Em sua 25ª edição, o Grito dos Excluídos acontece neste 7 de Setembro em todo o país com atos nas ruas, rodas de conversa, aulas pública e intervenções artísticas
Por Comunicação da Rede Jubileu Sul com informações do Grito dos Excluídos
A 25ª edição do Grito dos Excluídos foi lançada nesta terça-feira (03), na sede da CNBB em São Paulo. Com o lema “Esse sistema não vale lutamos por justiça, direitos e liberdade”, representantes de movimentos populares, entidades não-governamentais, das pastorais sociais e do clero da Igreja Católica apresentaram a pauta de reivindicações que estará nas ruas neste sábado, 7 de setembro.
A pescadora, ribeirinha e atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), Regiane Soares Rosa denunciou os ataques contínuos da empresa Vale sobre a vida dos atingidos. “A morte do Rio Doce prejudicou todas as famílias da minha comunidade. Ficamos sem trabalho, sem fonte de renda, sofrendo as consequências de termos perdido o nosso rio”, disse Regiane que também é militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
A pescadora, que agora vive em Brumadinho, compartilhou o atual momento após o crime da Vale. “Hoje, a cidade vive um caos, muitos jovens tentam suicídio por não suportarem aquela realidade”, desabafa a atingida.
“Este ano, o fator de defesa da vida e do planeta está evidente com a realidade da Amazônia. Queremos uma sociedade que seja socialmente justa, politicamente democrática e ecologicamente sustentável”, diz dom Pedro Stringhini, presidente do Regional Sul 1 da CNBB, que compreende as dioceses do Estado de São Paulo. Para ele, o Grito dos Excluídos tem um significado profundo de ”mobilização e participação popular”. Para dom Pedro Stringhini, o Grito dos Excluídos tem um significado profundo de “mobilização e participação popular”.
Para Jardel Lopes, um dos organizadores da 32ª Romaria dos Trabalhadores, a perda de direitos trabalhistas e o desmonte da previdência no último período é preocupante. “Diante de toda a maldade desse sistema, nos resta a esperança da organização do povo, nos resta a teimosia”.
É também o que espera Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Unicamp, que destacou as perdas impostas aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras com a aprovação da PEC 06/2019 na Câmara dos Deputados. Para Fagnani é imprescindível que a população pressione os senadores contra a aprovação da retirada de direitos. Ressaltou que desde 2014, a desigualdade social e a pobreza vem no Brasil. Qual o futuro de um país, cujo mais de 50% das crianças vivem em família que estão abaixo da linha da pobreza? O Grito deste ano é correto em afirmar que este sistema não vale”.
Para Daiane Horn, da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, não faltam motivos para a população brasileira ir às ruas em defesa de direitos, da democracia.
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