Por André Barrocal, da Carta Capital
O “mercado”, essa abstração formada por bancos, fundos, corretoras de valores e especuladores em geral, está tenso com o hoje imprevisível resultado da eleição. Seus presidenciáveis prediletos, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles e companhia, fazem feio nas pesquisas.
A aflição tem se revelado na alta do dólar, firme rumo aos 4 reais, apesar de o Banco Central ultimamente atuar de forma pesada no câmbio. Sem opção, parte da banca inclina-se na direção do pré-candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, seduzida pelo economista que o deputado escolheu como guru, Paulo Guedes.
Essa mão aí pode ser leve também. É o que se constata em uma acusação à Justiça que acaba de sair do forno. Uma história cheia de dólares também e com dois personagens da órbita de Guedes. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) atinge 62 pessoas apontadas como integrantes de uma rede doleira.
Foi fechada em 6 de junho, após uma longa investigação sobre 1,6 bilhão de dólares movimentados por 52 países e 3 mil offshores, empresas em geral abertas em paraísos fiscais. Os acusados serão processados pelos crimes de formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção. Vários deles tinham sido presos preventivamente, no início de maio, por ordem do juiz federal Marcelo Bretas, da 7a Vara do Rio de Janeiro, quando a Operação Câmbio, Desligo foi às ruas.
Um deles era um executivo do Grupo Bozano, Oswaldo Prado Sanches. Ele teve um pedido de habeas corpus negado na segunda e na terceira instâncias, mas vai responder a Bretas em liberdade. No dia 1o, conseguiu um HC no Supremo Tribunal Federal, de Gilmar Mendes.
Prado caiu na tarrafa graças às delações de dois doleiros, Vinicius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barboza, o Tony. Com a ajuda dos alcaguetes, os investigadores descobriram um verdadeiro sistema financeiro clandestino existente desde os anos 1990, conforme CartaCapital contou há um mês.
A dupla gerenciava as transações a partir do Uruguai, para onde havia se mudado por volta de 2003, após o caso Banestado, um escândalo a botar em cena vários dos mesmos doleiros e endinheirados de agora.
Para controlar os negócios, Juca e Tony tinham um sistema contábil eletrônico. Sanches era chamado no sistema de “Barbear”, um trocadilho com o nome do patrão dele, o Grupo Bozano. O codinome foi cadastrado no sistema em maio de 2006. O registro da última transação com “Barbear” é de, exatamente, uma década depois. A função principal de “Barbear” na rede clandestina, segundo os delatores, era providenciar dólares. De 2011 a 2016, teria arranjado 15,5 milhões.
A grana, ao que parece, saía do Bozano. Em sua deduragem, Juca diz que o relacionamento com o grupo começou nos anos 1990, e que o grupo “sempre vendeu dólares” para o esquema, “através de depósitos em contas bancárias indicadas” por ele e por Tony.
O dinheiro fornecido por Sanches saía às vezes de uma conta bancária mantida em uma agência do Morgan Stanley em Nova York. É possível que seja uma conta pessoal do octogenário líder do grupo, o gaúcho Julio Bozano, uma das maiores fortunas do Brasil, estimada em 1,8 bilhão de dólares pela Forbes em janeiro.
Durante as investigações, Bretas autorizou a quebra de sigilo de Sanches, e o MPF descobriu um sugestivo e-mail de Sanches para o chefe com data de 26 de abril de 2017. “Dr. Julio, segue abaixo o e-mail que enviei ao Luis Romero falando que não será mais necessário ele enviar o relatório sobre a conta do Sr. junto ao Morgan Stanley.”
Pelo que se vê na mensagem encaminhada no e-mail, Sanches tinha falado com Romero na véspera. Contava ter conversado naquele dia com Julio sobre a conta nova-iorquina e que não era necessário que o Morgan Stanley preparasse um relatório a respeito dela. Pelo que Sanches escreveu, o relatório teria utilidade em uma declaração de Imposto de Renda.
Na denúncia contra Sanches, o MPF lista alguns negócios feitos pela rede doleira com a ajuda de “Barbear”. Há, por exemplo, um caso de parceria com o doleiro Rony Hamoui, codinome “Jacinto”, outro denunciado.
Jacinto acionou a rede doleira em busca de 250 mil dólares para uso no exterior. “Barbear” fez duas transferências em agosto de 2013, uma de 100 mil dólares, a partir de uma conta no J.P. Morgan em Nova York, outra de 150 mil de uma agência nova-iorquina do HSBC para a Índia.
Por aqueles dias, “Jacinto” entregou dois cheques ao esquema dos doleiros, em montante aproximado ao equivalente em reais às 250 mil verdinhas. Esse tipo de operação é o que se chama de dólar-cabo, uma forma de driblar as autoridades. Uma compra de dólares sem que haja movimento físico dentro do País.
