Por Karla Maria | Comunicação Rede Jubileu Sul Brasil
O “Projeto Nós, mulheres, na defesa e na luta por direitos” está chegando a sua etapa final. Entre os dias 20 e 22 de julho, será realizada em São Paulo a segunda Oficina Nacional de Cartografia Social. Na ocasião, coletivos de mulheres de Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Rio de Janeiro, São José dos Campos e da própria capital paulista, São Paulo, apresentarão o diagnóstico de suas comunidades.

Oficina nacional, outubro de 2017

As mulheres negras, catadoras de resíduos, quilombolas, indígenas, migrantes, algumas vítimas de violências física e psicológica, afetadas por remoções, violadas pelas ações do Estado e grandes projetos, egressas do sistema carcerário, mães, professoras, costureiras entre outras tornaram-se nesse projeto sujeitos de suas histórias e de seus espaços ao terem a oportunidade de partilhar seus sentimentos e desafios em relação à realidade que vivem.
“Conhecer a história dos bairros, das mulheres que o construíram e saber quais as características da população, as principais atividades econômicas, as organizações que atuam no território e quais os equipamentos públicos existentes na região são pontos importantes para que a gente possa inclusive pressionar os governos na aplicação de políticas públicas no local”, disse Cinthia Oliveira, membro da Rede Jubileu Sul Brasil e coordenadora do projeto.
Este projeto nasceu da vontade de ver brotar o protagonismo das mulheres nas mais variadas temáticas e territórios diversos. E durante a Oficina Nacional será possível recolher as impressões desse processo de protagonismo e construção coletivo de se apoderar também dos espaços em que vivem, com suas realidades, não raras vezes, são marcadas por violência e machismo.
No universo de violações dos direitos humanos, o projeto quis abordar os fatores estruturais das desigualdades de gênero geradores de múltiplas formas de exclusão, discriminação, opressão e violência contra as mulheres.
Os coletivos de mulheres do Ceará, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais discutiram também políticas de autogestão, formas de economias justas e solidárias e, sobretudo, o papel que as mulheres têm dentro da engrenagem massificadora do comércio e financeirização do corpo, dos territórios, da vida.  O “Projeto Nós, mulheres, na defesa e na luta por direitos” é uma realização da rede Jubileu Sul Brasil com apoio do Instituto Irmãs da Santa Cruz, Adveniat, Cafod e DKA.

Deixe um comentário