.

Boron alerta que “os imperialistas e seus aliados locais também continuarão sua obra, de modo que será preciso manter uma atitude de permanente vigilância. Como não puderam derrotar o chavismo nas eleições, apenas por ingenuidade poderia se pensar que, agora, arquivarão seus projetos de dominação e ficarão de braços cruzados, resignados diante do inapelável veredicto das urnas”.

O sociólogo Boaventura de Sousa Santos, elenca uma série de legados deixados por Chávez que considera de inestimável valor: A integração regional, o anti-imperialismo, o socialismo do século XXI, o Estado comunal. Esse legado, segundo ele fincou fortes raízes na Venezuela e no continente latino-americano, porém, permanecem desafios.

Segundo Boaventura, “a partir de agora começa a era pós-Chávez. Haverá instabilidade política e econômica? A revolução bolivariana seguirá em frente? Será possível o chavismo sem Chávez? Resistirá ao possível fortalecimento da oposição? Os desafios são enormes”.

Boaventura lista alguns deles:

1. A união cívico-militar: “Chávez assentou o seu poder em duas bases: a adesão democrática das classes populares e a união política entre o poder civil e as forças armadas. Esta união foi sempre problemática no continente e, quando existiu, foi quase sempre de orientação conservadora e mesmo ditatorial. Chávez, ele próprio um militar, conseguiu uma união de sentido progressista que deu estabilidade ao regime. Mas para isso teve de dar poder econômico aos militares o que, para além de poder ser uma fonte de corrupção, poderá amanhã virar-se contra a revolução bolivariana ou, o que dá no mesmo, subverter o seu espírito transformador e democrático’.

2. O extrativismo: “A revolução bolivariana aprofundou a dependência do petróleo e dos recursos naturais em geral (…) A excessiva dependência dos recursos bloqueia a diversificação da economia, está a destruir o meio ambiente e, sobretudo, constitui uma agressão constante às populações indígenas e camponesas onde se encontram os recursos, poluindo as suas águas, desrespeitando os seus direitos ancestrais, violando o direito internacional que obriga à consulta das populações, expulsando-as das suas terras, assassinando os seus líderes comunitários”

3. O regime político: “Mesmo quando sufragado democraticamente, um regime político à medida de um líder carismático tende a ser problemático para os seus sucessores. Os desafios são enormes no caso da Venezuela. Por um lado, a debilidade geral das instituições, por outro, a criação de uma institucionalidade paralela, o Estado comunal, dominada pelo partido criado por Chávez, o PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela). Se a vertigem do partido único se instaurar, será o fim da revolução bolivariana. O PSUV é um agregado de várias tendências e a convivência entre elas tem sido difícil. Desaparecida a figura agregadora de Chávez, é preciso encontrar modos de expressar a diversidade interna (…) Se a corrupção não for controlada e se as diferenças forem reprimidas por declarações de que todos são chavistas e de que cada um é mais chavista do que o outro, estará aberto o caminho para os inimigos da revolução. Uma coisa é certa: se há que seguir o exemplo de Chávez, então é crucial que não se reprima a crítica. É necessário abandonar de vez o autoritarismo que tem caracterizado largos setores da esquerda latino-americana”.

Boaventura conclui que “o grande desafio das forças progressistas no continente é saber distinguir entre o estilo polemizador de Chávez, certamente controverso, e o sentido político substantivo da sua governança, inequivocamente a favor das classes populares e de uma integração solidária do subcontinente”.

As razões do destino e sucesso da ‘revolução bolivariana’ foram anunciados por Chávez: “Não vinculamos a revolução bolivariana a um processo eleitoral. Esse processo está previsto na Constituição. O destino da revolução está na ideologia, na mobilização popular, na unidade cívico-militar e das forças revolucionárias”.