Em uma das pontas há um interessado em esconder dinheiro no exterior. Na outra, alguém que precisa de reais aqui. Nos dois casos há crimes por trás. Uma pessoa a esconder dólares no exterior para não pagar IR, por exemplo. A ponta interna podia ser pagamento de propina a corruptos. Essa era a essência do serviço prestado pela rede doleira: unir as duas pontas – em troca de comissão, claro.
A denúncia contra “Bar-bear” mostra que, em janeiro de 2014, ele ajudou a rede a evadir, via dólar-cabo, 143 mil dólares, para ajudar Henri Joseph Tabet, codinome “Fofinho”, mais um denunciado à Justiça. Essa grana foi de Nova York para a China. Entre agosto de 2015 e maio de 2016, a evasão da qual “Barbear” fez parte foi de 730 mil dólares, em negócios que tinham na ponta oposta outro acusado, Wu Yu Sheng, codinome “Molleja”. Foram cinco transferências.
O dinheiro saiu de uma agência do Citibank em Wall Street, a rua nova-iorquina que é a meca do financismo global, e foi para Hong Kong, um paraíso fiscal. O Grupo Bozano também se valia de paraísos, como se pode deduzir do sistema eletrônico de Juca Bala e Tony.
O sistema permitia trocas de mensagens entre os doleiros. Em 21 de maio de 2014, há uma conversa em que “Barbear” pede para mudar o endereço da Bozano Limited para outro nas Bahamas. “Fui informado que esse é o novo endereço da empresa”, escreveu.
Em troca dos serviços prestados ao esquema, Sanches recebia cash. Carlos José Alves Rigaud, colaborador de Juca e Tony na condição de “carregador de mala”, também se tornou delator e contou que “sempre fazia entregas” para Sanches, “em torno de 150 mil reais por semana”.
A grana era deixada na sede do Banco Bozano, Simonsen, uma instituição que não existe mais, na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Ou, então, na Rua 2 de dezembro, número 78, no bairro do Catete, também no Rio. Este último endereço é o de uma empresa de Sanches, a DH4S.
Diante de todas as descobertas, o MPF diz na denúncia que “resta cristalinamente claro” que “Oswaldo era um alto executivo do Grupo Bozano”, “tinha amplo acesso às contas do Grupo Bozano em Nova York”, e que “operava criminosamente” com a rede doleira para “ocultar movimentação de vultosas quantias, das quais as imputadas nesta denúncia são apenas parte da operação criminosa”.
Sanches é homem de confiança de Julio Bozano há muito tempo. Trabalhava no grupo desde os anos 1980. Após sua prisão preventiva em maio, o Grupo Bozano passou a dizer que o executivo deixara a empresa no mês anterior. Versão conveniente, mas esquisita.
No registro da Companhia Bozano junto à Receita Federal, Sanches era apontado ainda em 11 de junho como “presidente”. A história do “Barbear” permite revisitar um escândalo de quase 20 anos a envolver o bilionário Julio Bozano.
Em 1999, havia uma CPI dos Bancos no Senado. Em setembro, a comissão tomousigilosamente o depoimento de um empresário que tinha trabalhado no Bozano, Simonsen, que ainda existia na ocasião.
Yssuyuki Nakano disse que operava caixa 2 de Julio e do banco, que administrava uma conta pessoal do magnata em Nova York. Apresentou, inclusive, uma declaração registrada em cartório, na qual um ex-gerente-geral do Bozano, Simonsen em Campinas (SP), José Carlos Franz, afirmava que recebia ordens diretas da presidência do banco para atender a todos os pedidos de Nakano, como descontar cheques dele e suas empresas.
Segundo Nakano, de 1990 a 1993, suas empresas tomaram 50 milhões de dólares no banco, sem sequer ter de apresentar garantias. Parte da bolada teria servido para compras ilegais de dólares. O depoimento levou a CPI a convocar Julio, que alegou estar no exterior e mandou dois prepostos no lugar. Levou também o Banco Central a botar lupa no Bozano, Simonsen.
Nakano contou sua versão publicamente em maio de 2000 à Folha, com uma frase forte: “Eu era testa de ferro de Julio Bozano”. Tinha resolvido abrir o bico, pois era alvo de outra CPI, sobre o narcotráfico, e não queria que sua riqueza fosse confundida com tráfico – aparentemente, era melhor ser confundido com crime do colarinho-branco, mais chique.
A fiscalização do BC descobriu que, mesmo na pior, o banco praticara evasão de divisas, ao mandar dólares, em 1998, para os paraísos fiscais das Ilhas Cayman e das Ilhas Virgens. Em dezembro de 1999, Julio foi convocado ao BC e teve de assinar um termo de ajustamento de conduta. Em maio de 2000, conforme o noticiário da época, o BC estava decidido a proibir o empresário de ter ou de dirigir instituições financeiras.
