O portal do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST divulgou hoje uma notícia sobre o bloqueio às entradas da Base de Lançamento de Alcântara, situada no Maranhão. A notícia afirma que “os movimentos denunciam a política de entreguismo do governo ilegítimo de Michel Temer, que ao aprofundar o golpe, vem também aprofundando privatizações e outras ações que ferem a soberania nacional”.
Em janeiro de 2017, com o anúncio feito pelo governo golpista de Michel Temer de abrir negociações com os Estados Unidos sobre o Centro de Lançamento, a rede JSB elaborou uma nota rechaçando a atitude do governo e chamando para adesão a uma nota que, à época, em poucos dias, alcançou aproximadamente 100 assinaturas. A nota foi entregue no Itamaraty.
Reforçamos aqui nosso mais profundo apoio a todos os movimentos que estão, neste dia 25, fazendo mais uma ato contra a política do entreguismo e lutando pela soberania nacional do Brasil.
Abaixo, reproduzimos a notícia do MST e a  NOTA CONTRA A OFERTA DA BASE DE ALCÂNTARA AOS EUA.

Movimentos bloqueiam entrada da Base de Lançamento de Alcântara no Maranhão

Representantes de movimentos de todo o Brasil bloqueiam nesse momento as vias que dão acesso ao Centro de Lançamento de Alcântara no Maranhão. O ato é contra a entrega da Base aos Estados Unidos e defende a soberania brasileira.
Desde as primeiras horas desta terça-feira (25), cercas de 400 manifestantes de diversos movimentos e entidades de vários lugares do Brasil bloqueiam os acessos do Centro de Lançamento de Alcântara no Maranhão. Os movimentos denunciam a retomada dos acordos com os Estados Unidos, que pleiteiam a entregara deste centro de lançamento de foguetes.
Os movimentos denunciam ainda a política de entreguismo do governo ilegítimo de Michel Temer, que ao aprofundar o golpe, vem também aprofundando privatizações e outras ações que ferem a soberania nacional.
Além das questões de soberania, a entrega da Base de Alcântara aos Estados Unidos preocupa comunidades quilombolas de Alcântara, pois uma possível ampliação de um programa espacial naquela região pode atingir mais de 200 comunidades de quilombos, provocar remoções e despejos. Varias comunidades já foram removidas nas décadas de 1980 e de 1990, porém as famílias não foram indenizadas.

Os debates em torno da Base de Alcântara já duram mais de três décadas, se iniciando no inicio dos anos 80 com as primeiras instalações do Centro Espacial. No inicio dos anos 2000 o avanço de um politica entreguista do Governo Federal ficou claro e muitas manifestações foram desencadeadas por todo o Brasil contra vários projetos entreguistas como: o acordo da Área de Livre Comércio – ALCA; e projetos de entrega do Centro Espacial de Alcântara.
Na Semana da Pátria em 2002, organizações sindicais, igrejas e membros de partidos políticos promoveram o PLEBISCITO POPULAR CONTRA A ALCA. Mais de 10 milhões de brasileiros/as votaram contra a ALCA e contra a entrega do Centro de Lançamento de Alcântara aos Estados Unidos da América. Sendo assim a decisão de retomar os acordos para que os EUA use o Centro de Alcântara é uma traição ao povo brasileiro.
Fonte: MST