Resta saber se os seus sucessores conseguirão a continuidade do chavismo. O sucessor escolhido por Chávez, Nicolás Maduro aposta que sim ao afirmar que “o nosso povo é chavista, revolucionário e socialista”. Afirmação retórica a ser verificada nos próximos embates.

Chávez em frases

Chorei!

“Fui ao banheiro e me olhei no espelho. Chorei, chorei e chorei. Por meus filhos, chorei como no 12 de abril (quando sofreu uma tentativa de golpe de Estado)” – Hugo Chávez, presidente da Venezuela, narrando os sentimentos de quando Fidel Castro lhe comunicou que estava com câncer – O Estado de S. Paulo, 08-08-2011.

Milagre

“Estou agarrado a Cristo. Continuo fixado ao milagre” – Hugo Chávez, anunciando o retorno do câncer e sua viagem à Cuba – Página/12, 16-12-2012.

Escolhido

“Devo dizer agora, ainda que soe duro, mas eu quero e devo dizer. Sim, como diz a Constituição, caso se apresentasse alguma circunstância que me inabilitasse a continuar na Presidência, Maduro deveria concluir o período atual” – Hugo Chávez antes de viajar a Cuba para tratamento do câncer – Página/12, 16-12-2012.

“Nicolás Maduro, não apenas nessa situação, deve concluir o período, como manda a Constituição, mas em minha opinião firme, plena como a lua cheia, irrevogável, absoluta, total, é que nesse cenário, que obrigaria a convocar a eleições presidenciais, vocês elejam Nicolás Maduro como presidente” – Hugo Chávez, antes de viajar a Cuba para tratamento do câncer – Página/12, 16-12-2012.

Mil vitórias

“É o comandante das mil vitórias, é o comandante dos milagres e é por isso que nós nos concentramos em que ele vai tomar posse” – Nicolás Maduro, vice-presidente da Venezuela – Página/12, 20-12-2012.

Águas benditas

“Hoje é dia de são Francisco. Estamos sendo banhados pelas águas benditas. São Francisco, aquele que era rico e entregou toda a sua riqueza aos pobres e se tornou santo. Somos como são Francisco. Várias vezes estive a ponto de morrer por ser fiel ao povo venezuelano. Não vou falhar. Serei fiel para sempre” – Hugo Chávez, presidente da Venezuela, sob a chuva no sprint final da campanha presidencial em outubro de 2012 – reportagem da Folha de S.Paulo, 10-02-2013.

Ano difícil

“Após um ano muito difícil que passei, que vivemos, obrigado meu Deus! E peço que continue me dando vida e saúde para servir o seu povo, Cristo!” – Hugo Chávez, presidente da Venezuela – Religión Digital, 02-07-2012.

Corpo

“Se o povo quiser, ficarei até 2019, até 2021, até 2031, até que o corpo aguente” – Hugo Chávez, presidente da Venezuela – BBC Brasil, 09-06-2012.

Capítulo final

“Este país se ergueu nos últimos 13 anos ao redor da figura de Chávez, tanto o chavismo como a oposição. Agora, de repente esse homem pode desaparecer. É ele quem dirige o mistério sobre sua saúde, como o capítulo final de uma novela” – Alberto Barrera, autor da biografia Chávez sem uniforme – BBC Brasil, 09-06-2012.

Segredo

“A maior interrogação foi e continua sendo sobre a verdade da doença do presidente da república. O segredo como estratégia é um dos traços característicos da atitude do governo” – Dom Diego Padrón, presidente da Conferência Episcopal Venezuelana – Agência Efe, 08-07-2012.

Figura ‘mística’

“Chávez se consolidou como um líder religioso, mais do que um presidente ou um líder revolucionário” – Oscar Schemel, analista político, diretor da consultoria privada Hinterlaces – BBC Brasil, 09-06-2012.

