Irmanados como povos do mundo, as distintas delegações que estão em Honduras, participando do Encontro Internacional Berta Cáceres Vive, construíram as estratégias para fazer frente à voraz indústria extrativista que segue destruindo os bens naturais comuns e a vida das comunidades.
O Encontro teve início com a inscrição das delegações para, logo em seguida, avançar nas mesas de trabalho, onde as temáticas estavam relacionadas em abordar a análise do contexto da região e, a partir dessas realidades, planejar coordenações e estratégias de acompanhamento às comunidades em seus territórios.
O evento convocado pela filhas e filho de Berta Cáceres, pelo Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (Copinh) e pela Plataforma do Movimento Social e Popular, acontece no Nacional de Engenheiros Coliseum em Tegucigalpa, capital do Honduras. Durante estes dois dias as delegações dos distintos países criarão redes para somar esforços nesta luta contra a problemática da indústria extrativista, disse Miriam Miranda, da Organização Fraternal Negra de Honduras (Ofraneh).
Miranda chegou acompanhada pelas comunidades garífunas que, assim como os indígenas em Honduras, enfrentam despejos, deslocamentos, intimidação e assassinatos de seus membros pela luta em defesa dos bens naturais e dos territórios. Os garífunas com seus tambores invocaram a sabedoria de seus ancestrais para acompanhar este Encontro que irmana ao mundo.
Berta Zúniga Cáceres, filha da dirigente assassinada no último dia 3 de março, disse que a presença de tantas organizações e representações do mundo é a mostra da solidariedade internacional, que se deve expressar na demanda para que se instale uma comissão multidisciplinar internacional que investigue o crime cometido contra sua mãe. No marco do Encontro, Berta Zúniga ratifica o rechaço que a família e o COPINH têm sobre o fato de a MACCIH – Missão de Apoio contra a Corrupção e Impunidade – seja encarregada de investigar este assassinato.
Amanhã, sexta-feira, as delegações dos mais de 20 países e das comunidades de Honduras se mobilizarão em uma caravana até o Rio Gualcarque no departamento de Intibucá. Ali, naquelas águas pelas quais tanto lutou Cáceres, se fará um compromisso de luta pela vida e pela justiça.
Fonte: JS/A – La Red Radio