Mulheres dos bairros do Jangurussu, Palmeiras e Planalto Pici, na periferia de Fortaleza (CE), tiveram aula sobre dívida pública, no dia 30 de novembro, na Associação do Conjunto Palmeiras (ASMOCONP). Conteúdo do Módulo I do Seminário “A Dívida Pública e os Impactos sobre a vida das Mulheres”, a atividade compõe o projeto Mulheres em defesa dos direitos sociais, uma iniciativa da Rede Jubileu Sul Brasil.
“Já tinha ouvido falar de dívida [pública] na tv, mas nada aprofundado e nesse encontro pudemos aprender esse tema que é tão complexo e que é o fosso da desigualdade em nosso país”, contou Juliana Ojuara, 27 anos. Juliana foi uma das 25 mulheres que participaram do encontro formativo, assessorado por Magnólia Said, educadora feminista, técnica do Esplar e membro da coordenação da Rede Jubileu Sul Brasil.
Durante o dia de estudos, as mulheres aprenderam conceitos básicos e distintos sobre desenvolvimento e crescimento econômico, de como funciona o capitalismo e as políticas liberais que seguem a cartilha do Estado mínimo. “É importante aprendermos sobre a dívida [pública] e entendermos que a consequência das políticas econômicas nós sentimos na pele, quando vamos a uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento]”, avaliou a cearense que nasceu no bairro do Jangurussu.
O objetivo do curso, voltado às mulheres, é “construir junto com elas o entendimento de que a dívida pública é a espinha dorsal do capitalismo e que portanto, é a partir dela que se vai entender a desigualdade social. Entendendo, fica mais fácil se pensar estratégias para mudar a realidade”, explicou a educadora feminista Magnólia Said.
A metodologia do curso se desenvolve a partir da realidade das mulheres. “A partir da realidade delas explico os conceitos e mesclo com filmes que tratam de situações de exploração, assim elas podem fazer os nexos”, explica Magnólia. O encontro contará com um segundo módulo que tratará da atuação dos bancos multilaterais, do ajuste fiscal e dos impactos da política de Ajuste na vida das mulheres.
O Módulo I do Seminário foi animado pelo Batuque de Mulher, um grupo de percussão só de mulheres, é parte do projeto Mulheres em defesa dos direitos sociais realizado pela Rede Jubileu Sul Brasil em parceria com o Inegra, a Associação das Mulheres em Movimento, Grupo de Mulheres do Jangurussu e Articulação de Mulheres em Movimento do Pici. O projeto conta com o apoio das agências internacionais de cooperação CAFOD e DKA. , com apoio da agência de cooperação internacional Cafod .