Expansão

“Sua alma [de Chávez] era tão forte que seu corpo já não aguentava. Agora, ela [a alma] se liberou. Sua alma e seu espírito andam pelo universo se expandindo, enchendo de bençãos, de amor para nos trazer. Sabemos que é assim. Sentimos!” – Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez e candidato à sucessão – Folha de S. Paulo, 09-03-2013.

Esteira

“E amigos brasileiros de Chávez diziam ontem que a morte do líder venezuelano choca especialmente por seu estilo de vida saudável. Ele não bebia, não fumava e adotava rotina rigorosa de exercícios físicos” – Mônica Bergamo, jornalista – Folha de S. Paulo, 07-03-2013.

Influência

“A influência de Chávez na América Latina é mais ideológica do que econômica” – Carlos Honorato, economista da Fundação Instituto de Administração (FIA) – Agência Brasil, 06-03-2013.

Chavismo sem Chávez

“Sem Chávez o chavismo não se mantém. Não se trata apenas da presença física da pessoa de Hugo Rafael Chávez Frías, mas da referência simbólica insubstituível em que se converteu sua figura em uma proposta e em um movimento político, impossível de distinguir sem fazer essa vinculação” – Arturo Sosa, cientista político, religioso jesuíta – IHU On-Line, 17-01-2013.

“O problema é que os chavistas estão confessando, com suas chicanas constitucionais, que só Chávez tem o ‘software’ da tal ‘revolução boliviariana’. Temem, pois, o salto no vazio” – Clóvis Rossi, jornalista – Folha de S. Paulo, 08-01-2013.

“Vai ser difícil sem ele, de repente algumas coisas podem mudar, mas o mais importante é que esse povo nunca mais vai voltará a ser humilhado. E isso nos ensinou Chávez” – Alfredo Rueda, pedreiro – BBC Brasil, 08-03-2013.

“Estamos doloridos, vai ser muito difícil sem ele, mas já sabemos o caminho. Não vamos deixar que ninguém nos roube essa revolução” – Érica Mendonza, vendedora ambulante – BBC Brasil, 06-03-2013.

“Temos de entender as decisões de Deus. Muita gente não agradece o que Chávez fez. Isso é para que a gente aprenda” – Esperanza Zuloaga, motorista – Folha de S. Paulo, 07-03-2013

“Há antecedente no culto a Bolívar. Uma espécie de religião do Estado para legitimar os que estão no governo. Agora estão tratando de construir um culto a Chávez, para legitimar os que ficaram como seus sucessores” – Margarita López Maya, historiadora venezuelana – Folha de S.Paulo, 10-02-2013.

Revolução Bolivariana

“A ideia de que a Revolução Bolivariana não sobreviverá a Hugo Chávez é apenas uma manifestação de desejo dos golpistas de 2002, da elite saudosa da velha Venezuela. Aquela em que a fortuna decorrente do petróleo ia parar em contas bancárias em Miami e na Suíça e não em projetos sociais, como acontece hoje” – Fernando Morais, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 26-01-2013.

“O socialismo do século XXI de Hugo Chávez é menos socialista que o do século XX, se por socialismo se entender a estatização dos meios de produção. É o que mostra o Banco Central da Venezuela: o reinado de Chávez aumentou, sim, a participação do Estado na economia, mas o setor privado ainda responde por 58,2% do Produto Interno Bruto. O Estado avançou de 35%, quando Chávez assumiu, em 1999, para 41,8% em 2012” – Clóvis Rossi, jornalista – Folha de S. Paulo, 07-03-2013.

“A força do chavismo não está na eficácia para governar, mas no fato de que o regime mudou a orientação dos benefícios da renda do petróleo na Venezuela. Antes, esta se distribuía mais para cima do que para baixo. Chávez abriu espaços de inclusão social para os mais pobres, gerou opções de enriquecimento para novas elites e propiciou a esses setores identidade política e poder. Isso mudou a Venezuela para sempre” – Joaquim Villalobos, analista político – Folha de S. Paulo, 06-03-2013.