Foi aí que o gaúcho retomou e concluiu negociações para vender seu banco. Selou o negócio no fim de 2000, com o Santander. Era o fim do Bozano, Simonsen, fundado nos anos 1960 como o primeiro banco de investimentos do País, aquele tipo de negócios que não trabalha com correntistas comuns, mas com grandes transações e clientes ricos.
Julio voltou ao mercado financeiro em 2013. Fez uma sociedade com Paulo Guedes na empresa Bozano Investimentos. Esta foi registrada na Receita Federal em 19 de agosto de 2013 e tem como sócios Guedes, a Companhia Bozano e a Bozano Partners, entre outros. Sanches, o “Barbear”, participa do arranjo societário. Ele é, ou era, presidente da Companhia Bozano, como visto anteriormente.
A Bozano Partners foi criada em 11 de julho de 2013, tendo ele como um dos diretores-executivos. Desde o surgimento da Bozano Investimentos, administradora de 3,5 bilhões de reais em dinheiro de terceiros, Guedes é seu principal dirigente e estrategista. Comanda o conselho de administração. Guedes disse a CartaCapital que não sabia das atividades de Sanches com doleiros e que não comentaria a acusação contra o executivo. Julio e o Grupo Bozano não responderam ao pedido de informações da reportagem.
Guedes ganhou holofotes de uns tempos para cá, por ter entrado no time de Jair Bolsonaro, escolhido para ajudar o presidenciável a ser aceito no “mercado”. É neoliberal da gema, um Chicago Boy com Ph.D. pela universidade veneradora do austríaco Friedrich Hayek e do norte-americano Milton Friedman.
Como estes, Guedes acha que o governo só atrapalha a economia. É essa a filosofia do programa econômico que prepara para o deputado da extrema-direita. Bolsonaro até já declarou: se vencer, Guedes será seu ministro da Fazenda.
Um dos fundadores do Instituto Millenium, think tank direitista do qual fazem parte o economista Pedro Malan, o empresário Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e alguns globais, entre outros, Guedes tem difundido a ideia de que “Bolsonaro é o fenômeno eleitoral da direita” contra “um sistema político degenerado pelo dirigismo na economia”.
Em abril, disse ao Estadão que a “velha política está morrendo em praça pública, devido à degeneração da política” por causa desse “modelo dirigista, onde as estatais são os braços usados para fazer governabilidade”. Ou seja, bom seria deixar tudo com a mão invisível do mercado.
O que dizer, então, da mão leve do mercado vista no escândalo dos doleiros? Sanches e o Grupo Bozano não são os únicos representantes do mercado, esse virtuoso, no esquema. Um dos denunciados é Chaaya Moghrabi, codinome “Monza”. Sua função na rede clandestina era similar à de “Barbear”, providenciar dólares e fazê-los chegar a algum ares?
Em sua delação, Tony afirmou que Moghrabi “já trabalhou no Banco Safra, onde conseguiu uma grande carteira de clientes”. “Monza” foi cadastrado no sistema contábil eletrônico de Tony e Juca Bala em 2006 e fez o último negócio no ano passado. De 2011 a 2017, teria ajudado a evadir 239 milhões de dólares.
Outro egresso do reino da virtude é Diego Renzo Candolo, o “Zorro”, igualmente denunciado como membro da rede doleira. Tony afirma tê-lo conhecido entre 2002 e 2003, através de uma pessoa “de quem Zorro tinha sido chefe no Credit Suisse”.
Já Juca Bala diz tê-lo conhecido nos anos 1990, “quando Candolo era representante do Deutsche Bank”, e que o know-how de “Zorro” era valioso. “Ele era responsável pela abertura de contas no exterior para serem utilizadas no exterior, haja vista seu relacionamento com instituições financeiras”, contou o doleiro.
Um exemplo desse know-how posto a serviço da rede é uma conta no Banco Valartis, no paraíso fiscal de Liechtenstein. De 2012 a 2015, “Zorro” ajudou a evadir 12,9 milhões de dólares, pelo menos, conforme a contabilidade dos delatores. Uma parte dos dólares movimentados lá fora com a ajuda dele virava propina em reais aqui dentro, subornos pagos, por exemplo, pela Odebrecht. “Zorro” era sócio no exterior de Fernando Baiano, lobista conhecido na Operação Lava Jato por ajudar negociatas do MDB.
A propósito de paraísos fiscais, doleiros e Lava Jato, o juiz Sergio Moro recebeu em 2 de junho um prêmio em Mônaco. O galardão partiu de uma ONG, a Projeto Brasil Mônaco, criada pela brasileira Luciana Paulina Montigny, esposa do cônsul honorário do Brasil no principado, o canadense André de Montigny.
