Em nota, conjunto de 60 entidades clamam mobilização diante governo brasileiro “servidor de uma economia da exclusão que estimula a violência”.
Por ocasião do Dia Internacional da Mãe Terra, 22 de abril, mais de 60 entidades – entre igrejas, pastorais sociais e movimentos populares – lançam o Manifesto por uma Economia do Bem Viver. Em defesa: Dos Direitos da Terra, dos Povos ao Território. No texto, o grupo denuncia o atual governo brasileiro por ser “divisionista, servidor de uma economia da exclusão que estimula a violência”, que violam a dignidade humana e da Natureza.
“O Governo Federal, sequestrado pelo capital financeiro estrangeiro e seus princípios da maximização do lucro, despreza a ciência e a vacinação em um contexto epidêmico que ultrapassa diariamente a morte de quatro mil brasileiras e brasileiros pela Covid-19”, denuncia a nota.
O manifesto aponta iniciativas a serem assumidas pelas entidades para uma coerência ética em cuidado da Casa Comum. As entidades assumem a continuidade das mobilizações para reconhecimento e instituição de mecanismos de garantia e proteção do direito à terra, ao território e o saber ancestral. Entre os compromissos, a aliança de entidades chama à revisão de investimentos e relações com bancos que investem em mineração, “um dos braços do sistema econômico vinculado a uma lógica ocidental fragmentada, que se orienta pela dominação da natureza”.
O texto foi construído após a Semana de Ativismo, de 12 a 17 de abril de 2021, que pautou a temática; Mutirão pela Vida: Por Terra, Território e Economia. A Semana de debates foi uma mobilização da 6ª Semana Social Brasileira, animada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e diversas entidades parceiras. O Manifesto traz à reflexão os direitos da natureza, dos povos ao território e a uma economia do Bem Viver.
Parcerias da Semana de Ativismo
Construíram a Semana de Ativismo: Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Movimento de Mulheres Camponesas, Comissão Pastoral dos Pescadores, Rede Jubileu Sul Brasil, Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia, Conselho Indigenista Missionário, Rede Igrejas e Mineração, Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, Articulação das Pastorais do Campo, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
As ações se deram por meio de debates ao vivo, via plataformas da internet e ações nas redes sociais.
A 6ª SSB
A 6ª Semana Social Brasileira, uma promoção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em união com os movimentos populares, pastorais sociais e igrejas cristãs, é realizada desde 2020 e segue até 2022 com o tema principal; Mutirão Pela Vida: Por Terra, Teto e Trabalho, com destaques nos eixos: economia, soberania e democracia. A proposta do tema vem da provocação do papa Francisco, em outubro de 2014, no encontro Mundial de Movimentos Populares: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”.