A vaca e os abutres

“Chávez é como uma vaca. Em vez de leite, distribui aos seus ‘bezerros’ o dinheiro do petróleo. Eles, os altos mandos do chavismo, só estão juntos porque no centro está a vaca Hugo Chávez. Se ele morrer, os bezerros vão virar abutres. E vão querer comer a vaca de maneira anárquica” – Alfredo Romero, professor de Direito Público e diretor do Foro Penal venezuelano” – O Estado de S. Paulo, 16-12-2012.

Capriles

“Eles (a oposição venezuelana) têm dificuldade de imaginar um cenário sem Chávez, seu motivo fundamental desmorona. E cometeram um erro: Capriles voltou a disputar um Estado, quando poderia continuar sendo um nome nacional. Teve seus motivos, atender aos que financiaram sua campanha” – Nicmer Evans, cientista político – O Estado de S. Paulo, 16-12-2012.

Mão forte

“Não se equivoquem. O fato de haver dor não quer dizer que não haja força. Aqui há um braço forte, armado, que são as Forças Armadas respaldando o povo” – Diego Molero, almirante, ministro da Defesa – BBC Mundo, 08-03-2013.

Aristotélico

“Hugo não é apenas um jogador de xadrez. Ele enxerga o tabuleiro de uma outra forma, circular. A política para ele é, para além da concepção aristotélica, instinto, olfato, percepção, intuição para vasculhar um entorno vasto, tão vasto quanto os descampados nas planícies onde ele nasceu – Jacinto Perez Arcay, general, e mestre na Academia Militar – Terra Magazine, 06-03-2013.

Periferias

Ele foi um dos primeiros a intuir que essas periferias não se sentiam representadas pelos partidos tradicionais dado o fracasso destes em melhorar a vida das maiorias. Preenchendo esse vácuo, seu gênio foi tentar dar às periferias expressão própria, canalizando assim o descrédito desses partidos e instituições para um movimento de redistribuição imediata de benefícios tangíveis aos mais carentes: saúde, educação pública, moradia, alimentos – Rubens Ricupero, economista – Valor, 06-03-2013.

“As grandes empreiteiras brasileiras que têm na Venezuela seu principal mercado externo, com obras que totalizam US$ 3 bilhões por ano, estão muito apreensivas com a saúde de Hugo Chávez. Temem, daqui para a frente, uma mudança de rota no governo, mesmo que Chávez se recupere” – Ancelmo Gois, jornalista – O Globo, 22-01-2013.

Tom baixo

“Chávez foi um ‘adversário’, mas nunca um ‘inimigo’” – Henrique Capriles, candidato à presidência e opositor de Chávez – BBC Mundo, 08-03-2013

Chávez no Twitter

Olivia Soares ‏@moliviasoares

Não deu para o Jornal Nacional esconder a multidão nas ruas de Caracas.

Roldão Arruda ‏@Roarruda

Acho que impossível entender Chavez sem discutir o que era a Venezuela antes dele: um país riquíssimo, com o povo na miséria

Maria R Abalde ‏@AbaldeMaria

Los restos mortales de Hugo #Chávez serán expuestos en la Academia Militar. El viernes a las 10, ceremonia fúnebre. 7 días de luto nacional.

25segundos ‏@25_segundos

#MuereChávez Decretan 7 días de duelo y suspenden actividades escolares http://ow.ly/ipOZJ

Luis Méndez ‏@Tafio

7 dias de duelo nacional, semana santa antes de semana santa #Meta #NoJoke

LUIS MOTTA DOMINGUEZ ‏@LMOTTAD

En el Panteon Nacional… Honor a quien honor se merece… Apoyen esta petición #Chavezalpanteón

Vanessa ‏@vatigo

En el Panteón Nacional junto a Bolívar??? Se terminaron de volver locos!!! Increíble!!!!

