Por Miguel Borba de Sá*
Na semana passada, o Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) foi convidado para uma conversa sobre segurança pública no Rio de Janeiro com três senadores franceses que são parte do grupo parlamentar de amizade Brasil-França: Laurence Cohen, senador do Val-de-Marne e Presidente do grupo interparlamentar de amizade França-Brasil; Louis-Jean de Nicolay (Sarthe) e Georges Patient (Guiana Francesa).
O encontro aconteceu na terça-feira, 24 de julho. No dia anterior, a delegação francesa havia se reunido com o general Braga Netto, comandante da intervenção federal no estado do Rio de Janeiro, além de outras visitas, que também incluíram organizações da Favela da Maré.
Na ocasião, o Instituto PACS denunciou a intervenção como parte das estratégias de militarização do nosso cotidiano, que aumentam a violência estatal contra negros e pobres. A falta de respostas sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco também foi ressaltada. Ao fim, os senadores foram convidados a participar das atividades do Julho Negro para ampliar o contato com movimentos sociais e populações que são alvo das políticas de segurança pública militarizadas.
O Instituto PACS, que faz parte da Rede Jubileu Sul, participou da campanha pela retirada das tropas do Haiti, promovida por esta rede no Brasil e na América Latina. A liderança militar brasileira no país caribenho foi usada para legitimar a atual intervenção federal no Rio de Janeiro, assim como as demais políticas militarizantes, como UPPs, na última década no estado.
*Miguel participou da conversa com os senadores franceses. É Bacharel e Licenciado em História pela UFRJ, Mestre em Relações Internacionais pela PUC-Rio, Mestre em Ideologia e Análise de Discurso pela Universidade de Essex e membro do Pacs