A entidade tenta estreitar laços de amizade e culturais entre os dois países. Mônaco é o segundo menor país do mundo, mas um enorme paraíso fiscal. Ninguém paga Imposto de Renda, razão para atrair ricaços do planeta. Para obter um golden visa e morar sossegado, basta prometer investir lá, motivo de os imóveis custarem fábulas.
O IR das empresas é mínimo. Por muito tempo, Mônaco esteve na lista negra de paraísos fiscais da OCDE. Aí vem a dúvida: pega bem o juiz titular de uma vara especializada em crimes financeiros aceitar ir a um paraíso fiscal para receber prêmio? Não deveria ao menos ter aproveitado a chance para dizer ao mundo que nações mais humildes, como o Brasil, precisam de ajuda para caçar sonegador?
E olha que na Lava Jato condenou um ex-diretor da Petrobras, Jorge Zelada, por usar um banco em Mônaco para esconder e lavar dinheiro da corrupção. No discurso, Moro limitou-se a agradecer a colaboração das autoridades locais com a Lava Jato.
Estranhezas à parte, a denúncia contra a rede de doleiros aponta um como líder da quadrilha, o sujeito que ficava com 60% dos lucros, um velho conhecido de Moro, Dario Messer. Hoje foragido, Messer era um dos personagens do escândalo do Banestado, o caso que primeiro tornou o juiz de Curitiba famoso nacionalmente, no início do século.
Foi graças a esse caso que Messer e seus sócios Juca Bala e Tony passaram a controlar as operações a partir do Uruguai, ali por volta de 2003, para ficar longe das autoridades brasileiras. A CPI do Banestado descobriu, entre outras, que Messer deu uma força ao banqueiro Daniel Dantas, com remessas de 3 milhões de dólares, em 1997, para o Banco Opportunity nas Ilhas Cayman.
A bolada saiu de uma offshore controlada pelo doleiro, a Depolo Corporation. Até 2012, 2013, Messer tinha um banco, o EVG, em Antígua e Barbuda, outro paraíso fiscal, através do qual fazia negócios para uma clientela de gente fina, como o empresário Alexandre Accioly, dono de uma rede de academias no Rio investigado hoje como prestador de serviços clandestinos ao senador Aécio Neves, tucano enrascado na Justiça.
Ao menos até 2009, Accioly era sócio de outros dois recém-denunciados integrantes da megarrede de doleiros, os irmãos Roberto e Marcelo Rzezinski. Até aquele ano pelo menos, os três estavam unidos na Empresa Brasileira de Distribuição de Ingressos.
Um quarto sócio era o apresentador Luciano Huck, que era o presidenciável dos sonhos de Fernando Henrique Cardoso e com quem Paulo Guedes, agora com Bolsonaro, chegou a conversar para ver se colaboraria de alguma forma, caso o global se candidatasse.
Segundo a denúncia que vão encarar, Roberto e Marcelo tinham como papel principal na rede doleira ajudar a arrumar a moeda norte-americana em espécie. Em troca, recebiam pagamentos em reais em um shopping e um hotel na Barra da Tijuca, no Rio, dinheiro que depois colocariam à disposição de corruptos do MDB. E assim funciona a relação entre doleiros e endinheirados no Brasil, um escândalo tratado por aqui com aparente naturalidade.
Das delações de Juca Bala e Tony, origem das revelações atuais, saiu uma espécie de bala perdida contra o advogado Antonio Figueiredo Basto, especializado em delações e bastante atuante na Lava Jato em Curitiba, outra história contada recentemente por CartaCapital. Segundo os alcaguetes, Basto teria recebido uma mesada de 50 mil dólares entre 2005/2006 e 2013 para proteger das autoridades as pessoas que lhe pagavam.
Da vaquinha, participariam outros dois doleiros, Richard Otterloo e um chamado Matalon. Tanto Otterloo quanto a família Matalon acabam de ser denunciados juntamente com Messer, “Barbear” e companhia. A acusação de mesada a Basto levou vários partidos, o líder petista Paulo Pimenta à frente, a propor na Câmara uma CPI das Delações.
O pedido reuniu 190 assinaturas válidas, 19 acima do mínimo necessário. O PT vê uma chance de prensar Moro e a República de Curitiba. O plano parece, porém, ter encontrado um obstáculo inesperado. Após ter, segundo petistas, se comprometido a instalar a CPI, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, anda meio contrariado com a ideia.
Maia, outro neoliberal, é ex-funcionário dos bancos BMG e Icatu. O deputado diz que a agenda da Casa que preside “tem como foco o mercado”, esse virtuoso da mão invisível e da mão leve.