 NOTA CONTRA A OFERTA DA BASE DE ALCÂNTARA AOS EUA
Aproximadamente 100 organizações brasileiras e internacionais, entidades e militantes assinaram a carta de adesão contra a entrega da Base/Centro de Lançamento de Alcântara (MA). Os movimentos sociais que iniciaram a mobilização levarão a carta a diversas autoridades com o compromisso de preservar a soberania do país. As adesões continuam sendo recebidas através do email: jubileusulbrasil@gmail.com ou via WhatsApp: 011 991163721. Contato comunicação: (85) Rogéria Araújo 85.996192566 (WhatsApp)
 NOTA CONTRA A OFERTA DA BASE DE ALCÂNTARA AOS EUA
Para Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty
Congresso Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados)
Comissão de Ciências e Tecnologia da Câmara dos Deputados
À sociedade em geral
Entre os absurdos políticos que o Brasil está enfrentando hoje, destaca-se a continuidade da submissão às imposições neoliberais do Consenso de Washington, aplicadas pelo Banco Mundial e FMI desde os anos 90 do século passado aos “países em desenvolvimento” da periferia do capitalismo, por parte do governo brasileiro ilegítimo e corrupto, que usurpou a Presidência da República através de um golpe implementado pelo Congresso Nacional, legitimado pelo Judiciário e pela grande mídia.
A notícia de que o Sr. José Serra, Ministro das Relações Exteriores, retomou contatos para “oferecer” o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, é mais uma comprovação do DNA entreguista desse governo. Este acordo já se mostrou não apenas desvantajoso ao Brasil do ponto de vista econômico e tecnológico, mas completamente ofensivo à soberania nacional ao permitir controle total ou parcial dos EUA sobre parte do território nacional, o que por si só o torna inaceitável.
Frente a tantos absurdos, os movimentos sociais, entidades da sociedade civil, organizações sindicais, igrejas e membros de partidos políticos que promoveram o PLEBISCITO POPULAR CONTRA A ALCA na Semana da Pátria e 8º Grito dos Excluídos no ano de 2002, vêm a público, em nome dos mais de 10 milhões de brasileiros/as que votaram contra a ALCA e contra a entrega do Centro de Lançamento de Alcântara aos Estados Unidos da América, declarar que a decisão do governo ilegítimo de retomar “negociações” para a entrega do Centro será combatida novamente como uma prática de submissão neocolonial e uma traição ao povo brasileiro – como o está sendo também a política de entrega do petróleo brasileiro às corporações multinacionais.
Conclamamos a todas as pessoas e entidades que coroaram de êxito o Plebiscito Contra a Alca – e contra a entrega do Centro/Base de Lançamento de Alcântara – a se manifestarem publicamente contra a prática do ministro do governo ilegítimo, José Serra, de impor relações internacionais a partir de sua vontade individual, sem debate e consulta ao povo. Lutaremos e resistiremos contra essa prática com todas as forças.
Ao contrário das políticas autoritárias e entreguistas do governo usurpador, que enfraquecem a democracia e aprofundam as desigualdades, seguiremos lutando em favor da verdadeira democracia, que reforce e não debilite, a soberania da Nação brasileira e qualifique sempre mais suas relações sociopolíticas, socioeconômicas, socioambientais e socioculturais da sociedade brasileira, inclusive suas relações internacionais.
SOBERANIA NÃO SE NEGOCIA!
Janeiro de 2017.
Subscrevem:

  1. Amigos da Terra Brasil
  2. ANDES – Sindicato Nacional
  3. Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais – ADERE/MG
  4. Associação Brasileira de Homeopatia Popular – ABHP/Cuiabá/MT
  5. Associação de Mulheres da Zona Leste
  6. Associação de Saúde da Periferia do Maranhão – ASP/MA
  7. Associação dos Trabalhadores da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo – ATDSESP
  8. Brigadas Populares
  9. Casa da Solidariedade do Ipiranga
  10. CEBRAPAZ
  11. Central de Movimentos Populares – CMP
  12. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB Estadual/São Paulo
  13. Central Única dos Trabalhadores – CUT
  14. Centro Burnier Fé e Justiça – CBFJ
  15. Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza Tupã-i /Mato Grosso do Sul
  16. Centro de Estudos Bíblicos – CEBI
  17. Centro de Estudos e Articulação da Cooperação Sul-Sul
  18. Centro Popular de Defesa dos Direitos Humanos Frei Tito de Alencar Lima – CPDDH
  19. Coletivo de Mídia Memória Latina
  20. Comitê de Energia Renovável do Semiárido – CERSA
  21. Comitê Pró-Haiti
  22. Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo – CLASP
  23. Conselho Indigenista Missionário – CIMI
  24. Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB
  25. Consulta Popular
  26. Cooperativa de Pescadores Artesanais do Bairro Prainha – Iguape/SP
  27. Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
  28. Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN
  29. CSP – Conlutas
  30. CSP – Conlutas Regional Roraima
  31. Escola Fé e Política Pe. Humberto Plummen – Setor Pastoral Social NE 2
  32. Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE
  33. Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de Minas Gerais – FERAE/MG
  34. Fórum de Direitos Humanos e da Terra – FDHT/MT
  35. Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social
  36. Frente Povo Sem Medo
  37. Grito dos Excluídos Continental
  38. Grito dos Excluídos/as Brasil
  39. Grupo Carta de Belém
  40. Grupo Cidadania Assis e Região -SP
  41. Grupo de Estudos Educação & Merleau-Ponty – GEMPO/UFMT
  42. Grupo de Pesquisa Movimentos Sociais e Educação – GPMSE/PPGE/UFMT
  43. Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte – GPEA
  44. Instituto Caracol -iC
  45. Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC
  46. Instituto de Política Alternativas para Cone Sul – Pacs
  47. Intersindical Central da Classe Trabalhadora
  48. Iser Assessoria – Rio de Janeiro
  49. Jubileu Sul Brasil
  50. Justiça Global
  51. Justiça Sem Fronteiras – JSF
  52. Levante Popular da Juventude
  53. Marcha Mundial das Mulheres
  54. Movimento Camponês Popular – MCP
  55. Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
  56. Movimento Democracia Direta – MDD
  57. Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
  58. Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP
  59. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
  60. Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST
  61. Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH
  62. Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM
  63. Movimento Sem Terra de Luta – MSTL
  64. Núcleo das Mulheres Negras de São Paulo
  65. Organização Indígena Revolucionária
  66. Partido PSOL
  67. Pastorais Sociais – CNBB
  68. Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus/AM
  69. Pastoral da Mulher Marginalizada
  70. Pastoral Operária Nacional – PO
  71. Rede Brasileira pela Integração dos Povos – REBRIP
  72. Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
  73. Rede Internacional de Educação Ambiental e Justiça Climática (REAJA)
  74. Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental – REMTEA
  75. Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
  76. Sempreviva Organização Feminista
  77. Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM
  78. Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo – SASP
  79. Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo – SASP
  80. Sindicato dos Empregados Rurais da Região do Sul de Minas Gerais – SERRS/MG
  81. Sindicato dos Empregados Rurais de Carmo da Cachoeira – SERCAC/MG
  82. Sindicato dos Empregados Rurais de Carmo de Minas – SINDERCAM/MG
  83. Sindicato dos Empregados Rurais de Conceição do Rio Verde MG – SINDERCRV/MG
  84. Sindicato dos Trabalhadores em Água Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo – SINTAEMA
  85. Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Roraima – SINTRACOMO
  86. Terra Sem Males – Jornalismo Independente
  87. Tribunal Popular
  88. Uneafro Brasil
  89. Universidade de Políticas do Movimento Popular – UNIPOP Brasil
  90. UNMP – União Nacional por Moradia Popular
  91. Via Campesina Brasil/CLOC
  92. Movimento de Moradia da Cidade de São Paulo
  93. Associação de Direitos Humanos
  94. Coletivo de Advogados para a Democracia – COADE/São Paulo capital

Entidades América Latina:

  1. Acción Ecológica – Equador
  2. Confederación Sindical de Trabajadores/as  de las Américas  – CSA
  3. DIÁLOGO 2000 – JUIBLEO SUR / ARGENTINA
  4. Instituto de Estudios Ecologistas del Tercer Mundo IEETM – Equador
  5. Jubileo Sur Américas

Militantes:
– Nadine Borges, advogada, mestre, coordenadora de relações externas da UFRJ e ex-presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro.
– Thiago Pizzo Scatena, cientista social e membro do SASP.
– André Lima Sousa, economista, doutorando em Geografia e professor universitário. Fortaleza-Ceará.
– João Alfredo Telles, ambientalista, advogado e professor, Fortaleza/Ceará.
– Bruno Gasparini, Coordenador do Curso de Direito do Instituto Superior do Litoral do Paraná – Isulpar
– Adriano Van de Vem, Dourados/MS
– Larissa da Silva Araujo, pesquisadora em Direitos Humanos
 
Para subscrever enviar para: jubileusulbrasil@gmail.com

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