Puello Conde ‏@chrisPuelloC

El ingreso al Panteón Nacional es atribución de la AN, de acuerdo al Artículo 187 de la Constitución, pero 25 años luego de su fallecimiento

Bernardo MelloFranco ‏@BernardoMF

“O corpo do presidente Chávez será embalsamado como Ho Chi Minh, Lenin e Mao”, disse Maduro http://bit.ly/WNFFu2

Jaime Guimarães ‏@jaimeguimaraess

Uma coisa que eu gostava do Hugo Chávez: não disse “amém” para certos setores da mídia venezuelana que fizeram de tudo para derrubá-lo.

Matheus Rodrigues ‏@matheusrg

Os EUA se pronunciaram sobre o estado de saúde do Chávez. Cobraram “transição consistente com a Constituição”. Desejar melhoras, nem pensar.

Odenildo Sena ‏@odenildosena

No caso do El País, que publicou falsa foto de Chavez, prevalece o sagrado espírito de corpo. Nenhuma reação indignada da midiazona…

Dinarte Assunção ‏@DinarteAssuncao

“O jornal se desculpou a seus leitores pela falha histórica, mas não a Chávez, a seus familiares e ao povo venezuelano”

MAB ‏@MAB_Brasil

a morte de Hugo Chávez é uma grande perda para os movimentos sociais da América Latina e do mundo todo #luto #luta

ara Goes ‏@MaraRGoes

Sinto muitíssimo a morte de Hugo Chávez. Alguém que passou pela vida e fez diferença!!!!

Emiliano José ‏@Emiliano_Jose

A Globo insiste que a Venezuela não é uma democracia por conta do chavismo, que enfrentou e venceu 15 eleições. O que é democracia pra ela?

Fabio Pereira ‏@fabio10brasil

Muito triste com a piora da saúde de Hugo Chávez. Força Comandante. O povo latino americano precisa de sua presença.

Tuitadas de Chávez – Hugo Chávez Frías ‏@chavezcandanga

O primeiro

“Epa, que tal? Apareci, como havia dito: à meia noite. Vou para o Brasil, muito contente a trabalhar pela Venezuela. Venceremos!!” – 2010.

Os últimos

Hemos llegado de nuevo a la Patria venezolana. Gracias Dios mío!! Gracias Pueblo amado!! Aquí continuaremos el tratamiento.

Sigo aferrado a Cristo y confiado en mis médicos y enfermeras. Hasta la victoria siempre!! Viviremos y venceremos!!!

Gracias a Fidel, a Raúl y a toda Cuba!! Gracias a Venezuela por tanto amor!!!

Outros tweets

Compañeros, compañeras del mundo. Tengan la seguridad que el Pueblo de Bolívar seguirá labrando otro mundo posible, es decir: Socialista!!

“Desde meu coração de pai, vão meus sentimentos e melhores desejos a todos os pais venezuelanos! Felicidades Papá!!”

“Bom dia, mundo bom! Começa a Cúpula Presidencial do Mercosul! Lamentamos a ausência do Paraguai, por não ter um governo legítimo!”

“Se soubessem a maravilhosa sopa de peixe que tomei no almoço! Com banana madura com arroz! Perdoem se alguns ainda não almoçaram!”

“Epa, a jornalista Colombiana! Prefiro daqui enviar uma saudação fraterna ao Povo Colombiano! Viva a Colômbia!”

“Vamos Caracas Socialista! Vamos meu Partido Socialista! Vamos prumo à grande vitória do 7deOctubre! Um abraço de mil braços, Camaradas!”

“Ministra Nancy Pérez: elaboremos um plano de aceleração e aprofundamento de Minha Missão Mães do Bairro!! As Amo Infinito Mulheres de Meu Povo!”

“Como Soldado lhes digo quão orgulhoso me sinto de nosso Povo e de nossos Soldados! Somos os Soldados de Bolívar! Somos o Povo de Bolívar!”

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/cepat/cepat-conjuntura

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