No próximo sábado, dia 5, a Praça da Paz Dom Helder Camara, na Praia do Futuro, será palco para homenagem ao arcebispo que dá nome ao local. Por iniciativa do Mandato Ecos da Cidade | Vereador João Alfredo (PSOL), em articulação com o Grupo Dom Helder. O encontro pretende reunir admiradores para celebrar a memória do religioso que lutou pela dignidade humana e contra os crimes da Ditadura Civil-Militar.
Através da proposição do vereador João Alfredo, subscrita pelos vereadores Evaldo Lima e Walter Cavalcante, o nome da antiga Praça 31 de Março sofreu modificação e desde 2014 homenageia Dom Helder Camara. De acordo com o projeto do parlamentar do PSOL, a substituição tem como objetivo celebrar a memória de Dom Helder e valorizar a Democracia e os Direitos Humanos, deixando, assim, de reforçar a memória da data de instalação do Golpe Civil-Militar de 1964. “A mudança de nome para Dom Helder Camara é uma homenagem justa a esse fortalezense que pregou a não violência, opondo-se ao Regime Militar e sendo indicado, inclusive, quatro vezes para o prêmio Nobel da Paz”, defendeu João Alfredo.
Ainda em 2011, o local recebeu um “batismo popular” promovido pelo Mandato Ecos da Cidade e por segmentos ligados à Igreja Católica, representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), de Pastorais Sociais e da família Camara. De acordo com Geraldo Frencken, membro do Grupo Dom Helder, dar à Praça do nome do religioso “é uma atitude que visa semear esperança, dignidade humana e libertação definitiva de todas as formas de opressão tanto do passado, como do presente e do futuro”. Reivindicação antiga das comunidades da Praia do Futuro, a Praça passou quatro anos interditada para reforma e atualmente é uma opção de lazer e encontro para os moradores da região.
Saiba mais:
Dom Helder Pessoa Camara (Fortaleza, 7 de fevereiro de 1909 — Recife, 27 de agosto de 1999) foi um bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz. Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1936, quando dirige programas educacionais da prefeitura do então Distrito Federal. É um dos organizadores da Ação Católica, dedicada à atuação pastoral para a população de baixa renda. Entre 1946 e 1962 é assistente nacional da entidade. Em 1952 é nomeado bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro, sendo três anos depois promovido a arcebispo coadjutor. Foi um dos idealizadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundada em 1952. Sob sua influência, a CNBB muda os rumos e o estilo de atuação da Igreja Católica no Brasil e passa a incluir o problema da desigualdade social em suas preocupações e ações.
Serviço:
Celebrando Dom Helder Câmara
Sábado, dia 5 de setembro, às 16h
Na Praça da Paz Dom Helder Camara, na Praia do Futuro (no cruzamento das avenidas Zezé Diogo e Santos Dumont)
Mais informações: 3444.8361