3ª Plenária Nacional de Mobilização por um Plebiscito Popular reuniu lideranças de dezenas de organizações, entidades e movimentos sociais de todo o país, visando à realização de um plebiscito que fortaleça a reconstrução do Brasil após o desmonte dos últimos anos
Por Flaviana Serafim – Jubileu Sul Brasil
A 3ª Plenária Nacional de Mobilização por um Plebiscito Popular reuniu lideranças de dezenas de organizações, entidades e movimentos sociais de todo o país, em reunião virtual na noite desta segunda-feira (19).
Dando continuidade ao processo de escuta, o objetivo com a proposta de um plebiscito popular é fortalecer a mobilização e articulação para a reconstrução democrática do país, depois dos últimos anos de desmontes e retrocesso de direitos, partindo do apoio popular para fazer as revogações necessárias e também propor políticas sociais. A iniciativa une a 6ª Semana Social Brasileira (SSB), o Grito dos/as Excluídos/as e a Rede Jubileu Sul Brasil (JSB).
A economista e educadora popular Sandra Quintela, articuladora nacional da Rede JSB, explicou que, para fomentar essa caminho para reconstrução do país, a 6ª SSB, o Grito dos/as Excluídos e o Jubileu Sul Brasil optaram por lançar a ideia fazendo uma opção metodológica a partir de plenárias, num processo de escuta no qual já participaram cerca de 200 organizações. “O que percebemos nessa caminhada é que muitas organizações e movimentos sociais sentem falta de algo que possa criar uma unidade, um horizonte comum. O plebiscito é um instrumento que pode permitir isso”, afirma.
Ari Alberti, da secretaria nacional do Grito dos/as Excluídos/as, observou o fato das organizações e movimentos sociais sentirem falta de um instrumento “que nos mobilize, nos una, nos articule e nos aproxime mais do trabalho de base. A segunda questão é o ‘ainda não é momento’, mas quando é que é o momento? Quando vai ser o momento?”, questionou.
Na visão de Alberti, o diálogo junto às bases para impulsionar mudanças de baixo para cima “exige tempo e generosidade para se discutir. Hoje a realidade é outra, mas estamos reproduzindo a discussão de 2002, sentindo que é necessário, mas ainda não é tempo. Agora, querendo ou não, a semente está lançada, a palavra plebiscito está colocada, a validade do processo e da discussão não está em questão. Se queremos garantir a democracia e ajudar a fortalecer o governo, temos que nos organizar, nos mobilizar e unidos”, ressaltou.
Após a acolhida aos participantes, foi apresentado um breve resgate do processo iniciado em torno da mobilização pelo plebiscito desde o último 9 de fevereiro, quando ocorreu a 1ª plenária nacional, seguida do momento de escuta das lideranças nos territórios onde a proposta do plebiscito foi abordada anteriormente, em plenárias locais e outros momentos de debate, e ainda a definição dos próximos passos e encaminhamentos.
Ação e construção coletiva
Na avaliação de Júlio César Nóbrega, militante da Paraíba, “há uma necessidade urgente não só de nos movimentarmos e nos organizarmos, mas de agir. Diferente de outras conjunturas, hoje a direita está mais forte, mais organizada do que antes. E qual o momento de agir se a conjuntura não é favorável? A conjuntura também muda, e muda com a gente agindo. Pode não ser a condição ideal, mas algo temos que fazer. Precisamos nos movimentar”, afirma.
Nóbrega também pontuou as mudanças climáticas como uma questão relevante. “É uma preocupação da maioria das pessoas e uma temática que não podemos deixar de olhar, de pautar, porque mexe com a vida, junto com essa economia que destrói as pessoas e a natureza”, completa.
Membro da coordenação da Rede JSB, a economista Dirlene Marques apontou a necessidade de que mais organizações se engajem para mobilizar o plebiscito. “Estamos propondo construir um instrumento de mobilização e transformação, que é o plebiscito. Mas se não é esse o instrumento, qual é o outro então? É preciso cobrar isso, pensar em alguma forma de se construir coletivamente os processos de participação mais massiva, além do Estado”, destaca.
Próximos passos
Para dar seguimento à mobilização e aprofundar o debate, a proposta do plebiscito popular continua sendo pautada nos espaços de discussão do Grito dos Excluídos e da SSB.
A próxima plenária virtual está programada para o dia 20 de setembro (quarta-feira), com indicativo de encontro presencial em novembro, em Brasília.
Saiba mais acessando o documento síntese com informações gerais e orientações sobre o processo de construção coletiva do Plebiscito Popular.