Síntese dos planos de incidência e ações dos territórios foi apresentada por Rosilene Wansetto, da Rede Jubileu Sul Brasil, e pelo assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara, Jardel Lopes.
O encerramento do processo da 6ª Semana Social Brasileira (SSB), iniciado no dia 20 de março de 2024, em Brasília–DF, segue até dia 22 de março, na Casa de Encontros Dom Luciano Mendes de Almeida.
Como parte da pauta do dia, as violações dos direitos à terra e à natureza foram discutidas na plenária “O Brasil que temos” a partir dos três “T´s” indicados no tema da 6ª SSB, a saber, “Mutirão pela Vida – por Terra, Teto e Trabalho”. A síntese dos planos de incidência e ações dos territórios foi apresentada por Rosilene Wansetto, da Rede Jubileu Sul Brasil, e pelo assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara, Jardel Lopes.
O eixo “Terra”, entendido enquanto território, refletiu com os 150 participantes do evento eclesial o índice de desigualdade econômica, a exploração e a contaminação dos bens hídricos, da fauna e da flora, bem como as violências, intimidação e assédio, amplamente exercidos em todo o Brasil. Inúmeras propostas nas áreas da mineração, agronegócio, invasão dos territórios tradicionais, na exploração de recursos naturais e nos crimes ambientais foram refletidas a partir de encaminhamentos de ações.
No eixo “Teto”, na perspectiva de habitação, foi desenvolvido a partir da realidade de moradias precárias, ausência de morada e políticas públicas de habitação. No que tange às violações, as propostas de resolução no campo da especulação imobiliária, machismo, racismo estrutural, fome e insegurança alimentar e nutricional.
A respeito do eixo “Trabalho”, a manhã se concentrou em considerar a precarização do trabalho, bem como aqueles análogos à escravidão, com propostas de melhorias a partir da realidade de cada localidade.
Força e coragem
“Mais forte do que a morte é o amor”, afirmou o deputado federal Chico Alencar ao refletir o resgate da dimensão transformadora do cristianismo. O parlamentar também recordou uma frase de dom Pedro Casaldáliga que recupera a importância da organização dos trabalhadores na superação das contrariedades que impendem a dignidade do trabalho: “No ventre de Maria, Deus se fez homem; na carpintaria de José, se fez classe”.
Após a apresentação do “O Brasil que temos”, para construir um projeto popular, os participantes foram divididos em seis grupos de reflexão “Para o Bem Viver dos Povos, que Brasil queremos nos âmbitos Terra, Teto, Trabalho, Democracia, Soberania e Economia”.
“Trago o abraço e uma palavra de incentivo e apoio a todas as Pastorais Sociais!”, ressaltou dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia–GO e primeiro vice-presidente da CNBB, ao dizer que o trabalho social da Igreja, exercido pelos participantes nos quatro cantos do Brasil, é fundamental: “vocês chegam primeiro onde nós, bispos, não conseguimos com tanta rapidez e frequência. Vocês são a presença eclesial nas periferias geográficas e existenciais. Força e coragem! A esperança sempre nos convoca!“, finalizou.